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Mapa da USP mostra circulação do coronavírus em cada rua de São Paulo

Publicado 11 Jun 2020 – 09:42 AM EDT | Atualizado 11 Jun 2020 – 09:42 AM EDT
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O novo coronavírus é altamente transmissível. Por conta disso e das medidas de distanciamento social, ao sair nas ruas, é normal se questionar por onde o vírus já passou.

Um mapa interativo criado pelo LabCidade (Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade) da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (Universidade de São Paulo) é capaz de responder esse tipo de questionamento sobre a covid-19 em São Paulo.

Mapa indica casos de covid-19 por ruas

Basta procurar sua rua no mapa interativo para saber se na redondeza já ocorreram casos de hospitalização por Covid-19 ou até mesmo de óbito relacionados à doença, além da data da ocorrência.

São indicados também casos não identificados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que podem indicar casos de Covid-19 que ainda não foram confirmados. De acordo com nota divulgada pelo LabCidade, a ideia de incluir estes dados também se deve ao grande aumento de internações por SRAG este ano.

Para indicar onde cada caso ocorreu, o mapa leva em consideração informações disponibilizadas pelo banco de dados DATASUS, do Sistema Único de Saúde. A partir desses dados foi possível identificar o CEP de residência das pessoas que foram hospitalizadas com SRAG, entre elas a covid-19.

Mapa pode ficar desatualizado

Se para o público em geral o mapa pode ser utilizado apenas para acabar com uma curiosidade, para especialistas, por outro lado, pode ser muito importante para criação de estratégias de combate ao vírus.

A partir da indicação por CEP, é possível entender melhor como a doença se espalhou e circulou pela cidade. Para o LabCidade, simplificações do tipo “onde tem favela tem covid” não ajudam na compreensão dos fatores que levam determinados territórios a ter maior concentração de casos ou óbitos.

Os dados, porém, correm risco de ficar desatualizados.

De qualquer forma, o mapa não apresenta a totalidade de casos e óbitos. Além de indicar apenas os casos de hospitalização, há uma parcela considerável dos dados disponíveis pelo DATASUS sem indicação de CEP.

“Os dados são oriundos das fichas médicas, preenchidas pelos profissionais que atuam na linha de frente dos hospitais, que sob forte pressão podem cometer equívocos ou até mesmo omitir informações durante o preenchimento”, explica o LabCidade.

Outro problema, que afeta diretamente a continuidade do projeto, é que apenas dias depois da divulgação do mapa o Ministério da Saúde retirou informações essenciais, como indicação do CEP, do DATASUS.

“Essa mudança dificulta ainda mais a compreensão sobre a disseminação da pandemia no território brasileiro, limitando inclusive a formulação de estratégias adequadas para seu enfrentamento. Cabe destacar que foram retirados de todos os bancos de dados a variável ‘CEP’, inclusive das planilhas anteriores, ocultando não somente o presente mas apagando a história.”

O Supremo Tribunal Federal já pediu mais transparência do governo em relação aos dados divulgados sobre a covid-19, mas, como alertou o LabCidade, o texto da medida cautelar não menciona a retirada da variável CEP do DATSUS.

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