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A atriz que se arrepende de ser mãe e divide suas razões para que outras possam se identificar

Publicado 29 Nov 2021 – 05:06 PM EST | Atualizado 29 Nov 2021 – 05:05 PM EST
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Ter filhos não é obrigação das mulheres. Muitas delas decidem não ser mães e ficam felizes com a decisão, incluindo celebridades.

O desejo ou não pela maternidade passou a ser um assunto importante na sociedade atual, mas pouco ainda se fala sobre as mulheres que se arrependem de ser mães - e a atriz Karla Tenório foi uma das primeiras a comentar isso publicamente.

Expressar seus sentimentos a fez ser criticada e apontada como uma mãe ruim, mas antes que continuassem a julgá-la, ela explicou nas redes sociais por que se arrependia de ser mãe e detalhou sua história.

"O meu parto foi em casa, com uma parteira. Quando minha filha nasceu, levei uma pancada porque já estava me preparando há dois anos e nada do que li refletia o que estava passando. Odiei ser mãe desde o momento em que a cabeça da minha filha apareceu durante o parto. Na época, fiquei pensando se poderia voltar, mas não consegui. Tive uma complicação no parto, porque a mão dela estava na cabeça e foi um processo delicado tirar o resto do corpo. Foi quando me arrependi. A maternidade implica todo um cuidado com a higiene, a formação de um cidadão, um estudo de psicologia para entender cada fase do desenvolvimento, além do dinheiro para pagar todas as despesas de um filho. É uma bola extremamente sufocante estruturada pela sociedade. A maternidade é um empreendimento de alto risco, sem reconhecimento e sem retorno."

O desejo de ser uma mãe perfeita e a pressão a levaram a vivenciar uma psicose pós-parto (ou psicose puerperal), o que colocou sua vida em risco.

Karla diz que seu arrependimento não significa que ela não ame a filha, pelo contrário, seu carinho é extremamente grande; na verdade, ele vem do fato de que ela não encontrou a plenitude e o amor incondicional que achava que deveria sentir.

Depois de aceitar seus sentimentos, conversar sobre o assunto com feministas e especialistas, ela percebeu que não era a única pessoa a se sentir infeliz por não gostar da maternidade, o que a levou a criar o Instagram Mãe Arrependida, onde compartilha histórias de seu caso.

"Este movimento visa combater a construção social, com base na ética cristã, de que as mulheres tenham um amor incondicional pelo filho, que é imagem e semelhança da Virgem Maria; [combater] essa ideia de que quando nos tornamos mães perdemos a sexualidade, nos concentramos totalmente na criança, nos afazeres domésticos e nos cuidados. Eu sou responsável pelos cuidados físicos da minha filha até que ela possa se cuidar, mas, para a sociedade, não é só isso. A mãe é a responsável por essa alma até o fim da vida, um arquétipo de uma santa, que nos abençoa onde quer que estejamos. E eu não quero assumir esse papel, eu só quero ser feliz."

Com quase 20 mil seguidores no Instagram, ela posta informações para mulheres que ainda não têm filhos e estão pensando em ter, para que entendam a complexidade da maternidade e que parem de romantizá-la, enfatizando o impacto que ela pode ter na saúde mental.

"Não quero apenas dizer que sou uma mãe arrependida, quero oferecer a minha dor para falar de algo profundo, que afeta muitas pessoas. Em nossa sociedade, somos filhos e netos de muitas mães arrependidas. E as mulheres precisam ser acolhidas em seus desabafos."

A resposta ao seu conteúdo é incrível e nos mostra um lado pouco explorado da maternidade que pode ser considerado tabu, embora a importância que vem sendo dada à saúde mental há algum tempo possa mudar isso em breve.

Mulheres decidem sobre a maternidade

Original Author: Lili Diaz Original Author URL: https://www.vix.com/es/users/lilia
Original ID value: 240331
Original Site: es
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