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Belga que pensa em eutanásia após Olimpíada comove o mundo: "Sofro muito"

Publicado 8 Ago 2016 – 03:52 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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A atleta belga Marieke Vervoort foi um dos grandes destaques nas paralimpíadas de Londres, em 2012, com três medalhas e campeã na categoria 100 metros em cadeira de rodas. Esse ano, ela tentará superar seus feitos nos jogos no Rio de Janeiro, que acontecem entre 7 e 18 de setembro de 2016. No entanto, o que chama atenção na passagem da atleta pelo Brasil é que este é seu último desejo: Marieke declarou que quer morrer depois das Paralimpíadas.

A belga, hoje com 37 anos, sofre de uma doença degenerativa incurável, que paralisa as pernas e já a deixou sem movimentos da cintura para baixo. O problema avança com o passar dos anos. “É muito difícil descobrir, ano após ano, o que já não consigo mais fazer”, declarou ao jornal francês Le Parisien. Por isso, ela já expressou que participar dos jogos do Rio de Janeiro é seu último desejo em vida. “Treino muito, apesar de lutar diariamente contra minha doença. Espero encerrar minha carreira em um pódio no Rio de Janeiro”, disse.

Eutanásia

Na Bélgica, onde a atleta nasceu, a eutanásia é um processo legalizado, com a condição de que pelo menos três médicos assinem o consentimento. Ao jornal, a atleta contou que já está com trâmites jurídicos acertados e que seu funeral também já está planejado. “Todos me veem sorrir com a medalha de ouro, mas ninguém enxerga o outro lado. Eu sofro muito”, explica Marieke, “mas é inútil reclamar”, completa.

Lei brasileira

Apesar de ser uma prática legal em alguns países, no Brasil, as discussões a respeito da eutanásia ainda estão longe de um veredicto. Aqui, o procedimento é enquadrado como crime hediondo. O que acontece é que o paciente pode escolher se quer ter algum tratamento médico ou não ou se quer receber cuidados paliativos – uma equipe de médicos de diversas especialidade ampara o paciente de forma que a morte possa chegar da maneira mais tranquila e com menos sofrimento possível, sem oferecer tratamentos que prolonguem a vida da pessoa.

Caso polêmico recente

Recentemente, outro caso internacional dividiu opiniões: na Holanda, uma mulher de 20 anos foi autorizada a passar por uma eutanásia. Isso porque a jovem desenvolveu um Transtorno de Estresse Pós-traumático (TEPT), depois de uma série de abusos sexuais, sofridos entre os 5 e os 15 anos.

Documentos publicados pela Comissão Holandesa de Eutanásia afirmam que a mulher foi autorizada a passar por um suicídio assistido baseando-se no laudo psiquiátrico de que sua condição mental chegou a um nível insuportável, e, em consequência, no fato de ser ilegal negar drogas para que ela termine sua vida. Ela recebeu uma injeção letal.

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