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“Besta do Leste”: que fenômeno raro é esse que deixou a Itália congelada? Veja fotos

Publicado 27 Fev 2018 – 04:20 PM EST | Atualizado 14 Mar 2018 – 03:16 PM EDT
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Os italianos estão enfrentando a frente fria mais gelada desde muito tempo no país. Um fenômeno climático chamado de “besta do Leste” (ou “besta do Oriente”) trouxe do Polo Norte ventos com temperaturas baixíssimas e deixaram diversas cidades debaixo de gelo, como Turim, Bolonha e a capital Roma.

Itália abaixo de zero

A nevasca que atingiu Roma foi a mais forte em 6 anos. Cartões-postais da cidade, como o Coliseu e a Basílica de São Pedro, dentro do Vaticano, amanheceram cobertos de neve e gelo. E a temperatura também caiu a níveis não vistos nas últimas duas décadas para fevereiro. A mínima chegou a registrar -8°C, enquanto a média para o período é 3°C a 15°C.

O fenômeno climático trouxe transtornos ao cidadãos italianos. Os serviços de transportes foram cortados, voos foram cancelados e estabelecimentos públicos e escolas foram fechados por um ou dois dias.

Besta do Leste nasce do vórtice polar

O termo “besta do Leste”, ou “besta do Oriente”, designa os ventos extremamente gelados e muito fortes que chegam à Europa oriundos sobretudo da Sibéria, região no extremo nordeste da Rússia caracterizada por temperaturas muito baixas. Mas, para este fenômeno chegar à Europa ocidental com tanta força, é preciso um evento incomum: a quebra do vórtice polar.

No Ártico, uma área de baixa pressão atmosférica, forma-se um grande redemoinho de ventos em torno do Polo Norte. Este fenômeno é chamado vórtice polar, segundo informa o Potsdam Institute for Climate Impact Research. Este vórtice polar está associado com o ar frio da região - que, obviamente, fica ainda mais frio durante o inverno. Tal evento é comum e se torna mais intenso sempre nesta temporada do ano. O problema dessa vez é que o vórtice se dividiu em dois.

O resultado deste rompimento temporário do vórtice polar é que dois conjuntos diferentes de redemoinhos carregados de ar gelado passam a vagar pelo hemisfério norte. E, de acordo com a reportagem do site norte-americano The Weather Channel, as duas rotas são a costa leste da América do Norte e o corredor norte da Eurásia.

Nas últimas semanas a “besta do Leste” vem avançando da Sibéria e abaixando as temperaturas em pelo menos 2°C por onde passa. Na Itália, trouxe frio e nevascas ao país inteiro, desde as cidades do norte, como Turim e Bolonha, até regiões mais ao sul, como Nápoles.

A previsão é que os ventos sigam em direção a Alemanha, França e Reino Unido. Nestes lugares, a temperatura já está mais baixa: em Londres, a média para o mês é de 7°C, mas este ano o termômetro registra entre -1°C e 5°C.

Mais frio que Polo Norte

Neste momento, a Itália e outros países europeus já estão mais frios que o Ártico. Lá no Polo Norte, a temperatura pode subir até 7°C acima da média para esta semana. Na muito fria Groenlândia (que fica a apenas 650 km do ponto central do Polo Norte), o termômetro marcou mais de 0°C cinco vezes nos últimos 8 dias - fato raro por lá.

Ondas de frio pelo mundo

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