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Maior medalhista paralímpico do Brasil superou o preconceito e "escolheu ser feliz"

Publicado 8 Set 2016 – 07:45 PM EDT | Atualizado 13 Mar 2018 – 04:42 PM EDT
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O pódio paralímpico é um lugar bem comum na história do nadador Daniel Dias no esporte. Afinal, o maior medalhista do país já contabiliza 15 conquistas, sendo 10 de ouro, 4 de prata e 1 de bronze, vindas das Paralimpíadas de Pequim (2008) e Londres (2012).

Ou seja, mais do que estar em casa, com o apoio da torcida brasileira, Daniel está “tinindo” para chegar em primeiro lugar mais vezes nesta edição das Paralimpíadas do Rio de Janeiro. E quem quer ver de perto a garra e o talento do atleta, terá várias oportunidades: ele cai na água nesta quinta-feira (8) e, com apenas dois dias de descanso, só para de nadar em 17 de setembro, último dia de competições do evento. 

Daniel nasceu sem as mãos e sem a perna direita, e se tornou um exemplo no mundo do esporte adaptado. Tanto que já conquistou 14 títulos e 6 recordes mundiais. 

Conheça mais sobre a história de uma das principais apostas brasileiras nestas Paralimpíadas.

Daniel Dias: conheça a história do paratleta

Nascimento e cirurgia

Daniel nasceu com uma má formação congênita, sem o pé direito e sem as mãos. A mãe conta que, logo após o nascimento, quando passou a mão na pele do bebê, ele sorriu.  Antes dos 3 anos, Daniel precisou passar por uma cirurgia para colocar a prótese na perna. A mãe relata que ele precisou reaprender a andar.

“Nos primeiros meses foi muito difícil, ele tinha que ir constantemente à AACD, em São Paulo, para poder se acostumar a usar a prótese, e é como se tivesse de aprender a andar. Foi difícil, mas ele venceu e começou a andar, foram momentos de lágrimas e vitórias”, disse, em depoimento publicado no site oficial do atleta.

Em entrevistas, Daniel, que hoje tem 28 anos, conta que sempre gostou de esportes e das aulas de educação física na escola. O contato mais próximo com o esporte adaptado aconteceu em 2004, quando foram realizadas as Paralimpíadas de Atenas, em que o nadador Clodoaldo Silva foi coroado: 6 medalhas de ouro e 1 de prata.

Período escolar e preconceito

Daniel conta que o período escolar “foi um momento difícil”, pois sofreu preconceito por outros alunos. “Fui chamado de saci, de aleijado. Cheguei chorando em casa e meus pais conversaram muito comigo e eu entendi que o preconceito existe e vai existir. Fiz a escolha de ser feliz e viver a vida, porque a vida é simples”, contou em participação no quadro Caldeirão Para Todos, do programa Caldeirão do Huck.

Descobrindo a natação

Ele conta que, no início da carreira, começou a treinar com uma equipe que não era deficiente. “Isso me ajudou a treinar, porque eu não queria perder para eles nem eles perderem para mim”. 

O treinados Marcos Rojo, o Marcão, destaca a habilidade física de Daniel. “A estabilidade dele é no trabalho de perna. Ele não tem mão e, por isso, não tem apoio, nem equilíbrio”.

Paralimpíadas e medalhas

Com 20 anos, em 2008, Daniel Dias conquista 9 medalhas da sua primeira Paralimpíada, em Pequim: 4 de ouro, 4 de prata e 1 de bronze. Em 2012, na edição do evento em Londres, ele conquistou nada menos que 6 de ouro.

Família e origem

Daniel nasceu em Campinas (SP), mas cresceu em Camanducaia. Ele é casado e tem dois filhos, para quem espera dedicar medalhas nestes Jogos. “Espero conquistar medalhas para eles”.

Participação na Rio 2016

Para se preparar para as Paralimpíadas no Rio, Daniel treinou em Sierra Nevada, na Espanha, para treinar em altitude e melhorar o desempenho nas provas. O brasileiro passará vários dias “dentro d’água” nestas Paralimpíadas. Veja a programação de competições do atleta:

  • Quinta-feira (8) - 200m livre S5, prova da qual é recordista mundial e bicampeão Paralímpico
  • Sexta-feira (9) - Revezamento 4x50m livre misto
  • Sábado (10) - 50m borboleta
  • Domingo (11) - 100m peito e 50m livre
  • Segunda (12) - 50m livre
  • Quarta-feira (14) - Revezamento 4x100m livre
  • Sexta-feira (16) - 50m costas
  • Sábado (17) - 100m livre e revezamento 4x100m medley
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