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O que toda mulher deve levar em consideração antes de marcar a cesárea

Publicado 30 Ago 2018 – 06:00 AM EDT | Atualizado 30 Ago 2018 – 06:00 AM EDT
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A cesárea é a via de nascimento mais comum no Brasil, na rede pública o procedimento ultrapassa 50% dos casos, e na rede privada chega a quase 90%.

Os dados são alarmantes tendo em vista que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), nascimentos por via cirúrgica não deveriam ultrapassar os 15% - taxa referente aos casos em que realmente é necessária a realização da cirurgia.

A recomendação existe, entre outras coisas, porque a cesárea é um procedimento de grande interferência cirúrgica que apresenta riscos para a mãe e para o bebê e que, portanto, é indicada apenas em casos de grande necessidade.

Ou seja, situações em que os riscos do parto se sobressaem ao do procedimento. Para esses, a cesariana é importantíssimas e salva vidas.

Cesárea agendada

Ainda que a cesárea não seja considerada a via mais segura de nascimento quando a gestação está saudável, algumas gestantes optam por realizá-la antes mesmo de entrar em trabalho de parto; esse caso é chamado de cesárea eletiva, que seria como uma cesárea agendada.

Falta de informação, indicação do médico e medo do parto normal são algumas das situações que levam mulheres a escolherem o nascimento via cesárea. Nesses casos, é fundamental que a mulher considere alguns fatores que acompanham a decisão.

Riscos de marcar a cesárea

Um dos riscos envolvidos na cesárea eletiva é a chance de o médico errar no cálculo gestacional e o bebê nascer prematuro. Com isso, a criança deixa de ganhar peso e de amadurecer os pulmões, e ainda corre o risco de precisar ser internada em uma UTI neonatal por conta da prematuridade.

Além disso, a escolha pela cesárea abarca todos os outros riscos associados ao procedimento cirúrgico, que fazem do parto normal mais indicado quando possível.

Quais são os riscos da cesárea?

Atraso na produção do leite

O organismo, ao ser surpreendido por uma cesárea sem ter entrado em trabalho de parto antes, não está pronto para produção do leite. Em alguns casos, mulheres que passaram pela cirurgia demoram de dois a cinco dias para produzir o alimento.

Insuficiência respiratória

De acordo com dados do Ministério da Saúde, as cesáreas aumentam em 120 vezes a probabilidade de problemas respiratórios para o recém-nascido e se trata da principal causa do encaminhamento de bebês para UTIs neo-natais.

Isso ocorre porque se o bebê é retirado do útero antes de estar pronto, seu pulmão não funciona perfeitamente. Além disso, é durante a apertada passagem pelo canal vaginal de todos os líquidos do órgão são eliminados. Na cirurgia não ocorre esse apertamento e esses líquidos podem causar complicações.

Lesões da bexiga

Depois da primeira cesárea, o risco de lesões na bexiga aumenta nas próximas gestações, considerando que o tecido que se desenvolveu depois do parto anterior está mais frágil.

Hemorragia

Qualquer cirurgia cesariana tem como risco a hemorragia. Porém, o risco de sangramento grave é proporcional ao número de cesáreas anteriores. A necessidade de uma histerectomia - remoção do útero - para controlar o sangramento também aumenta com o número de repetição das cirurgias.

Problemas com a placenta

Quanto maior o número de cesáreas e consequentemente mais cicatrizes no útero, maior o risco de desenvolver problemas com a placenta, como a placenta acreta, nas gestações seguintes.

Diminuição das chances de parto normal futuro

Cada incisão uterina deixa um ponto fraco na parede do útero. Por isso, quanto mais cicatrizes existem, menores as chances da mulher conseguir um parto normal depois de 3 ou 4 cesáreas.

Ruptura uterina

De acordo com publicação de Dra. Melania Amorim, médica obstetra pós-doutorada na OMS, membro da Febrasgo (Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia) e autora do blog Estuda, Melania, Estuda, a maior preocupação de um trabalho de parto depois de uma cesariana é a possibilidade de ocorrer uma ruptura uterina e as complicações decorrentes, tanto materna como perinatais. A ruptura pode ocorrer porque a região da cicatriz deixada no útero não tem a mesma resistência do tecido íntegro e, por isso, torna-se um ponto de fragilidade.

Maior risco de morte neonatal e materna

Ainda conforme a médica, o risco de um bebê morrer em uma cesárea é 2,5 vezes maior do que o risco de um bebê morrer em um parto normal. O risco de uma gestante morrer é 3 a 5 vezes maior nesse procedimento.

Via de nascimento

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