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O que fazer (e o que NÃO FAZER) quando seu filho ou filha começa a se masturbar

Publicado 15 Nov 2018 – 10:00 AM EST | Atualizado 15 Nov 2018 – 10:00 AM EST
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Assim que chega ao mundo, o bebê é apresentado à inúmeras descobertas que envolvem tanto sua relação com o mundo, como consigo mesmo. Essa jornada de conhecimento não é rápida, muito pelo contrário, vai se desenvolver em diferentes níveis conforme o pequeno for se desenvolvendo. Por volta dos 3 ou 4 anos é comum as crianças irem percebendo a existência das partes que formam sua estrutura corporal e, com isso, entram em contato com seus órgãos genitais e, naturalmente, com o prazer associado ao toque.

Masturbação infantil

Embora seja um tema que gera desconforto para alguns pais, a masturbação infantil é algo comum no processo de autodescoberta da criança sobre seu corpo e, como tal, pode desencadear grandes desafios ao pequeno se for reprimida ou se não for explicada com cuidado.

Uma forma de encarar o tema com mais abertura e sensibilidade é desvincular a masturbação infantil da masturbação adulta. Elas nascem de impulsos completamente diferentes, uma vez que na infância, o ato de tocar-se não está relacionado à um desejo sexual pelo outro e sim a uma processo de curiosidade sobre si mesmo. É importante entender que as crianças não se excitam, a experiência é exclusivamente sensorial, não há erotização. O problema está no olhar do adulto para a sexualidade infantil.

Sexualidade infantil

Considerado o pai da psicanálise, Sigmund Freud foi o primeiro a falar sobre a sexualidade infantil. Para o psicanalista, essa sexualidade é dividida em cinco fases: oral, anal, fálica, latência e genital. Vale ressaltar que, apesar de existirem marcos do desenvolvimento infantil, cada criança é única e tem o seu tempo para descobrir e entender o mundo ao seu redor. Veja as características de cada fase:

Fase oral de 0 a 1 ano:

A boca é a região de prazer, por isso, a criança leva tudo a boca;

Fase anal de 2 a 4 anos:

O ânus é a área de maior satisfação, a criança descobre que pode controlar as fezes;

Fase fálica de 4 a 6 anos:

Nesse estágio, a criança volta sua atenção para o genital e começa a examiná-lo e estimulá-lo. Para os pequenos, é apenas uma experiência sensorial e vai se repetir por ser agradável.

Fase de latência de 6 a 11 anos:

A criança concentra sua energia em atividades sociais;

Fase genital a partir dos 11 anos:

Resgate dos impulsos sexuais, ruptura com a identidade infantil.

O que fazer se a criança se masturba


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Tratar com normalidade

É essencial que a criança não sinta que está cometendo um erro ao se masturbar, ou seja, que ela não seja reprimida. Adultos podem orientá-la, mas com o cuidado de tratar a questão a naturalidade que ela de fato representa.

Ensinar sobre privacidade

Ajude o seu filho a distinguir entre como se comportar em público e em privado no que respeita ao seu corpo, pontuando o que se passa no seu corpo e explicando que existem ambientes onde ele não deve se tocar. Nos casos de a masturbação acontecer em público, a abordagem dos pais deve ser em uma ambiente particular, para não transmitir uma mensagem paradoxal. Uma dica importante é usar o adulto como um exemplo para ajudar a criança a compreender a orientação.

Sugerir outras formas de prazer

É comum crianças se tocarem quando estão em momentos de descanso ou entediadas. Se o pequeno se masturba com frequência nesses momentos, o ideal é ampliar o leque de possibilidade dele sentir prazer, seja sugerindo brincadeiras ou até mesmo novos hábitos de relaxamento, como fazer um auto-cafuné.

O que NÃO fazer se a criança se masturba

  • Tirar a mão da criança do genital disfarçadamente
  • Fingir que não viu e não falar nada
  • Ameaçar a criança: “Se fizer isso de novo, vou te dar um tapa”
  • Tentar distraí-la com outra atividade para que não tenha tempo de mexer em seu corpo
  • Inventar histórias cabulosas como: "se você mexer aí vai ficar cheia de manchas"

A masturbação não é, de forma alguma, sinal de patologia ou problema, mas sim uma forma de expressão sexual normal e natural da infância. Repreender, castigar ou fazer associações negativas à sexualidade da criança pode provocar o efeito contrário para além da possibilidade de promover o desenvolvimento de uma série de preconceitos em relação à sua expressão sexual futura.

Desenvolvimento infantil

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