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Dia da Mulher-Mulher

6 presentes que nós gostaríamos de receber no Dia da Mulher (e não são chocolates)

Publicado 8 Mar 2018 – 11:51 AM EST | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Embora muitos confundam seu significado, o 8 de março na realidade surgiu como um dia de luta pelos direitos das mulheres trabalhadoras.

A primeira data criada, após a proposição de Clara Zetkin para que houvesse um momento de reflexão dedicado às questões das mulheres, foi 19 de março. No ano seguinte, em 1911, após o incêndio da fábrica têxtil Triangle, episódio em que falecerem 146 trabalhadoras, a celebração ficou ainda marcada. A mudança para o dia 08 aconteceu em 1917, após a saída de milhares de mulheres em marcha contra a fome causada pela guerra, na Rússia.

Por que é importante isso? Porque o 8 de março surge justamente como um dia de reflexão e luta pelos direitos das mulheres. Por que, como diz o lema da ONU (Organização das Nações Unidas) para o Dia da Mulher 2018: “Agora é o momento”.

E porque já esperamos tempo demais, esses são os presentes que queremos receber:

Fim da desigualdade salarial

Sim, em 2018 as mulheres ainda ganham menos que os homens, inclusive aquelas com um alto nível de formação educacional. A diferença global de salários entre homens e mulheres é de 23%. Isso quer dizer que, em média, as mulheres ganham 77 centavos para cada dólar que os homens recebem.

Mas há países em que a desigualdade é ainda maior, como é o caso da Suécia e da França (31%), Alemanha (49%), Turquia (75%) e Brasil (38%). E o problema não termina aqui: segundo a ONU Mulheres, no ritmo atual nos levaremos 70 anos para conquistar salários equitativos.

Fim da violência contra a mulher

Segundo levantamento da ONU, 1 em cada 5 mulheres e meninas entre 15 e 49 anos já sofreu violência física ou sexual por parte de seu companheiro no último ano em todo o mundo.

Mesmo com números tão assustadores existem graves carências quando se trata da legislação sobre o tema: atualmente, 49 países não têm leis sobre violência doméstica, outros 45 não apresentam uma legislação que penalize especificamente o assédio sexual e em outros 37 os agressores se eximem das punições legais se são cônjuges ou se casam com a vítima logo após o abuso.

Produtos de higiene íntima acessíveis para todas e livres de impostos

Ter acesso a produtos de higiene feminina é um direito humano básico, uma questão de saúde pública. No entanto, muitas mulheres não têm acesso a esses produtos. Na Índia, por exemplo, somente 12% das mulheres que menstruam (335 milhões) podem comprar absorventes femininos.

Isso pode acarretar em vários problemas, desde doenças, como o câncer no colo do útero, até problemas sociais. Por exemplo, em muitos países africanos é recorrente que as meninas não vão à escola durante o período menstrual por medo de o sangue manchar a roupa. Essa situação atrasa seu desenvolvimento escolar e a torna mais vulneral a viver na pobreza, entre as múltiplas consequências causadas pelo simples fato de ela não ter acesso a produtos de higiene feminina.

Fim do assédio nas ruas

Não, não são elogios. É assédio! Segundo dados levantados pela organização internacional de combate à pobreza ActionAid, no Brasil 86% das mulheres disseram já ter sido vítimas de assédio nos espaços públicos.

Já na Cidade do México, um levantamento da ONU mostrou que 90% das mulheres se sentem inseguras ao usar o transporte público.

“A percepção que a mulher tem da sua própria segurança na Cidade do México, como em muitas cidades do mundo, tem um impacto quando decidem sair à noite (...) As mulheres também trocam a forma que se vestem e necessitam ir acompanhadas por outras pessoas, e isso é simplesmente inaceitável”, declarou Yeliz Osman, da agência mexicana da ONU Mulheres.

Que a mutilação genital fique no passado

Calcula-se que pelo menos 200 milhões de mulheres e meninas em todo o mundo, e que estão vivas atualmente, já tenham sofrido mutilação genital. Essa prática, que atenta contra os direitos humanos e a saúde física e mental das mulheres e meninas, se realiza especialmente por motivos culturais e sociais.

Divisão equitativa das tarefas domésticas

Calcula-se que no Brasil 88% das mulheres sejam as grandes executoras das tarefas domésticas. Já no México, as mulheres são responsáveis por 60% da força de trabalho, tanto remunerado como não remunerado. Os homens, no entanto, contribuem com menos de 40%.

Mas se vamos aos números de trabalho doméstico não remunerado, ou seja, aquele feito em casa, como obrigação da rotina e não como trabalho rentável, vemos que a diferença é abismal: a maioria das mulheres dedicam 59 horas semanais aos cuidados da casa e dos familiares, enquanto os homens gastam apenas 22 horas em média (bem menos da metade).

Essa situação se repete na maior parte do mundo. Como consequência, reforça os estereótipos de gênero e torna as mulheres dependentes de outros membros familiares para conseguir sustento financeiro.

A maioria de nós gosta de chocolate, sim, mas gostaríamos muito mais de viver em um mundo igualitário e equitativo, que não discrimine as pessoas por seu gênero, sua raça ou por sua escolha sobre quem amar. Se você concorda, compartilhe essas informações e junte-se à mudança. Agora é o momento!

*Traduzido do 6 regalos que nos gustaría recibir en el Día de la Mujer (y no son bombones), escrito por Luciana Martinez. Adaptado por Beatriz Helena Cano

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