Unicamp alerta sobre riscos graves de produto conhecido como "melzinho do amor"
Vendidos nas ruas por ambulantes e em sites de sex shop via internet, produtos popularmente conhecidos como “melzinho do amor”, normalmente apresentados em forma de sachês, prometem melhora no desempenho sexual de forma supostamente natural.
No entanto, uma análise feita pelo CIATox (Laboratório de Toxicologia Analítica do Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Unicamp) mostrou que o produto conta com a presença de fármacos de origem sintética, usados na fabricação de medicamentos contra disfunção erétil.
De acordo com o comunicado da Unicamp, as embalagens do melzinho do amor apontam uma composição 100% natural, com substâncias como café, extrato de caviar, ginseng, maçã, gengibre, canela, mel da Malásia e Tongkat Ali.
Porém, uma análise feita com três amostras acusou a presença de inibidores da fosfodiesterase 5 (Sildenafila, Tadalafila), usados em remédios voltados para o tratamento de impotência (como Viagra, por exemplo), vendidos somente com prescrição médica.
Melzinho do amor pode causar efeitos colaterais graves
A utilização sem prescrição desses fármacos pode provocar efeitos indesejados graves, como o priapismo prolongado (uma ereção longa e dolorosa com risco de necrose do pênis) e lesão irreversível do membro.
Além disso, se combinado com álcool ou outros fármacos, o produto pode intensificar os efeitos colaterais, como tontura, hipotensão arterial e dores de cabeça. Em casos mais graves, como entre pacientes com doenças cardíacas, o uso indiscriminado do melzinho do amor pode ser potencialmente fatal, segundo os pesquisadores.
Vale lembrar ainda que a comercialização de produtos conhecidos como melzinho do amor foi proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) em 27 de maio de 2021, uma vez que eles não apresentam registro no órgão e não possuem comprovação de sua real composição.