Se seu ciclo é desregulado e você ganhou peso recentemente, fique atenta à doença
Nem todas as mulheres tem um ciclo menstrual regular. Algumas delas apresentam intervalos entre os períodos de menstruação que são mais longos que o normal, chegando até mesmo a passar meses sem menstruar. Além disso, é comum que ciclos desregulados venham acompanhados de mudanças hormonais como acne, pelos no corpo e ganho de peso.
O que leva um ciclo menstrual a se desregular? Especialistas atentam que isso pode significar um quadro de Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), um problema que afeta cerca de 20% das mulheres no mundo.
O que é?
A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma desordem endócrina provocada por um quadro de desequilíbrio hormonal. A condição interfere no processo de ovulação, o que leva à formação de cistos que não desaparecem após o ciclo menstrual e, por isso, alteram a estrutura do ovário, fazendo com que ele fique até três vezes mais largo do que o normal.
Entre as principais mudanças da SOP, estão o aumento da circulação de hormônios andrógenos, entre eles a testosterona, que causam ausência ou irregularidade da menstruação, aumento da quantidade de pelos, sobrepeso e outros sintomas. Também ocorre um aumento da quantidade de insulina, substância responsável pela metabolização da glicose no corpo.
Interferência no peso
Além da inconstância do ciclo menstrual, a mulher com síndrome de ovário policístico tende a ganhar peso. A ginecologista Dra. Bárbara Murayama, do Hospital 9 de Julho, explica que em condições normais, as células respondem à ação da insulina absorvendo glicose para gerar energia ou para armazenamento. Porém, com as alterações hormonais, as mulheres com Síndrome do Ovário Policístico costumam apresentar resistência à insulina.
Esse quadro, aliado ao aumento da produção de hormônios sexuais - também comum na síndrome - contribuem para o depósito exagerado de gordura corporal. A gordura acumulada no corpo sob a forma de tecido adiposo, por sua vez, é capaz de produzir o hormônio estrogênio, que, em excesso no corpo feminino, também contribui para o ganho de peso.
Tratamento
As causas ainda não são completamente conhecidas, mas já se sabe que a síndrome tem origem genética, pois irmãs ou filhas de uma mulher portadora da desordem têm 50% de chance de desenvolver o quadro. O quadro não tem cura, mas pode ser controlado através de tratamento medicamentoso, com uso de anticoncepcionais hormonais que podem proteger os ovários da formação dos microcistos e diminuir os níveis de insulina e hormônios masculinos.
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