Vacina tríplice viral pode causar autismo? Eis a resposta segura
Existe na internet e, especialmente, nas redes sociais, um boato de que a vacina tríplice viral pode causar autismo em crianças. A informação nada verdadeira foi levada a sério por muitos pais preocupados com a saúde dos filhos. E o resultado se refletiu na imunização dos últimos anos que, segundo o Ministério da Saúde, ficou aquém das expectativas.
A vacina tríplice viral imuniza os pequenos contra o sarampo, rubéola e caxumba, e a primeira dose deve ser aplicada aos 12 meses de idade e outra, a tetra viral que protege também contra varicela, aos 15 meses de vida. E mesmo com o descrédito de muitos responsáveis, a vacina é segura e não aumenta as chances de autismo: este foi o resultado de um estudo recente com mais de 650 mil crianças realizado por pesquisadores dinamarqueses.
Vacina tríplice viral não causa autismo
Cientistas da Universidade de Copenhague analisaram dados de vacinação destas crianças junto com informações de possíveis distúrbios psicológicos e não encontraram nenhuma associação entre a tríplice viral e o autismo.
O estudo não só apoia a vacinação como concluiu que a tríplice viral não aumenta os riscos e nem desencadeia o autismo. Mesmo nos pequenos com predisposição a este transtorno – como aqueles com irmãos autistas, que tenham outros casos na família ou pais mais velhos.
De onde surgiu a polêmica?
Esta informação falsa começou a pipocar nos grupos de pais nas redes sociais, mas a polêmica é ainda mais antiga. Em 1998, o médico britânico Andrew Wakefield publicou um artigo em uma respeitada revista científica dizendo que a vacina estaria ligada ao autismo.
Alguns anos depois, foi descoberta a fraude: o estudo havia sido financiado por um advogado que tinha interesse em ganhar dinheiro abrindo processos contra os fabricantes da vacina. Wakefield foi julgado por falsificação e conspiração e perdeu sua licença médica, já que ficou comprovado que foram alterados os dados e prontuários dos pacientes que participaram da suposta pesquisa.
Importância da vacinação
Recentemente, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) fez um alerta sobre os números alarmantes dos casos de sarampo no mundo. Países como o Brasil foram responsáveis pelo crescimento global da doença.
O fundo afirma que o sarampo é mais contagioso que a tuberculose, ebola e até a influenza, já que o vírus é transmitido pelo ar e consegue infectar o sistema respiratório. Pode ser letal especialmente entre os mais vulneráveis, como crianças e bebês pequenos. Como não existe tratamento específico para a doença, a imunização com a vacina tríplice viral continua sendo a principal arma para salvar vidas e prevenir o sarampo.