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Frente a frente com irmão que a estuprou na infância, mulher lê carta emocionante

Publicado 17 Abr 2017 – 12:28 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Dos 9 aos 12 anos de idade, a americana Kathryn Bailey (hoje com 23 anos) foi abusada e estuprada pelo próprio irmão, James (31 anos atualmente). Durante o julgamento do caso em um tribunal de Syracuse, no estado de Nova York, ela leu uma carta que escreveu para ele.

De acordo com informações do site da cidade onde o crime aconteceu, Syracuse.com, Kathryn só se manifestou sobre o caso quando soube que o irmão havia sido expulso de casa por causa de drogas. Ela percebeu que sua mãe não fazia ideia de tudo o que tinha acontecido e resolveu falar. Um tempo depois, contou sua história à polícia. 

James foi indiciado e preso em 2015. Uma gravação de confissão foi entregue aos investigadores, mas ele alegou que estava drogado quando a gravação foi feita e disse que cometeu o abuso por "curiosidade". Agora, ele foi condenado a 32 anos de prisão, pena máxima permitida por lei no estado, e uma ordem de proteção impedirá que ele entre em contato com a irmã nos próximos 40 anos. "Não há crime pior do que destruir a inocência de uma criança", disse o juiz.

Carta ao irmão estuprador

Kathryn se emocionou e chorou durante a leitura da carta. Ela revelou ter culpado os pais por não terem impedido que os abusos acontecessem, mas depois entendeu que o irmão é o único culpado, pois era função dele, 8 anos mais velho, cuidar dela enquanto os pais trabalhavam - a mãe, enfermeira, trabalhava entre 12 a 14 horas por dia em um hospital local, e o pai viajava a trabalho e passava a semana toda fora. "A raiva me consumiu por anos. E por baixo dessa raiva estava a solidão e o desgosto com você. A dor da desculpa que você deu me lembrou dos anos de abuso e do trauma. Foi abuso sexual, não foi curiosidade", disse.

Ela fez ainda uma comparação entre o período que ele deve ficar preso e os traumas que ela irá carregar por toda a vida. "Você realmente acha que foi pouco o que você fez a mim? Como a ideia de ficar 32 anos preso soa para você? São 11.680 dias e 280 mil horas. Eu tenho o resto da minha vida para suportar o peso desse abuso. Eu nunca vou esquecer o que você fez para mim. Eu nunca vou esquecer como me senti durante esses dias obscuros. Esperei esse dia [da sentença] por anos. Não sei o que te dizer pela última vez. Acho que adeus. Eu não te odeio. Odeio o que você fez", finalizou.

Um vídeo mostra o momento em que a carta foi lida. Assista: 

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