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Novo modelo de atendimento dos planos de saúde contra câncer pode salvar vidas

Publicado 5 Out 2016 – 05:07 PM EDT | Atualizado 2 Abr 2018 – 09:32 AM EDT
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 “O câncer começa e termina nas pessoas. Médicos tratam doenças, mas também tratam pessoas”. Esta frase de grande impacto, escrita pela cientista June Goodfield, estampa uma parte do epílogo do projeto do novo modelo de  atendimento do câncer da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) do Brasil.

A proposta, lançada nesta quarta-feira (5),  tem o objetivo de organizar e, consequentemente, tornar mais eficiente o atendimento aos pacientes com suspeita de câncer e àqueles já diagnosticados. Hoje, pacientes com este quadro sofrem com um sistema fragmentado, informações muitas vezes desconexas e tratamentos sem continuidade.

Dentre os problemas atuais, além da demora no diagnóstico, que reduz as chances de cura da doença, outro fator implica na ineficiência dos planos de saúde no tratamento de tumores: a desinformação a falta de integração entre o paciente e os locais de atendimento.

“Um exemplo é o paciente que faz um exame e não vai buscar, mas o resultado era positivo. Ou que faz exame, vai buscar, mas não sabe onde levar”, como explica Martha Oliveira, diretora de desenvolvimento sensorial da ANS, em entrevista para o jornal Folha de S. Paulo.

Câncer nos planos de saúde

De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), 596 mil novos casos de câncer são previstos no país ainda em 2016, e, segundo a ANS, o câncer é a segunda maior causa de morte da população.

Isso acontece, em grande parte dos casos, pela deficiência no sistema de saúde, que leva muito tempo para identificar corretamente o problema e iniciar o tratamento, porque as possibilidades de cura de um tumor estão diretamente relacionadas ao momento em que o câncer é detectado. Quanto mais cedo, mais chances. 

Sem contar que, ainda que não haja cura, é possível viver com qualidade se a doença for tratada e controlada. “Antes de atingirem 1cm, os cânceres são curáveis em quase 100% dos casos”, afirma o doutor cancerologista Drauzio Varella, especialista em oncologia e imunologia em seu site oficial.

Como vai funcionar?

Para melhorar esse atendimento, foi lançado hoje, 5 de outubro de 2016, o projeto OncoRede, para promover aceleração e transição organizada entre a suspeita, o diagnóstico e o tratamento da doença em hospitais e clínicas dos planos de saúde, que contam com mais de 48 milhões de usuários.

O modelo, inspirado em outros países, como o do Canadá e a Inglaterra, trabalha em parceria com institutos de pesquisa e representantes da oncologia, e visa promover a interpretação correta, que pode poupar investigações adicionais e intervenções desnecessárias, estimulando a prevenção e o diagnóstico precoce.

Dentre as mudanças, os resultados serão avaliados de forma integral, com equipes diversificadas de especialistas, e existirá um alerta para garantir que as informações cheguem a quem solicitou o exame. Todos os dados vão ficar disponíveis em uma plataforma on-line, que vai permitir o acesso do paciente e dos profissionais responsáveis por ele.

O tratamento vai ser decidido por um time de multiprofissionais e o paciente vai ter um acompanhamento personalizado. Além de contar com profissionais especialmente designados para criar iniciativas para aliviar sintomas e dar suporte, principalmente para quem não teve sucesso com o tratamento.

Para melhorar os índices de qualidade, os hospitais e clínicas serão estimulados a ter boas práticas no atendimento ambulatorial, e serão remunerados não mais pela quantidade de procedimentos, mas pelos resultados obtidos e pela qualidade do atendimento em geral.

A outra novidade é criação da função de ‘coordenador de cuidado’: profissional que será responsável por encontrar pacientes doentes e direciona-los para o atendimento correto.

No primeiro ano, os planos de saúde, vão poder escolher se participam da nova norma ou não, para depois se estender por completo.

Tratamento de câncer

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