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Quem é a brasileira meio americana que fez história na patinação no gelo (e ama Anitta)?

Publicado 21 Fev 2018 – 03:37 PM EST | Atualizado 14 Mar 2018 – 03:27 PM EDT
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Isadora Williams já tem o nome escrito na história do esporte brasileiro. A jovem de 22 anos sequer nasceu dentro das fronteiras do país, mas é a representante da bandeira verde e amarela no torneio de patinação dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2018, realizados em PyeongChang, na Coreia do Sul. E ela realizou um feito inédito: foi a primeira atleta não só brasileira como sulamericana a chegar a uma final olímpica deste esporte.

Isadora na final olímpica

A patinação no gelo é realizada em duas provas durante a Olimpíada. Na fase de classificação, 30 patinadoras realizam o que é chamado de “programa curto” e as 24 mais bem avaliadas pelos juízes avançam para a final.

Em PyeongChang, Isadora se apresentou na prova para o programa curto ao som da música Hallelujah, interpretada por K. D. Lang, e foi muito bem. Ela registrou a maior nota da carreira com esta sequência: 55,74 (29.83 nos elementos técnicos e 25.91 nos elementos artísticos).

O desempenho conferiu à patinadora a 17° melhor nota e a classificação para a final. E a expectativa é alta. "Eu gosto mais do meu Programa Longo, tenho mais espaço para fazer mais saltos e gosto também da minha música, é mais sexy. Quero fazer um programa limpo, com todos os saltos e piruetas perfeitas. Esse é meu objetivo", disse em entrevista ao UOL Esporte.

A final será realizada na quinta-feira (22), às 22h (horário de Brasília).

A americana brasileira

Isadora é natural da cidade de Marietta, no estado norte-americano da Geórgia. Ou seja, a jovem que carrega consigo a bandeira brasileira pelo mundo afora é, na verdade, gringa. Mas há um porquê: ela é fruto de um casamento entre um norte-americano e uma brasileira - de quem herdou a cidadania do país.

”Tenho muito orgulho de defender o Brasil. Meu pai é americano e cresci falando inglês em casa. Aos poucos estou aprendendo mais português, gosto de comer comida brasileira e escutar música também. Amo o povo brasileiro, o jeito como são felizes e levam a vida de uma forma legal”, disse a jovem em entrevista ao site Globoesporte.com

Sua mãe, Alexa, relatou ao site que a patinadora chegou a praticar diversos outros esportes, mas sempre voltava ao rinques de gelo. “Ela tinha nove anos quando começou com essa ideia de representar o Brasil”, revelou.

Fã de Anitta

Mais um sinal de “brasilidade” de Isadora é seu gosto musical. Fã confessa da cantora Anitta, ela inclusive se preparou para a prova ouvindo a música “Vai, Malandra”, pouco antes de realizar o feito histórico.

“Antes da apresentação eu estava tremendo. Fiz meu aquecimento ouvindo Anitta, gosto muito dela. Foi ao som de "Vai, Malandra". Foi muito divertido. Quem sabe não uso em uma exibição?”, falou ao Globoesporte.com.

Vaquinha para levar o pai

Quando é realizada uma Olimpíada, competem lado a lado atletas premiados, famosos e milionários e aqueles que estão na luta para um lugar na história do esporte - e que muitas vezes sacrificam as próprias finanças para perseguir este sonho. Isadora está no segundo time.

Ela foi à Coreia com tudo pago pelo Comitê Olímpico Brasileiro, mas seu pai não pode a acompanhar. Para tentar viabilizar a viagem do genitor, a patinadora começou uma campanha de crowdfunding na plataforma GoFundMe.

“Com as Olimpíadas chegando, eu amaria ter minha família comigo para me apoiar e me animar enquanto eu concorro na Coreia do Sul. Meu pai não conseguiu me ver competir em Sochi e eu adoraria que ele estivesse comigo essa vez. Dito isto, o custo de viajar para a Coreia é extremamente alto e eu apreciaria qualquer suporte para ajudar a obter o meu maior fã lá comigo!”, pediu a patinadora.

A meta era atingir US$ 5 mil, mas chegou a meros US$ 365. Se não deu certo com ajuda coletiva, dessa vez a família Williams conseguiu a verba necessária e estão todos, mãe, pai e irmã de Isadora na Coreia do Sul.

Olímpiadas de Sochi

Quatro anos atrás, Isadora já conquistara um feito e tanto: ela foi a primeira sul-americana a entrar em um rinque para a competição de patinação olímpica. No entanto, o desempenho nos Jogos de Sochi, na Rússia, não foi o ideal e ela ficou na última posição entre as 30 patinadoras.

“Em Sochi eu não fui bem e fiquei muito triste depois da apresentação”, lamentou. “Aqui, minha nota foi muito boa, foi a minha melhor da temporada”, completou Isadora.

Curiosidades olímpicas

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