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Por que método de fechar corte da cesárea de Virgínia contou com cirurgiões-plásticos

Detalhe do parto de Maria Alice chamou atenção; entenda o que foi feito
Publicado 16 Jul 2021 – 02:20 PM EDT | Atualizado 19 Mai 2022 – 11:30 AM EDT
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Dona de um perfil bombado no Instagram, Virgínia Fonseca costuma usar sua rede social para dividir com os fãs alguns detalhes de sua vida pessoal - o que não foi diferente durante sua gestação e o pós-parto.

Após o nascimento da pequena Maria Alice, a influencer chamou atenção ao contar que levou uma equipe de cirurgiões plásticos - a mesma responsável por sua lipo LAD - para fechar o corte da cesárea sem o uso de fios, mas sim com uma cola especial, a fim de evitar qualquer cicatriz na região do corte.

Diante deste tema, o VIX conversou com alguns profissionais para explicar como é feito este procedimento, assim como seus prós e contras.

Cicatriz da cesárea

Virgínia optou por ter ao seu lado um time de cirurgiões plásticos para aplicarem um método de sutura incomum neste tipo de procedimento: com uma espécie de cola chamada Prineo.

“Trata-se de um adesivo que fecha o corte realizado na cirurgia. É uma tela autoadesiva de poliéster com a proteção bacteriana de um adesivo cutâneo líquido", explica Isabela Viegas, sócia-proprietária da JK Estética Avançada, clínica responsável tanto pela lipo LAD quanto pelo fechamento da cirurgia da influenciadora.

"Segundo especialistas, com a técnica antiga, a sutura pode levar quase uma hora, já com o uso da cola, o tempo é reduzido em 75%, o que significa menos anestesia e menos riscos ao paciente", completa.

Ainda de acordo com Isabela, a tela autoadesiva dispensa curativos e cai sozinha após 15 dias. Vale ressaltar que o fio cirúrgico ainda assim é usado para a sutura das camadas internas do corpo.

"Outra vantagem é que a paciente pode molhar a incisão logo após o procedimento, dispensando a aplicação e a consequente troca de curativos sobre a linha de incisão", afirma.

O ginecologista e obstetra Fernando Prado traz outro ponto de vista referente ao uso da cola e dos fios nas suturas de cesáreas.

Além de terem um custo bem alto, ele afirma que as telas autoadesivas não têm vantagens sobre o fio cirúrgico, normalmente usado em uma cirurgia convencional.

"Existem vários tipos de fios, então é necessário usar o mais apropriado para que a cicatriz fique boa. Ele tem que ser bem fininho, monofilamentar, absorvível e ficar por dentro da pele. Desta forma, não ficam aquelas marcas feias", ele esclarece.

E complementa: "Quando a gente aproxima bem a pele com os fios cirúrgicos convencionais e deixa esse ponto da superfície fazendo ele intraderme com esses fios mais apropriados, fica uma cicatriz muito boa".

O profissional ainda afirma que não existe a necessidade da presença de um cirurgião plástico como apoio a uma cesárea, uma vez que o obstetra é um cirurgião com competência para todo o processo do parto, desde a primeira incisão até o fechamento da pele.

"Ele abre todos os planos, tira o bebê com segurança e depois fecha o útero e todas as camadas, inclusive a pele. A paciente pode levar [um cirurgião plástico] se ela quiser esse 'plus' pra cirurgia dela. Mas um bom obstetra também é um bom cirurgião e a gente consegue ter resultados estéticos excelentes com a técnica convencional".

Contraindicações da cola para sutura


Tanto Isabela quanto Fernando afirmaram que existem algumas contraindicações para o uso da tela autoadesiva.

"A cola não é recomendada em feridas infectadas. Caso a paciente apresente uma reação alérgica, é indicado revisar com o cirurgião a necessidade de retirar antes do tempo previsto", aponta ela.

"Se a cicatriz é muito extensa, também não é indicado. Ou, então, se for para uma cirurgia de emergência, alguma coisa mais grave", complementa o médico.

Sutura da pele: afinal, qual técnica é mais indicada?

Um estudo publicado na Revista Brasileira de Cirurgia Plástica, em 2017, trouxe uma comparação de resultado estético em cicatrizes feitas com uso de fios cirúrgicos e da tela adesiva.

Depois de avaliar 101 procedimentos cirúrgicos de mulheres de 31 a 40 anos - sendo 48 abdominoplastias e 53 mamoplastias -, concluiu-se que o Prineo não possui grandes vantagens sobre as linhas de sutura quanto ao resultado estético.

A grande diferença notada entre os dois métodos foi que o uso da tela apresentou maiores taxas de dermatites por contato em relação àqueles que a ferida foi encerrada com fios cirúrgicos.

Em contrapartida, também foi constatado que o fechamento com a cola apresenta menores índices de alargamento cicatricial, ou seja, a tela ajuda a aproximar a pele quando fica uma borda muito longe da outra.

A conclusão dos pesquisadores, por fim, foi que "os dois grupos demonstraram qualidades cicatriciais excelentes a bons, sem diferença estatística em tais resultados estéticos cicatriciais".

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