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Luiza Possi conseguiu ovular e engravidar após técnica natural: como é o tratamento?

Publicado 11 Jul 2019 – 03:53 PM EDT | Atualizado 11 Jul 2019 – 04:07 PM EDT
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Recentemente, a cantora Luiza Possi deu à luz seu primeiro filho, Lucca, após uma gestação que foi contra as primeiras expectativas de seus médicos. Isso porque, conforme contou em entrevista ao VIX, Luiza tinha um problema congênito que interferia no desenvolvimento de seus óvulos, fazendo com que eles não chegassem ao tamanho ideal para possibilitar a fecundação.

Em um papo com Ticiane Pinheiro publicado no canal da apresentadora, a cantora revelou que, ciente do problema, apostou em tratamentos de fertilidade para engravidar naturalmente - e um dos que fez durante os três meses que precederam o tão esperado “positivo” foi com a medicina antroposófica, ciência que ainda é desconhecida por muitos.

Tratamento natural de Luiza Possi para engravidar

Conforme contou Luiza na entrevista com Ticiane, o tratamento antroposófico envolveu diferentes medicações que ela tomou diariamente por três meses - todas elas compostas por algum metal. “Eu não acreditava, aí acreditei. [...] Segunda-feira você alinha com platina, quarta, com ouro. São vários metais que você alinha com os dias da semana. Você toma o remédio, toma o metal”, disse.

Antroposofia: o que é?

Conforme explica Catia Chuba, ginecologista especializada em medicina antroposófica da Clínica Tobias, a antroposofia é uma ciência espiritual criada pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner entre os séculos 19 e 20, e, ainda que muitos a relacionem com outra vertente da medicina, a homeopatia, ela não funciona da mesma forma.

Segundo Catia, a antroposofia se baseia na ideia de que seres humanos são formados pela sobreposição de quatro corpos sutis. “O corpo físico é o corpo material, cujo principal olhar é dado pela medicina tradicional. A medicina antroposófica olha a relação do corpo físico com o corpo etérico - campo das forças vitais, a vitalidade - com o corpo astral - das emoções - e com o ‘eu’, a individualidade, centelha mais espiritual que habita o corpo físico”, diz.

Conforme explica a ginecologista, na visão antroposófica, doenças e sintomas surgem com uma desarmonia nas relações tanto entre os corpos sutis entre si quanto na que existe entre eles e os chamados três grandes sistemas: o sistema metabólico, o rítmico e o neurossensorial. Juntos, eles compõem o funcionamento do organismo, e a medicina antroposófica busca essa harmonia fortalecendo o interior do ser humano, promovendo a cura de dentro para fora.

Em uma consulta com um médico antroposófico, essas possíveis desarmonias são avaliadas e, a partir dessa avaliação, o paciente é encaminhado para um tratamento específico. Quanto aos medicamentos, Catia explica que eles são fabricados de maneira bem específica - quase como na homeopatia, por meio de dinamização, diluição, entre outros - e vêm de elementos naturais.

“As medicações são sempre feitas de substâncias naturais, do reino vegetal, mineral, metais, sempre com a produção orgânica desses vegetais”, afirma a médica, explicando que os sete metais que se incluem em tratamentos como o feito por Luiza Possi se relacionam com sete planetas. Na visão da antroposofia, os planetas “dão forma” ao ser humano, e, por isso, os metais que correspondem a eles promovem a revitalização do organismo.

Antroposofia e a fertilidade

Como a medicina antroposófica se baseia muito no funcionamento particular de cada organismo para indicar terapias, não há - ao contrário do que ocorre na medicina tradicional - apenas um grupo de medicamentos ou tratamento específico para fertilidade. Em geral, porém, Catia afirma que eles seguem o objetivo de revitalizar o sistema reprodutor feminino.

“A gente vai tentar harmonizar os corpos sutis e os sistemas de acordo com a percepção que se tem na consulta, mas a base desse tratamento para fertilidade tem o processo de vitalização dos ovários em especial, e o processo de calor uterino”, explica a especialista, ressaltando que uma das formas de se fazer isso é justamente recorrer aos metais, como citado por Luiza.

Para Catia, além de possíveis processos voltados para particularidades do organismo da cantora, o método descrito por ela se apóia na relação dos metais com os planetas para trazer de volta as funções vitais do aparelho reprodutor, curando assim o problema congênito que Luiza tinha e fazendo com que ela passasse a produzir óvulos no tamanho adequado.

“Pode se trabalhar a prata como representante da Lua, o cobre como representante de Vênus, mercúrio como representante do planeta Mercúrio, o estanho como representante do planeta Júpiter, o aurum [ouro] como representante do Sol, etc.”, lista a médica, explicando que, como a antroposofia acredita que os planetas plasmam (ou seja, formam) o corpo humano, os metais correspondentes dão um “reset” nas funções dele.

“É como se, através do princípio plasmador planetário representado pelos metais, os ovários aprendessem de novo a funcionar dentro do que é o fisiológico, normal, esperado para garantir uma boa fertilidade”, afirma a médica, ressaltando que medicamentos não são a única forma de tratamento antroposófico para fertilidade.

“Algumas vezes a gente acaba percebendo outras nuances da vida emocional, da relação entre o casal e de questões trazidas na ancestralidade. Às vezes, é preciso prescrever um aconselhamento biográfico como tratamento antroposófico, uma terapia de casal como tratamento antroposófico, até mesmo a sugestão de realizar uma constelação sistêmica familiar, para desatar alguns nós na ancestralidade que podem ter sido fatores impeditivos de uma gestação”, aponta ela.

Catia lembra ainda que tratamentos antroposóficos são diferentes de uma pessoa para outra, já que levam em consideração características particulares de cada ser humano, e que a avaliação do paciente deve ser sempre realizada por um profissional devidamente capacitado - ou seja, formado em medicina acadêmica tradicional e, posteriormente, na medicina antroposófica.

De acordo com informações da Associação Brasileira de Medicina Antroposófica, ainda que os tratamentos em geral se baseiem nas medicações naturais, é possível que os especialistas recorram a medicamentos alopáticos - sintéticos - quando necessário.

Gravidez e maternidade

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