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Perigo de Momo: por que você deve orientar seu filho sobre o novo desafio do WhatsApp?

Publicado 23 Jul 2018 – 10:10 AM EDT | Atualizado 26 Mar 2019 – 04:57 PM EDT
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Parece que um novo desafio ganhou as redes sociais e, mais uma vez, é preciso estar alerta. Depois da Baleia Azul, um perigoso desafio online, agora chegou a vez do Momo. Apesar de não colocar em risco a vida dos participantes, o desafio acende um alerta ao risco da exposição de seus dados pessoais na internet.

Momo: o que é?

Em um vídeo postado pelo famoso youtuber Felipe Neto, ele consegue explicar no que consiste a "brincadeira". O usuário do WhatsApp deve adicionar o suposto número de Momo no aplicativo e os dois começariam a conversar. Já se sabe que há, pelo menos, três números se passando por Momo ao redor do mundo.

Além de fotos e vídeos perturbadores, alguns usuários relataram sofrer ameaças em relação a seus familiares e ter alguns dados pessoais confirmados pela "personagem".

Segundo o youtuber, a foto de uma boneca bizarra seria, na verdade, uma escultura exposta no Vanilla Gallery em Tóquio, Japão. Com os olhos bem esbugalhados e uma feição bastante estranha, a imagem assusta crianças e adolescentes na internet, que acreditam se tratar de uma maldição. Na verdade, Momo só nos deixa ainda mais alertas com a questão da proteção de dados nas redes sociais, principalmente de crianças e adolescentes.

Informações disponibilizadas na internet

Somente no Brasil, 62 milhões de pessoas foram vítimas de cibercrimes em 2017, o que representa 61% da população adulta com acesso à internet, segundo o CyberHandbook. Entre crianças e adolescentes, esse número aumenta, cerca de 80% dos pais não têm ideia dos conteúdos acessados pelos filhos diariamente na internet, o que os coloca em uma posição vulnerável.

Se até mesmo organizações de prestígio, com um esquema de segurança de informações avançado, já tiveram vazamentos de dados de seus consumidores, como podemos pensar que estamos protegidos com a exposição extrema nas redes sociais?

De acordo com Alexandre Moraes, engenheiro especialista em segurança na internet, podemos nos proteger com alguns pequenos passos. "Devemos procurar fornecer o mínimo de informações necessárias para sites e estabelecimentos, não entregar dados adicionais como emprego e renda, e fazer operações apenas com sites idôneos", aponta.

Já para os pais que procuram proteger seus filhos que ainda pequenos já têm acesso à internet e ficam à mercê de cibercriminosos, o cuidado é um pouco diferente.

"É importante que os pais não deixem as crianças desacompanhadas em suas atividades digitais, mas há uma grande diferença entre cuidado e intromissão. Embora seja importante confiar nas crianças e ensiná-las como se comportar online com segurança, suas recomendações não são capazes de evitar que algo apareça inesperadamente na tela. Por isso, soluções de segurança avançadas são essenciais para garantir que as crianças tenham experiências online positivas e não prejudiciais", explica Fábio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky Lab.

Hoje em dia, alguns softwares que permitem o acesso dos pais a buscas e sites que estão sendo acessados pelas crianças ajudam a controlar os perigos aos quais eles estão expostos, mas é preciso sempre preservar a intimidade e manter o diálogo.

Como as informações são acessadas

Fabio alerta que muito provavelmente as informações acessadas pela Momo são obtidas através do que chamamos engenharia social.

"É uma técnica bem conhecida em golpes disseminados pelo WhatsApp, pois é assim que a campanha maliciosa se dissemina de forma rápida e abrangente. No campo da segurança da informação, este termo usado para fazer referência a um conjunto de técnicas usadas por cibercriminosos para manipular as suas vítimas com o objetivo de obter informações confidenciais ou convencê-las a executar ações que comprometam seu sistema", esclarece.

A engenharia social tornou-se bastante popular nos últimos anos graças ao crescimento exponencial das redes sociais, mensagens de e-mail e outras formas de comunicação online. Saber um simples número de celular já é o suficiente para que um indivíduo consiga informações importantes sobre outro na internet. "Atualmente, acontecem muitos incidentes de vazamentos de dados. Além disso existem serviços undergrounds (e outros públicos) onde é possível obter dados pessoais facilmente", exemplifica Assolini.

Fabio ainda alerta para os chamados phishing, que acontecem em aplicativos de mensagem como o WhatsApp. "São golpes que criam uma espécie de isca para chamar a atenção dos usuários e fazer com que eles cliquem em um link malicioso. A partir disso, a vítima pode ser direcionada para um site falso em que pede suas informações pessoais e bancárias, ou até mesmo baixar um aplicativo malicioso", fala.

A dica é se atentar às configurações disponíveis em cada aplicativo, como restrição de dados e acesso a microfone e câmera, por exemplo, para se proteger ao máximo e ter cuidado ao revelar informações demais nas redes, que podem acabar por facilitar um cibercrime.

"Dependendo do conteúdo que o usuário posta a respeito da sua viagem e até mesmo se está sozinho em casa, pois seus pais foram viajar, isso pode chegar nas mãos de cibercriminosos através das redes sociais. No entanto, o usuário pode e deve assumir o controle de sua informação, uma vez que tanto os navegadores de Internet quanto os sistemas operacionais móveis, oferecem configurações que permitem proteger sua privacidade online e limitar a quantidade de informações que o usuário quer fornecer", alerta.

Veja o vídeo na íntegra:

Segurança na internet

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