Reino Unido toma decisão histórica e proíbe venda de filhotinhos em pet shops
O governo do Reino Unido vai proibir a venda de cães e gatos com menos de seis meses em pet shops. A decisão foi tomada recentemente para conter os maus-tratos que os filhotes sofrem ao serem separados da mãe antes do tempo para longas viagens até às lojas para comercialização.
Proibição de venda de filhotes no Reino Unido
A proibição tem como objetivo colocar fim às terríveis condições encontradas em locais clandestinos de criação de filhotes e resolver uma série de problemas existentes de bem-estar animal.
A separação de cães e gatos com menos de seis meses de suas mães e as longas viagens até os pet shops podem contribuir para um aumento do risco de doenças e falta de socialização dos filhotes.
Por isso, a partir da agora, quem quiser comprar ou adotar um filhote de gato ou cachorro com de menos de seis meses no Reino Unido, deve ir diretamente a um criador ou abrigo. Os pet shops só serão autorizados a lidar com abrigos regulares ou com criadores.
O anúncio da proibição foi feito pelo Departamento de Meio Ambiente e Assuntos Rurais e aponta que 95% da população é favorável à Lucy's Law, Lei de Lucy, em português.
O nome da lei se deve a uma cadela chamada Lucy, que foi resgatada de uma "fazenda de filhotes" em 2013, no País de Gales.
História de Lucy
Lucy era a matriz de um canil clandestino. Matriz é o termo utilizado para denominar cadelas de canis irregulares cuja tarefa é procriar. Quando elas não podem mais gerar filhotes por causa da idade ou por problemas de saúde, são doadas ou abandonadas.
Quando Lucy, uma cadela da raça Cavalier King Charles Spaniel, foi resgatada, ela apresentava vários problemas de saúde e uma deformidade no quadril, devido à falta de exercícios, já que passou a maior parte de sua vida em uma gaiola.
Por sorte, Lucy foi adotada e a atitude de sua dona sensibilizou outras pessoas e aumentou o debate nas redes sociais sobre os maus-tratos contra animais, o que acabou culminando na lei.
Canis clandestinos no Brasil
De acordo com informações do Instituto É O Bicho!, organização sem fins lucrativos que atua na proteção e defesa do direito a vida de todos os animais, o aumento do número de raças de cachorros fez com que a comercialização de cães crescesse no mundo todo, inclusive no Brasil.
Com isso, a comercialização de filhotes de algumas raças passou a ser um negócio lucrativo e aí surgiram os canis clandestinos ou a famosa "fábrica de filhotes", que geralmente tem péssimas condições e estruturas.
Muitos filhotes são vendidos sem vacinas, o que leva milhares deles à óbito no início da sua vida. A matriz, por sua vez, vive engaiolada a maior parte de sua vida só procriando.
No Brasil ainda não existem leis nem fiscalizações, por isso, cada um faz a comercialização do jeito que acha melhor, alguns até anunciam a venda de filhotes na internet.
Mas também existem criadores sérios, que fazem a vacinação corretamente e ainda têm um contrato de responsabilidade e acompanhamento do bem estar do animal.
Se você está pensando em ter um bichinho de estimação, o ideal é adotá-los, mas se for comprar, pesquise bem antes de fazê-lo.
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