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Monica Iozzi escancara rotina de assédios contra a mulher em Brasília: até quando?

Publicado 13 Jul 2017 – 12:45 PM EDT | Atualizado 15 Mar 2018 – 04:11 PM EDT
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Monica Iozzi resgatou um assunto que há tempos não abordava sobre sua carreira: suas reportagens com os políticos em Brasília, quando ainda era integrante do programa "CQC", da Band. Hoje atriz da Globo, ela relembrou a experiência durante uma entrevista a Pedro Bial e revelou que sofreu muito assédio dentro do Congresso Nacional.

Sem perder o bom humor, Monica listou algumas dicas básicas que a ajudaram a sobreviver nos corredores de Brasília.

“Os corredores do Congresso são todos de carpete, não tem ventilação, não tem ar condicionado, e naquela temperatura, aqueles homens com aqueles ternos, vai ficando um negócio fedido lá. Então a primeira dica é: respire pela boca", disse aos risos.

Assédio moral e sexual em Brasília

A segunda sugestão de Monica foi direcionada especialmente para as mulheres que trabalham com políticos e tocou na questão do assédio que acontece em Brasília. "Saiba lidar com cantadas pesadas e que muitas vezes vão te ofender e podem te machucar. Muitas vezes eles usam o assédio sexual como assédio moral. Não é nem porque ele está a fim de você, mas é interessante para ele tentar te diminuir, colocando você no lugar de um objeto”, disparou.

No mesmo trecho, Monica explicou que era comum os parlamentares tentarem “colocar a mão” durante uma conversa. “E não era só comigo, mas com as repórteres em geral, com as assessoras. Você tem que se colocar muito lá”, acrescentou.

Por último, a atriz aconselhou que é preciso estudar muito para saber diferenciar os políticos. “A gente tem a mania de jogar todos os políticos no mesmo saco, de falar que todo mundo é corrupto. A grande maioria é, mas tem muita gente boa que se esforça muito lá dentro. Tem que saber separar o joio do trigo”, concluiu.

Representatividade da mulher na política

Como bem explicou Monica, os assédios que acontecem em Brasília não são exclusividade de repórteres que estão lá para questionar os políticos. A situação vivida diariamente pelas mulheres nada mais é que um reflexo direto da baixa representatividade feminina na política brasileira.

As mulheres, embora sejam maioria populacional, ainda são minoria em cargos representativos. Nas eleições de 2016, foram eleitos 459 homens contra 52 mulheres apenas na Câmara Federal dos Deputados. Já no Senado, das 81 vagas disponíveis, apenas 9 são ocupadas por mulheres.

De acordo com Nadine Gasma, representante do Núcleo de Políticas para Mulheres da ONU, uma das soluções para promover a igualdade de gêneros na sociedade como um todo é justamente ampliar a participação das mulheres na política. E o primeiro passo, segundo ela, está na ocupação dos cargos e espaços em nível municipal.

Assédio contra mulheres

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