Médico explica decisão importante de Thaeme ao tentar parto normal por 39 horas

Thaeme Mariôto deu à luz sua primeira filha, a pequena Liz, em 20 de abril de 2019. Desde o início da gestação, ela revelou que desejava ter um parto normal, entretanto, após 39 horas, ela recorreu a uma cesariana humanizada.

Na ferramenta Stories de seu perfil no Instagram, seu obstetra, Dr. Rodrigo da Rosa Filho, revelou que a cantora não teve dilatação do colo do útero necessária para a realização do parto normal, e além de revelar detalhadamente cada etapa de seu trabalho de parto, explicou a importante decisão da mamãe de partir para uma cesariana. Entenda:

Parto de Thaeme Mariôto

Rompimento da bolsa

A mamãe de primeira viagem estava com 39 semanas e um dia de gestação quando sua bolsa rompeu às 3h30 da manhã de quinta-feira para sexta-feira, 19 de abril. Apesar do rompimento, Thaeme ainda não havia entrado em trabalho de parto, o que é comum, e foi instruída por sua equipe médica a ir tranquilamente para o hospital, visto que ainda não possuía contrações e não sentia dor.

Já no hospital, a cantora ficou em observação e à espera de que seu trabalho de parto iniciasse espontaneamente, entretanto, após 12 horas de bolsa rota fora de trabalho de parto, juntamente à equipe médica, foi decidido que iniciariam a indução do parto de Liz. No caso de Thaeme, isso aconteceu através de comprimidos, visto que seu colo ainda estava fechado e esta ação poderia fazer com que ele fosse dilatado, estimulando o início do trabalho de parto.

De acordo com o especialista, durante todo o tempo a saúde da bebê estava sendo monitorada, assim como a da mamãe, que realizava o exame de cardiotocografia a cada três horas, tudo isso para deixá-la mais segura de que tudo corria bem naquele momento tão importante para ela, já que ela ainda gostaria de tentar um parto normal.

Início do trabalho de parto

Na madrugada de sexta-feira para sábado, 20 de abril, cerca de 24 horas após o rompimento da bolsa, Thaeme finalmente entrou em trabalho de parto e começou a ter as contrações mais rítmicas, com maior intensidade e dilatação do colo uterino.

Às 7h00 da manhã deste dia ela entrou na fase ativa de trabalho de parto, quando as contrações são mais intensas, vêm de duas à cinco contrações no intervalo de 10 minutos e com uma dilatação do colo acima de três centímetros. A cantora teve uma dilatação de quatro centímetros às 7h30 da manhã, e a partir daí foi decidido dar andamento ao parto.

Acompanhada por sua doula, por uma enfermeira obstétrica, pelo seu obstetra e por uma anestesista, a mamãe foi direcionada à sala de parto onde em um primeiro momento trabalhou o alívio da dor de diversas formas e sem anestesia, como em um banho de banheira e com massagens.

De acordo com Dr. Rodrigo, o marido da cantora, Fábio Elias, também foi fundamental neste processo, pois esteve presente durante todo o tempo dando forças, apoiando e incentivando Thaeme a continuar, até que ela chegou aos seis centímetros de dilatação por volta do meio dia.

Entretanto, por volta das 14h00 do sábado, a dilatação parou de progredir, Liz não estava descendo adequadamente, as dores de Thaeme estavam ficando cada vez mais intensas e ela até chegou a recorrer à analgesia para descansar, repor as energias e ver se conseguia retomar a tentativa de um parto normal.

A equipe médica tentou mais algumas manobras, mas três horas e meia depois constataram que não houve progresso. Assim, cerca de 39 horas após sua entrada no hospital, e 14 horas de trabalho de parto, Thaeme decidiu que recorreria a uma cesariana.

“A Liz o tempo inteiro sendo monitorada, estando superbem, mas como não havia progressão do trabalho de parto, e ela [Thaeme] já estava mais receosa em relação à Liz, ficava com medo da Liz estar cansada. Foi uma decisão dela, ela optou pela cesárea e a gente, como o princípio é o respeito à parturiente e não o parto normal a todo custo, nós tentamos até o limite que ela achava que era possível e aí foi optado por um parto cesáreo”, afirma o especialista.

Cesárea humanizada

Ao contrário do que muito se pensa, é possível passar por uma cesariana humanizada, como foi o caso de Thaeme. Ainda de acordo com Dr. Rodrigo, o procedimento foi bem tranquilo, o ambiente foi preparado com uma música eleita pelos papais e com uma luz baixa, tudo isso para tornar o nascimento da Liz o momento mais especial possível.

“Foi uma cesárea linda, que eles já se emocionaram ao verem pela primeira vez a Liz, que foi direto para o colo dela [da mãe] (…) A Liz nasceu bem, foi tudo tranquilo, mamou na primeira hora, para ter aquele contato pele a pele, para estimular a produção do colostro, que é o leite inicial”, afirma.

Segundo o especialista, o fato de Thaeme ter entrado em trabalho de parto, mesmo sendo submetida a uma cesariana, tem diversos benefícios como o estímulo da produção de leite materno, a diminuição da possibilidade do abandono da amamentação pelo bebê e a colonização das bactéricas do canal de parto para o bebê, o que contribui para que ele tenha menos distúrbios intestinais no futuro.

Dr. Rodrigo finaliza afirmando que, desde que não colocasse a saúde da mãe e da bebê em risco, toda a equipe que estava com a cantora neste momento tinha como principal objetivo respeitar a sua vontade de ter um parto normal e não induzir uma cesariana desnecessária.

“Ela [Thaeme] foi no limite dela, mas às vezes a gente não tem o controle de tudo, e a cesárea é justamente para isso, para salvar vidas. O que a gente acha ruim é aquela cesárea desnecessária, quando a paciente queria ter parto normal, e ela poderia ter tentado e conseguido (…) O protagonismo de tudo é da própria paciente, a gente indica os caminhos, orienta, explica cada situação para ela tomar as decisões junto com a gente”, diz.

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