Ewbank emociona com 3 perguntas que a mãe de filhos não biológicos escuta todo dia
Não é de hoje que Giovanna Ewbank enfrenta o preconceito com relação à adoção. Desde que conseguiu a guarda de sua primeira filha, Titi, em 2016, a atriz passa por um processo de conscientização sobre a maternidade.
Em sua palestra no TEDx, ela falou um pouco sobre os questionamentos que ouve e como algumas perguntas podem ser bastante ofensivas para quem opta pela adoção.
Giovanna Ewbank no TEDx
Intitulada como "Maternidade: não existe laço maior que o AMOR", a palestra de Ewbank abordou o seu primeiro processo de adoção e a transformação de uma mulher em mãe. Emocionada, a esposa de Bruno Gagliasso contou como foi a sua experiência de "parto" da primogênita e sobre a angústia do processo de busca pela guarda de Titi.
Mas, além de pontos positivos, a mãe de Chissomo, Bless e Zyan decidiu tocar em um assunto bastante delicado: os questionamentos que as pessoas fazem sobre seus filhos. Ela aproveitou e fez um apelo: "Por favor, não façam perguntas constrangedoras a uma mãe adotiva, porque isso dói muito."
Perguntas constrangedoras sobre adoção
Na intenção de mostrar o quanto pode ser sofrido, Gioh fez questão de enumerar e responder às principais perguntas que ouve desde que optou pela primeira adoção. Veja quais são elas:
"E o filho de vocês, vem quando?"
"Vocês podem imaginar que a única resposta que eu posso dar é 'ela já veio, é ela'", diz Ewbank sobre Titi, evidenciando o cunho problemático da pergunta, já que um filho que veio por meio de adoção é um filho, e só, como seria qualquer outro. A atriz aproveitou para contar que antes de Titi, nunca sonhou ser mãe.
"Sempre fui uma mulher que achava que o relógio biológico nunca iria despertar. Eu nunca havia pensado em ter filhos e isso veio com muito questionamento, crítica e também com muita pressão de amigos e família", confessa.
"Eles têm mãe?"
A apresentadora tem a resposta na ponta da língua para quando perguntam se Titi tem mãe: "Tem, eu. Eu sou a mãe dela". Ewbank contou ainda que algumas situações da adoção quebram barreiras que a ciência não seria capaz de explicar. "Sabem aquelas frases: 'Tá no sangue, puxou ao pai, é a cara da mãe'? Vocês acham que minha filha não escuta isso? Ela escuta muito e todos os dias".
"Porque ela é minha cara, ela tem o meu olhar, ela tem o meu sorriso. Ela tem o mesmo gosto que eu e tem o meu jeitinho", fala sobre a primogênita.
"Que lindos! Eles têm família?"
Pode até ser compreensível o que a pessoa quer dizer, mas a pergunta é bastante ofensiva para a mãe adotiva. "É claro que eles têm família. Eles têm a mim, que sou mãe, ao meu marido, que é pai, avós, primos e tios", explica Ewbank.
"Ela quer aparecer"
Essa não é uma pergunta, mas também é bastante ofensiva. "Pra mim é a frase mais cheia de julgamento que eu poderia ouvir na vida. Porque essa frase é preconceituosa. O que faz uma pessoa achar que o meu amor pelos meus filhos não é real ou que é menor do que o de uma mãe biológica?", questiona.
Gioh diz que uma fala como essa "mostra a incapacidade humana de amar". E que pessoas que disseminam falas assim são incapazes de olhar para o próximo.
Conscientização da sociedade
Sabendo, no entanto, que trata-se de uma questão que deve ser mais discutida, a atriz se mostra aberta ao diálogo com quem pensa diferente e que ainda reproduz esse tipo de questionamento. "Tento ser empática e tento, principalmente, compreender as pessoas que não têm o entendimento do que é a dádiva da adoção", explica.
Assim, ela se mantém forte na luta pela conscientização sobre o amor na relação de adoção.