Por que foto de Isis Valverde de top cropped 5 dias após o parto está gerando polêmica
Cinco dias após dar à luz Rael, seu primeiro filho, Isis Valverde publicou uma foto que está dando o que falar no Instagram. Na imagem, a atriz aparece usando um conjunto de saia longa e um top cropped do tipo “ciganinha”, mostrando que sua barriga pós-parto já está bem miudinha.
Apesar dos diversos elogios pela rapidez em recuperar a barriga de antes da gravidez, porém, a maior parte dos comentários vem de mães se lamentando por não terem conseguido fazer o mesmo e de pessoas criticando a atriz pela atitude de expor o corpo já quase enxuto pouquíssimo tempo após dar à luz.
Isis é criticada por mostrar “mini” barriga pós-parto
Após postar a foto, a atriz foi bombardeada de críticas; “Essa foto não ajuda em nada as ‘mães normais’ do Brasil. Não é útil”, diz um deles sobre a atitude de Isis, enquanto outros internautas foram além e lembraram que ela não é a única a expor um corpo magro após uma gravidez.
“Mais uma foto pra ficar para a sociedade que é assim que tem que ser. Que isso que é bonito, que isso que é o normal. Aí 99% das mulheres demoram um ano pra se recuperar, vê uma publicação dessas e entra em depressão. Quando vamos parar de valorizar magreza/barriga chapada pós parto, e super valorizar o momento da mãe?”, questiona uma internauta.
Além das críticas à foto, também não faltam comentários de mães que se mostram frustradas com a própria experiência pós-parto. “Eu no pós parto nem o cabelo voltou para o lugar, imagina o corpo!”, apontou uma. “Eu depois de três anos não voltei”, lamentou outra.
Em meio às críticas, outras seguidoras da atriz decidiram defendê-la. “Agora ninguém mais pode postar uma foto feliz e bem, que é uma ofensa. Mais amor gente e se ame do jeito que você é, sem precisar diminuir ou ofender outra pessoa”, comentou uma.
“Ela posta a foto porque quer e na hora que bem entender. Está se sentindo bem por ter ficado com o corpo que ela queria”, justificou outra internauta. Além das opiniões negativas e positivas a respeito da foto, porém, algumas pessoas usaram o espaço para lembrar algo importante e aconselhar novas mamães.
“Isis, você tá linda! Mas gravidinhas de plantão e mulheres que acabaram de parir, se vocês não estiverem como a Isis, não fiquem tristes, a maioria das mulheres no pós parto muitas vezes não têm tempo nem de escovar os dentes. A Isis representa uma minoria, então não se cobre ainda mais”, disse uma internauta.
“Mulheres que tiveram filhos e os corpos não voltaram ao normal logo e estão se sentindo mal por isso, vocês são maravilhosas e suficientes, cada corpo é um corpo e não tem nada de errado com o de vocês”, aconselha outra.
Cada mulher tem um pós-parto diferente
Assim como Isis, muitas mulheres – famosas ou não – também veem a barriga que antes estava imensa murchar até quase sumir pouco tempo após o parto. Desde que a mãe esteja saudável e seguindo as recomendações do médico, não há nada de errado nisso, mas é importante lembrar que esta não é a realidade da maior parte das mães.
Conforme explica a ginecologista e obstetra Erica Mantelli, é natural que a barriga da mulher demore a diminuir após o parto, já que, mesmo sem o peso do bebê, o útero permanece inchado por alguns dias e, em casos de cesárea, há também o acúmulo de gases na região abdominal.
De acordo com a nutricionista Regina Sarmento, assim como a mulher ganha peso e observa a barriga crescer gradualmente conforme a gestação avança, o processo inverso também tende a ocorrer de maneira gradual. “É justo esperar no mínimo seis meses para a recuperação e o retorno ao peso ideal”, afirma a especialista.
Além disso, são diversos os fatores que podem influenciar no tempo que o corpo da mulher demora a retomar a forma original, e é importante que as mamães saibam da existência deles para não se sentirem culpadas após o parto:
Exercícios físicos antes e durante a gravidez
Assim como Isis, mulheres que praticam atividades físicas regulares antes e durante a gravidez mantêm os músculos mais fortalecidos e tonificados, algo que facilita a recuperação da forma física após a diástase, afastamento dos músculos abdominais que ocorre para acomodar o bebê e que deixam a barriga flácida no período pós-parto.
Ainda que manter os exercícios durante a gestação ajude nesse sentido, nem todas as mulheres podem praticá-los nesse período. Antes de qualquer coisa, a saúde da mulher deve ser avaliada pelo médico que está acompanhando a gravidez e, caso ela possa fazer atividades físicas, deve ser supervisionada.
Alimentação
Assim como a prática regular de exercícios físicos antes da gravidez ajuda a recuperar o corpo mais rapidamente após o parto, quem já tem hábitos alimentares saudáveis e balanceados antes e durante a gestação normalmente tem menos dificuldade em perder a barriguinha e o peso ganho no processo.
É importante lembrar, porém, que não é indicado fazer dietas malucas ou mudanças drásticas na alimentação durante a gravidez sem antes consultar um médico.
Tipo de parto
Enquanto a cesárea demanda um tempo maior de recuperação, o parto normal tende a fazer a barriga murchar mais rapidamente. Isso porque, segundo a ginecologista e obstetra Helena Junqueira, mulheres que optam por esse tipo de parto se recuperam mais rápido, algo que pode favorecer a rotina delas.
“A volta à prática de atividade física é liberada para os dois tipos de parto após 40 dias, mas o retorno a um exercício mais intenso é mais rápido após o parto normal", explica a especialista. Aqui, é importante lembrar que nem todas as mulheres conseguem ter um parto normal, e que nenhuma mãe deve se sentir culpada por isso.
Amamentação
Conforme explica a ginecologista e obstetra Ana Carolina Lúcio Pereira, o processo de amamentar o bebê também é algo que ajuda a recuperar o corpo de antes da gestação. De acordo com ela, o processo pelo qual o organismo fornece glicose ao leite consome muita energia, e os hormônios mais ativos durante esse período também ajudam a acelerar o metabolismo, algo que favorece a perda de peso.
Por diversos motivos, porém, muitas mulheres não conseguem amamentar, e este também não é um motivo para culpa.