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É assim que você deve alertar seu filho sobre Momo, segundo psicóloga

Publicado 19 Mar 2019 – 06:01 PM EDT | Atualizado 19 Mar 2019 – 06:01 PM EDT
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Após boatos de que certas pessoas estariam se passando por uma boneca assustadora para incentivar o suicídio via WhatsApp, essa personagem – conhecida como Momo – voltou a ser centro de polêmicas na web. Dessa vez, a história é a de que ela estaria aparecendo no meio de vídeos infantis do YouTube Kids, desdobramento da plataforma voltado especificamente para crianças.

Vídeos que exibem a boneca instruindo o espectador a tirar a própria vida em meio conteúdos infantis circularam em massa pelo Instagram e pelo WhatsApp recentemente e, mesmo que as imagens não provem que isso está realmente acontecendo no YouTube Kids, elas foram o suficiente para deixar muitos pais e mães em completo pânico – e em dúvida sobre como abordar a questão com os pequenos.

Caso Momo: falar ou não com os filhos?

Neste cenário, muito se discutiu sobre como conversar com os filhos a respeito de algo assim; enquanto muita gente achou necessário expor a situação em detalhes para as crianças de forma a deixá-las atentas, houve quem apenas tirasse delas a plataforma para impedir o contato com conteúdos maliciosos. De acordo com a psicóloga Livia Marques, porém, esse é o tipo de situação sem certo e errado.

Como muita gente fica assustada com a possibilidade de os filhos se depararem com os vídeos assustadores da boneca – que, conforme mostram a imagens virais, ensina de maneira gráfica como o espectador deve fazer para se suicidar –, é possível que, ao conversar com eles, o tom do papo seja alarmista. Segundo Livia, essa não é uma opção muito efetiva se a intenção é alertar o filho.

“Demonstrar medo de forma a trazer pânico, tristeza, ansiedade, sensações ruins, pode fazer o inverso. A gente pode fazer com que essa criança mesmo não vendo o vídeo alimente na cabeça dela que a Momo pode aparecer a qualquer momento”, explica Livia, ressaltando que o importante não é exatamente a decisão de falar ou não sobre esse caso específico com a criança.

Segundo a psicóloga, essa decisão cabe apenas aos pais – e, caso eles optem por expor a situação aos filhos, ela aconselha usar um tom ameno, além de um discurso fácil de entender.

“A gente precisa deixar muito claro para essas crianças que vão ter conteúdos que não são legais. Dizer para eles que, se algo não for legal, se alguma coisa as deixar magoadas ou com medo [elas devem] falar com o pai, a mãe ou um responsável”, afirma Livia.

Não falar sobre o caso da boneca também é uma opção a ser respeitada, mas a psicóloga defende que o diálogo sobre internet e televisão seja franco e cuidadoso de forma geral, não apenas quando há uma situação que causa pânico.

Conforme explica ela, manter esse canal aberto faz pais e filhos se aproximarem, algo que torna a criança mais propensa a avisar caso se depare com algo amedrontador.

É necessário proibir?

Conforme explica a psicóloga, disponibilizar ou não tablets, celulares e a televisão às crianças é uma escolha dos pais e, seja ela qual for, deve ser respeitada.

No entanto, proibir apenas uma das redes sociais como forma de prevenir a exposição da criança a algo malicioso e não ter um bom diálogo com ela, segundo Livia, pode não ser muito efetivo.

“O importante é a gente deixar muito claro para as nossas crianças que há risco em qualquer coisa que eles vão assistir”, aconselha a psicóloga, afirmando que retirar o YouTube Kids e permitir o acesso à Netflix, por exemplo, não acaba com as possibilidades da criança de separar com um conteúdo impróprio.

Para ela, o melhor, além de supervisionar essa atividade, é usar os filtros de segurança oferecidos pela plataforma.

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