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Operação acha salmonella e mais 1 bactéria em hambúrguer e linguiça: qual o risco?

Publicado 20 Abr 2017 – 05:00 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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*Matéria publicada em: 20 de abril de 2017

Em continuação à Operação Carne Fraca, que investiga irregularidades no mercado de carnes no Brasil, foi emitida, no começo de abril, uma lista de recall (ou seja, de produtos que precisam ser devolvidos) de algumas carnes que apresentaram adulteração. Segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), hambúrguer congelado e linguiça foram as que tiveram mais problemas, com a presença de bactérias, como a Salmonella, que são prejudiciais à saúde.

As marcas e os lotes foram especificados pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), que também divulgou o que foi encontrado em cada produto afetado, e solicitou o recolhimento das carnes como medida de cautela. Frango congelado da marca Sadia e salsichas também entraram na lista, com excesso de água, de ácido sórbico, amido e carboidratos (cujo consumo não representa risco à saúde).

Bactérias na carne: riscos à saúde

A detecção da Salmonella spp e do Staphylococcus coagulase foi o que mais chamou atenção, já que essas bactérias podem provocar doenças intestinais graves. Segundo a Anvisa, elas precisam estar ausentes na carne a cada 25g, mas estavam presentes em alguns produtos.

“Elas podem causar náuseas, diarreias, vômitos, febre e mais complicações”, explica a nutricionista Talitta Maciel, do Espaço Reeducação Alimentar. “Podem ser piores para crianças, grávidas e idosos, que estão com o organismo mais frágil”, aponta.

É possível identificar a carne com bactéria?

Segundo a nutricionista, a olho nu não é possível identificar se a carne está ou não infectada. Entretanto, ela orienta a observar a validade, a cor, a textura e o cheiro da carne, além da sua procedência e da temperatura do freezer onde ela se encontra.

“Mesmo quem compra carne congelada, poderá perceber se ela já passou do ponto quando descongelar”, diz. “Se ela está esverdeada ou esbranquiçada, desfarelando. É importante evitar aquelas carnes reembaladas, em isopor, que não estão na embalagem do frigorífico, porque costumam ser carnes vencidas que foram reaproveitadas”, aconselha.

Talitta também lembra que “não é recomendado comer carnes cruas”. Quando congelada, a bactéria ainda pode estar viva, só não está na sua forma ativa. “O aquecimento delas mata esse tipo de microorganismos”, explica ela.

O que fazer se tiver um dos lotes da lista em casa?

O Idec pede que os consumidores fiquem atentos aos produtos que vão comprar e os que já possuem em casa. No link publicado, é possível identificar quais produtos foram fraudados.

Se você tiver algum dos produtos listados em casa, a orientação é entrar em contato com o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) do fabricante do produto para exigir a imediata substituição ou a restituição da quantia paga, monetariamente atualizada.

A instituição também pede que os clientes comuniquem o estabelecimento onde realizaram a compra para que retirem o lote imediatamente do ponto de venda.

Se possível, pedem que avisem também o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e a Senacon.

O que é a Operação Carne Fraca?

“A Operação Carne Fraca”, criada pela Polícia Federal para desmascarar crimes na área do agronegócio e da agropecuária, como irregularidades nas vendas de carnes, encontrou diversos alimentos adulterados de frigoríficos e várias marcas, como a JBS (maior processadora de carnes do mundo, que controla a Friboi, e a Seara, por exemplo), e a BRF Foods.

Foram encontradas carnes vencidas, sem rótulo, prazo de validade e sem refrigeração. “Armazenamento em temperaturas absolutamente inadequadas, aproveitamento de partes do corpo de animais proibidas pela legislação, utilização de produtos químicos cancerígenos, produção de derivados com o uso de carnes contaminadas por bactérias e,até, putrefatas”, diz denúncia policial.

A investigação ainda busca mais detalhes sobre as fraudes realizadas, que envolvem salsichas, linguiças de porco e de frango, hambúrguer, e frango congelado adulterados o ácido ascórbico (substância cancerígena), excesso de água, ácido sórbico, amido e falta de proteínas, além de bactérias prejudiciais à saúde, como a Salmonella.

Nem todos os frigoríficos investigados cometeram todas as ilegalidades, e nem todos os lotes pelos estados do Brasil foram afetados. Alguns produtos já chegaram a ser recolhidos e prisões já aconteceram durante a operação, que dura dois anos e já é considerada a maior operação realizada pela Polícia Federal, conforme dados do Ministério da Agricultura.

Como conservar a carne?

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