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Muito além de Chernobyl: saiba quais são os lugares mais radioativos do mundo

Publicado 25 Mai 2020 – 10:03 AM EDT | Atualizado 25 Mai 2020 – 10:03 AM EDT
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Você certamente já ouviu falar do acidente nuclear em Chernobyl, mas sabia que existem outros lugares onde aconteceram tragédias igualmente alarmantes? Muitas delas foram mantidas em segredo por décadas. E o pior: esses locais radioativos continuam sendo habitados por milhares de pessoas. Assista ao vídeo abaixo e saiba mais:

Locais radioativos no mundo além de Chernobyl

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Semipalátinsk

A região, que pertencia à antiga União soviética, é o local com maior concentração de explosões nucleares do mundo. Por meio século, foi usado para detonar 456 bombas atômicas. E poucos se preocupam com o fato de que, na área e em suas proximidades, vivem 1,5 milhão de pessoas.

Durante a Guerra Fria, os testes eram tão comuns que as crianças acabaram por se acostumar com eles. Na época, os cidadãos desconheciam por completo os riscos da radioatividade em seus corpos. O centro de provas esteve ativo entre 1949 e 1989 e só parou com a queda da União Soviética. E mais: o problema só foi publicamente admitido em 2012.

Os antigos governantes do Cazaquistão nunca informaram que o centro havia sido abandonado e o material radioativo, especialmente o plutônio, ficou à mercê de quem quisesse pegá-lo. Foram necessários 150 milhões de dólares, 17 anos e a ajuda de vários países para selar os túneis e evitar que os materiais caíssem em mãos erradas.

O cenário ainda é mais grave para os filhos e netos de quem morava perto das explosões nucleares, pois eles ainda apresentam altas taxas de câncer e doenças sanguíneas. O local mudou de nome para Semey e o povo tenta ter uma vida normal. Mas já se sabe que 1 em cada 20 bebês que nascem lá tem alguma deformidade.

Hanford

Hanford é uma instalação nuclear desativada localizada às margens do rio Columbia, no estado de Washington, e operado pelo Governo Federal dos Estados Unidos. Foi conhecido como "Chernobyl americano”. Foi lá que os EUA fabricaram o plutônio utilizado na bomba que assolou Nagasaki, no Japão, durante a Segunda Guerra Mundial.

Uma arrepiante realidade foi ocultada dos cidadãos: durante todo esse tempo, Hanford liberou materiais radioativos no rio Columbia, que fornece água à maioria da população. Estudos assinalam que as pessoas próximas à área têm maior risco de sofrer de câncer e doenças da tireoide.

E como se a radioatividade não fosse o suficiente, os trabalhadores dedicados a limpar a região são prejudicados pela irresponsabilidade de seus chefes, uma vez que não recebem equipamentos de proteção necessários.

E o problema não acaba por aí: a quantidade de material radioativo embaixo da terra é tão grande que existe o risco de que provoque uma catástrofe inimaginável. Estima-se que a limpeza do local não terminará antes de 2042.

Mayak

Chernobyl é o acidente nucelar mais famoso do mundo, mas ele não foi o primeiro. O povo de Ozyorsk, 30 anos antes, viveu um desastre similar. Esse caso é bem particular, já que essa cidade foi construída junto com a usina nuclear Mayak, na Rússia. Trata-se de uma cidade fechada, onde os estrangeiros não são bem-vindos e seus moradores não falam sobre o que aconteceu no local.

Nos anos de 1950, a Rússia lutava para ter mais e melhores armas nucelares do que os EUA. Mas a pressa fez com que não fossem tomadas tantas medidas de segurança na planta, considerada uma das maiores e mais importantes.

Para se ter uma ideia, o acidente de Chernobyl foi de nível 7 na escala de acidentes nucelares. O que aconteceu em Mayak, em 1957, foi de nível 6. A Rússia não reconheceu sua existência até 1986. Um tanque subterrâneo alcançou a temperatura de 350 graus Celsius e explodiu com a força de 70 toneladas de TNT.

Embora 10 mil pessoas tenham sido evacuadas, o governo agiu com lentidão e é estimado que milhares de pessoas tenham morrido. Mesmo que pareça irreal pela quantidade de radiação que existe em Ozyorsk, ainda há pessoas que vivem nessa cidade fechada.

A planta de Mayak ainda está em funcionamento, mas não processa plutônio para armas de destruição de massa. Agora, se encarrega de reprocessar combustível nuclear vindo de outros países.

Mas seus processos ainda contaminam os rios com material radioativo. Isso quer dizer que atividades tão corriqueiras como regar o jardim ou beber água estão adoecendo os moradores. E nem todos sabem disso, pois o governo não fala dos perigos gerados pela planta.

Acidente nuclear de Chernobyl

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