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O filho da digital influencer italiana Chiara Ferragni, o pequeno Leone, precisou passar por uma cirurgia no ouvido recentemente.
Chiara contou, no perfil que mantém no Instagram, que o procedimento realizado no bebê teve como objetivo implantar tubos no ouvido do filho para drenar um líquido que o menino armazenava no interior do sistema auditivo desde que nasceu e que poderia deixá-lo surdo a longo prazo.
A influencer relatou ainda que a cirurgia foi um sucesso. Leone já está em casa na companhia da mãe e do pai, o rapper Fedez. “Quando você e sua família estão saudáveis, você não pode reclamar. É a coisa mais importante do universo. Ser mãe e ver o seu bebê com dor lhe dá a sensação de que você está morrendo.”
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Líquido no ouvido

Existe uma estrutura, que se assemelha a um tubo, dentro da orelha de cada pessoa denominada trompa de Eustáquio. Localizada na orelha média, ela é responsável por igualar a pressão da região com a orelha externa, por drenar o líquido da orelha média e por fazer a comunicação entre ouvido e nariz.
Quando a trompa de Eustáquio fica obstruída e tem o fluxo de ar e líquidos dificultada, é comum a ocorrência de dor e o acúmulo de materiais no local.
No caso de bebês, a trompa é muito pouco angulada, o que facilita o depósito de substâncias no tubo. “Isso favorece que alimentos e secreções possam regurgitar do fundo da garganta e do nariz para os ouvidos”, afirma a otorrinolaringologista Jeanne Oiticica.
O processo gera dor, especialmente após o ato de deglutir a comida, como o leite.
Risco: infecção no ouvido e surdez

O acúmulo de líquidos no ouvido médio, região onde se encontra a trompa de Eustáquio, pode desenvolver quadros de infecção na região, a chamada otite média, uma vez que a secreção possibilita a proliferação de bactérias no local.
O quadro é comum principalmente em pessoas que têm muitas alergias ao leite, que têm infecção várias vezes ao ano (de repetição) e em crianças que são amamentadas muito deitadas, já que parte do leite que a criança está ingerindo pode ir para a orelha média.
“Pessoas com infecções de repetição têm mais propensão de desenvolver um quadro de otite média serosa, que é o acúmulo de líquido na região retrotimpânica, atrás do tímpano”, explica Danilo Sguillar, otorrinolaringologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Como identificar?

Em casos de otite média, os sintomas mais frequentes são dor muito forte de ouvido e prurido, a ocorrência de diminuição da audição, febre, falta de apetite, secreção e, em situações extremas, a ruptura da membrana do tímpano – provocando a eliminação de uma secreção misturada a sangue.
“Esse tipo é bem mais perigoso porque traz problemas definitivos à audição”, reforça o otorrinolaringologista Jamal Azzam.
Já o quadro de surdez em si decorrida de infecção, especialmente em bebês, é difícil de ser identificada porque não apresenta sintomas físicos – e também por ser gradativa, não sendo notada de imediato.
Ainda assim, vale lembrar que ela é possível de ser revertida e, se diagnosticada precocemente, melhor. “É necessário tratar o problema o quanto antes porque é um quadro que evolui, podendo gerar até a surdez irreversível”, alerta Sguillar.
Se não for possível o cuidado precoce, o médico lembra que a idade escolar é um bom parâmetro de avaliação da questão em crianças, que podem se mostrar desatentas e com dificuldade para ouvir os professores e amigos.
Como evitar acúmulo de líquido e infecções no ouvido

O hábito de mamar deitado ou se alimentar nesta posição favorece o acúmulo de líquidos na trompa de Eustáquio pela má angulação da estrutura, então o ideal é evitar o hábito. Com o crescimento da cabeça e da face do bebê, o tubo passa aos poucos a ocupar uma posição mais vertical, o que minimiza esta possibilidade de aumento de pressão e de dores sistemáticas.
Para evitar infecções no ouvido, a recomendação é sempre manter as vias respiratórias livres. “Durante a gripe, usar bastante soro fisiológico para lavar o nariz e fazer inalações”, indica Azzam.
O tratamento para otites é feito com o uso de medicamentos indicados por médicos. “Chamamos atenção para não pingar nada nos ouvidos sem ordem de um especialista”, alerta Azzam.
Cirurgias são recomendadas para casos em que a sensação provocada pelo acúmulo de secreções não regride espontaneamente. “Existe a possibilidade de procedimento cirúrgico, mas não para o quadro de otite aguda. É para quando a criança tem o catarro crônico no ouvido. Às vezes ela pode ficar meses com ele”, conclui Azzam.
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