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Após cena de assédio ao vivo, jornalista faz texto comovente que toda mulher deve ler

Publicado 15 Mar 2018 – 10:47 AM EDT | Atualizado 15 Mar 2018 – 10:47 AM EDT
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A jornalista esportiva e ex-atleta Bruna Dealtry sofreu assédio sexual ao vivo enquanto trabalhava e utilizou as redes sociais para desabafar e demonstrar seu descontentamento.

O caso aconteceu durante a cobertura da partida do Vasco contra o Universidade do Chile pela Libertadores, em São Januário (RJ). Na ocasião, Bruna entrevistava um torcedor quando um homem se aproximou e, sem seu consentimento, tentou beijá-la. 

Tamanho foi o susto com o ato inesperado que a repórter chegou a soltar um grito durante a transmissão ao vivo. "Isso não foi legal. Isso não precisa, mas aconteceu. Vamos seguir o baile por aqui", disse Bruna ainda muito constrangida com a tentativa de assédio.

Repórter é assediada ao vivo

Depois da repercussão do vídeo, a jornalista usou suas redes sociais para deixar claro que há um limite entre comemoração de torcida e tentativa de assédio, como o que houve com ela. 

O assédio nem sempre tem caráter sexual explícito, pelo contrário. Exatamente por isso, entende-se pela prática qualquer avanço - seja ele verbal, emocional ou físico - sobre o corpo de outra pessoa sem seu consentimento. Desse modo, beijos, toques e mesmo palavras podem caracterizar em assédio.

Leia o relato na íntegra abaixo:

"Sempre fui uma repórter que adora uma festa de torcida. Não me importo com banho de cerveja, torcedor pulando, pisando no meu pé... sempre me deixo levar pela emoção e tento sentir o momento para fazer o meu trabalho da melhor maneira possível. Sempre me orgulhei por ter uma boa relação com todas as torcidas e por ser tratada com muito respeito!!

Mas ontem, senti na pele a sensação de impotência que muitas mulheres sentem em estádios, metrôs, ou até mesmo andando pelas ruas. Um beijo na boca, sem a minha permissão, enquanto eu exercia a minha profissão, que me deixou sem saber como agir e sem entender como alguém pode se sentir no direito de agir assim.

Com certeza, o rapaz não sabe o quanto eu ralei para estar ali. O quanto eu estudei e me esforcei para ter o prazer de poder contar histórias incríveis e estar em frente às câmeras mostrando tudo ao vivo. Faculdade, cursos, muitos finais de semana perdidos, muitos jogos de futebol analisados, estudo tático, técnico, pesquisas etc. Mas pelo simples fato de ser uma mulher no meio de uma torcida, nada disso teve valor para ele. Se achou no direito de fazer o que fez.

Hoje, me sinto ainda mais triste pelo que aconteceu comigo e pelo que acontece diariamente com muitas mulheres, mas sigo em frente como fiz ao vivo. Com a certeza que de cabeça erguida vamos conquistar o respeito que merecemos e que o cidadão que quis aparecer é quem deve se envergonhar do que fez. Sou repórter de futebol, sou mulher e mereço ser respeitada", escreveu a jornalista.

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