A poderosa resposta de George Clooney à medida absurda de Brunei contra gays
Uma medida do governo de Brunei, país do Sudeste Asiático, que prevê o apedrejamento e chibatadas para homossexuais, por conta de suas práticas sexuais, gerou onda de repúdio no mundo inteiro. Aproveitando sua visibilidade no mundo do entretenimento, o ator George Clooney levantou um boicote aos hotéis do sultão do país, Hassanal Bolkiah, espalhados pelo mundo.
O movimento teve apoio de peso de alguns artistas e é uma resposta poderosa de Clooney à medida absurda e conservadora que acaba de ser incluída na lei penal de Brunei.
Leis mudam para gays em Brunei: boicote de artistas
O mundo assiste à triste decisão do governo de Brunei, oficializada em lei, que condena pessoas gays a apedrejamento e chibatadas.
A mudança no Código Penal do país, de acordo com a ONG de defesa de direitos humanos Human Rights Watch (HRW), que passou a valer em 3 de abril, "exige a morte por apedrejamento por sexo extraconjugal, sexo anal e aborto e 40 chicotadas com um chicote para sexo lésbico". Ainda está prevista amputação de membros por roubo.
Além de estarem pedindo que o governo de Brunei, na figura do sultão Hassanal Bolkiah, retroceda na decisão, muita gente tem se posicionado extremamente contra os negócios do político. Uma das vozes mais ampliadas neste processo é a do ator George Clooney.
Em uma coluna publicada no site Deadline, que trata de notícias do entretenimento, ele convoca que todos seus leitores façam boicote aos hotéis que pertencem ao sultão (são nove, no total, pelo mundo). A medida já havia sido aplicada dois anos antes, pela comunidade gay internacional.
Acontece que o sultão Hassanal Bolkiah havia divulgado formalmente a Sharia, ou Lei Islâmica, em 2013. Na ocasião, o governo disse que ela seria colocada em prática em três fases, com multas e prisão incluídas em 2014 e punições com amputação, chicotadas ou apedrejamento até a morte decretadas até 2016.
Apenas por conta do clamor internacional frente à gravidade das punições, o governo atrasou a implementação da lei. A HRW explica que, no final de 2018, entretanto, o procurador-geral de Brunei "emitiu discretamente uma notificação de que a lei seria promulgada na íntegra em 3 de abril".
Por essa razão, a postura de Clooney tem sido tão apoiada. Leia um trecho:
Ao final do comunicado, Clooney elenca os nove hotéis que são propriedade de Hassanal Bolkiah, a saber:
- The Dorchester, em Londres, Inglaterra
- 45 Park Lane, em Londres, Inglaterra
- Coworth Park, Sunningdale, em Reino Unido
- The Beverly Hills Hotel, Beverly Hills, Estados Unidos
- Hotel Bel-Air, Los Angeles, Estados Unidos
- Le Meurice, Paris, França
- Hotel Plaza Athenee, Paris, França
- Hotel Eden, Roma, Itália
- Hotel Principe di Savoia, Milão, Itália
Apoio de artistas
Rapidamente, George Clooney recebeu apoio de seus colegas de profissão e personalidades conhecidas mundialmente, como Ellen Degeneres, Sharon Stone, Bobby Berk (de Queer Eye), Elton John, com publicações nas redes sociais contra a decisão.
Amanhã, o país do #Brunei começará a matar pessoas gays até a morte. Precisamos fazer alguma coisa agora. Por favor, boicotem esses hotéis de propriedade do Sultão de Brunei. Levante suas vozes agora. Espalhe a palavra. Erguer-se.
Por favor boicote esses hotéis! Seu dono, o sultão de #Brunei, recomeçou uma lei em seu país que apedrejaria pessoas até a morte por serem gays. #RaiseYourVoices
Eu acredito que amor é amor e poder amar como escolhemos é um direito humano básico. Onde quer que formos, meu marido David e eu merecemos ser tratados com dignidade e respeito - como fazem todos e cada um dos milhões de pessoas LGBTQ + ao redor do mundo.
Felicito meu amigo, George Garmoney, por tomar uma posição contra a discriminação e o fanatismo anti-gay que ocorrem no país do #Brunei - um lugar onde os gays são brutalizados, ou pior - boicotando os hotéis do sultão.
Brunei é dona do @BevHillsHotel e @HotelBelAir #BoycottBrunei
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