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Por que prática de Patrícia Abravanel para amamentar Jane é tão falada por médicos?

Publicado 13 Jul 2018 – 06:13 PM EDT | Atualizado 13 Jul 2018 – 06:13 PM EDT
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Patrícia Abravanel declarou no Instagram Stories que contou com ajuda para o processo de amamentação da filha caçula, Jane, de seis meses. Acontece que ela e a irmã Renata ficaram grávidas em períodos próximos e a apresentadora revelou a seus seguidores que, algumas vezes, complementou a alimentação da filha com o leite doado pela tia da menina.

Patrícia parou de amamentar a pequena aos três meses de idade. A prática da amamentação cruzada é comum, principalmente entre mulheres da mesma família.

Algumas famosas como Déborah Secco chegaram a adotar a prática, porém, o hábito é perigoso para a saúde do bebê.

Riscos da amamentação cruzada

A amamentação cruzada - quando uma mulher amamenta o bebê de outra mulher - é um costume antigo, mas que contém uma série de contraindicações. O pediatra e homeopata Moisés Chenchinski, presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo, explica que, apesar de ser um ato humanitário e repleto de generosidade, a prática é contraindicada pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde.

"Antigamente, ela era comum e feita pelas amas de leite, mas, com o surgimento da Aids e o conhecimento de que é possível transmitir o vírus pelo leite materno, e não apenas na gestação, ela passou a ser questionada e agora é contraindicada", explica.

O ato é proibido devido ao risco de transmissão de doenças através da amamentação. Além da Aids, hepatites e microrganismos como o vírus HTLV (Vírus Linfotrópico da Célula T Humana) podem ser passados através do leite do peito e do sangue proveniente de machucados nos mamilos.

Mesmo sendo de um parente próximo, o pediatra Moisés alerta que é impossível ter certeza de que a pessoa que vá amamentar seu filho esteja 100% saudável.

"É possível que a doença desse indivíduo esteja na janela imunológica, que é o tempo que demora para ela se manifestar até mesmo nos exames, em período de incubação ou que tenha sido contraída só recentemente", diz.

Outro perigo é de que a criança acabe por infectar a lactante que está doando leite para ela, causando assim uma reação em cadeia de transmissão de microrganismos.

Mais uma questão que impossibilita a amamentação cruzada é a mudança pela qual o leite materno passa durante todo o processo da mamada, ou seja, o elementos como período do dia e idade do bebê influenciam na composição do alimento, ou seja, bebês de idades diferentes não poderiam receber o mesmo leite.

Alternativas para amamentação cruzada

Moisés Chencinski explica que existem duas alternativas mais seguras para casos em que há um grande desejo de que o bebê volte a mamar leite materno. O primeiro deles é a relactação, procedimento pelo qual a cantora Sandy passou com seu filho Theo.

A relactação consiste em oferecer o leite artificial através de uma pequena sonda colocada junto ao mamilo enquanto o bebê suga o seio da mãe. A sucção estimula a produção do hormônio prolactina e, consequentemente, de leite e pode ser feita até mesmo por mães adotivas que desejam dar de mamar a seus filhos.

Como segunda possibilidade, a mulher que vai doar o leite deve armazená-lo de maneira correta e levar até o banco de leite mais próximo. Ao fazer isso, é importante solicitar o encaminhamento diretamente para sua irmã, parente ou conhecida.

"A doadora terá de dar 30% de seu leite para o banco, que o encaminha para hospitais, local onde o leite é de imensa importância para prematuros, mas o alimento certamente será analisado e pasteurizado, impedindo que haja contaminações cruzadas", explica Moisés.

Amamentação correta

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