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Lábio leporino ou palato fendido: o que é? Como é o tratamento? É só com cirurgia?

Publicado 7 Fev 2019 – 02:42 PM EST | Atualizado 7 Fev 2019 – 02:42 PM EST
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Lábio leporino (ou fissura labial) e palato fendido (ou fenda palatina) são más-formações congênitas que ocorrem durante o desenvolvimento do embrião.

De acordo com informações do Hospital Sírio Libanês, as condições possuem diversos graus de intensidade, estão ligadas a fatores genéticos e infecções durante a gravidez. Em ambos os casos, podem afetar a fala, alimentação e dentição da criança, além de acarretar distúrbios respiratórios.

Fissura labial x fenda palatina

O lábio leporino é caracterizado por uma abertura que começa na lateral do lábio superior, que o divide em duas partes.

A falha no fechamento das estruturas pode afetar apenas o lábio ou se estender até o sulco entre os dentes incisivo lateral e canino, atingir a gengiva, o maxilar superior e chegar o nariz.

No caso da fenda palatina, a abertura pode atingir todo o céu da boca e a base do nariz, estabelecendo comunicação direta entre um e outro. Pode também aparecer dividida a úvula (campainha da garganta), resultando em úvula bífida.

Causas do lábio leporino

Segundo dados do Hospital Sírio Libanês, o lábio leporino, na grande maioria dos casos, é resultado da combinação da suscetibilidade genética a fatores ambientais, que ainda permanecem controversos entre os médicos, mas acredita-se que o consumo de álcool e cigarro, além de deficiências nutricionais durante a gestação, podem estar relacionados ao problema.

Lábio leporino é hereditário?

Um estudo realizado no Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP) levanta a hipótese de que a deficiência na metabolização do ácido fólico pela mãe é um dos fatores responsáveis pelo desenvolvimento do lábio leporino no feto, pois isso prejudica a constituição dos genes fetais, inclusive daqueles ligados à formação labial.

A coordenadora do trabalho científico, Maria Rita Passos Bueno, explica, no entanto, que não é correto dizer que a insuficiência metabólica é uma doença materna. A mãe apenas funcionaria como fator ambiental para o surgimento do lábio leporino.

Lábio leporino aparece no ultrassom?

Segundo Dr. Paulo Marinho, ginecologista e obstetra da Perinatal, é possível descobrir se o bebê terá a má-formação ainda na barriga da mãe. Dependendo do tamanho da fissura, o diagnóstico pode ser feito no pré-natal, por meio de ultrassom.

Durante o exame, que geralmente é realizado a partir da 20ª semana de gestação, são analisadas diversas áreas do corpo do bebê – inclusive possíveis lesões nos lábios.

Mas, de acordo com o médico, em alguns casos essa anomalia não é percebida. Em situações mais raras, as lesões podem passar despercebidas por serem pequenas ou pelo bebê estar em uma posição desfavorável no momento do exame. No entanto, na hora do parto são identificadas.

Como é o tratamento do lábio leporino?

O lábio leporino, quando tratado, não traz sequelas à criança. De acordo com o ginecologista, recomenda-se que a malformação seja corrigida o mais rapidamente possível. Ele explica que alguns procedimentos podem começar já nas primeiras horas de vida, como a colocação de placa moldada no céu da boca do bebê.

A intervenção não-cirúrgica irá permitir que o bebê respire com mais facilidade, e muitas vezes consiga mamar ao seio, ou em mamadeira, com um menor risco de aspirar alimentos para o pulmão. A cirurgia virá um pouco mais tarde junto com o suporte de outros profissionais, afirma o especialista.

O tratamento, tanto para o lábio leporino quanto para fenda de palatina, é o longo e é finalizado apenas com a consolidação total dos ossos da face, que ocorre aproximadamente aos 18 anos de idade.

Durante o período, os portadores de fissuras devem ser acompanhados por especialistas em diferentes áreas, incluindo cirurgiões plásticos, fonoaudiólogos e ortodontistas.

Cirurgia para lábio leporino

Os procedimentos cirúrgicos para o lábio leporino são indicados após os três meses de vida. O tratamento consiste em uma série de cirurgias e, por isso, leva tempo. Normalmente, os médicos acompanham a criança até a idade adulta para verificar se houve mudanças no quadro com o crescimento da face.

Doenças em bebês

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