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Escolinha de Rocco tem método curioso para acolher crianças pequenas: 8 ideias práticas

Publicado 21 Jun 2018 – 02:46 PM EDT | Atualizado 21 Jun 2018 – 02:46 PM EDT
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Rafa Brites contou para seus seguidores no Instagram que Rocco, seu primeiro filho, fruto do relacionamento com Felipe Andreoli, está indo oficialmente para a escolinha. O herdeiro está com um aninho e quatro meses.

No post, a repórter fala sobre o processo de adaptação ao novo ambiente, como foi difícil aceitar a nova fase da criança e também o método de aprendizado muito interessante que escolheu. Entenda:

Quando colocar filho na escola

Rafa compartilhou com bastante sinceridade a angústia que sentiu ao ver o filho tão pequenininho indo para a escola, mas que percebeu que era parte natural do desenvolvimento da criança.

"Meu coração não aguenta ver ele assim de uniforme. Por mim, ficaria até os dois anos em casa, mas com 1 ano e 4 meses, quando o vejo batendo na porta da frente, querendo sair, chorando quando algum amigo que vem na nossa casa vai embora, interagindo com todos que passam, percebi que não devo olhar para mim para decidir o que devo fazer por ele e, sim, ler o que ele precisa e em que estágio ele está", contou a mamãe.

Decisão tomada, a repórter pesquisou que tipo de escolinha gostaria para o filho e optou por uma instituição cujo método de ensino é um pouco diferente e muito interessante: o método Emmi Pikler.

Método Emmi Pikler de educação para bebês

A filosofia seguida nesse estilo pedagógico pode assustar os pais em um primeiro momento, principalmente aqueles superprotetores. É importante ressaltar que o modelo já é aplicado internacionalmente e que, no Brasil, não existe nenhuma escola oficial do método, apenas instituições que se baseiam na filosofia aplicada por Emmi.

O nome faz alusão à criadora do método, Emmi Pikler, pediatra que no período pós-Segunda Guerra Mundial acolheu um grupo de crianças que perderam os pais ou que eram impossibilitadas de conviver com eles (por conta de doenças contagiosas, por exemplo), na Hungria.

A metodologia ganhou reconhecimento quando um grupo de cientistas percebeu que as crianças acolhidas por Pikler tinham um desenvolvimento superior àquelas que foram criadas dentro do ambiente familiar estruturado - contrariando um fato dado de que crianças que crescem sem a figura materna ou paterna se tornam adultos problemáticos.

Foi descoberto que, na verdade, o que fazia toda a diferença no desenvolvimento dessas crianças era o tratamento e relacionamento dos adultos com os bebês. A filosofia de educação Pikler é baseada em dois princípios que destoam do que estamos acostumados a ver: autonomia e segurança afetiva.

Autonomia

O método fala sobre as "violências suaves" que os adultos cometem, sem nem perceber, com os pequenos nessa fase. A maioria de nós acredita que os bebês são capazes de pouquíssimas coisas e que devemos facilitar ao máximo a sobrevivência deles, quando, na verdade, apesar de pequenos, eles já possuem capacidades subestimadas pelos adultos, como a locomoção.

É costume carregar o bebê no colo a todo momento, evitar deixar ele em contato com o chão, buscar os brinquedos que eles almejam e é isso que Pikler contraria ao falar sobre a autonomia. Nessa linha de pensamento, o bebê deve ter total controle do seu corpo e ser estimulado a conquistar o que almeja.

Por exemplo, ao buscarmos um brinquedo para o bebê, em vez de permitir que ele engatinhe (ou até mesmo se arraste) para alcançar, deixamos a criança em uma situação de conforto, sem incentivar o sentimento de conquista e vitória. Isso afeta o que Emmi chamou de pele psicológica na criança, uma estrutura que será responsável pela autoconfiança daquele indivíduo até a vida adulta.

Outro ponto que deve ser observado pelos pais é o contato de maneira invasiva com a criança. Temos o hábito de limpar o nariz dos pequenos, trocar a roupa deles, pegar sempre na mão, ajudar o bebê a levantar e o colocar sentado... Tudo isso, de acordo com Pikler, faz com que a criança receba apenas estímulos dos adultos, tendo uma posição passiva em seu próprio desenvolvimento.

Segurança afetiva

Por incrível que pareça, os bebês possuem expectativas em relação a suas conquistas. É importante que o adulto crie um ambiente positivo e confortável para o neném e que o deixe livre para reagir aos estímulos, sem a cobrança de resultados.

Os adultos precisam entender que cada criança possui um tempo de desenvolvimento e que, nem sempre o que esperamos que eles façam, é o que eles esperam fazer e conquistar.

Por isso, é importante que o ambiente seja livre para que ela explore e descubra os objetos a sua maneira e assim guie o seu próprio desenvolvimento. O papel do adulto não é interferir nas atividades das crianças ou estimular brincadeiras, mas de garantir que elas encontrem a segurança e apoio que precisam para se desenvolver em seu tempo.

Dicas de como implementar o método

1. Esqueça os tapetinhos emborrachados, cercadinhos e tudo isso. O lugar do bebê brincar e se desenvolver é no chão (bem limpo, é claro). Só assim os movimentos da criança poderão ser realmente livres. Com seu apoio, ele descobrirá como se apoiar para se levantar e aprender a cair sem se machucar, por exemplo.

2. Sempre que possível, o bebê deve ficar deitado de barriga para cima, assim ele poderá exercitar os movimentos de virada e sustentação que são cruciais para seu desenvolvimento. Quando já colocamos o bebê sentado, impedindo que ele tente se posicionar dessa maneira, fazemos com que a criança deixe de amadurecer seu lado físico e motor.

3. Evitar dar tudo na mão do bebê e procurar despertar no ambiente em que ele fica a curiosidade da criança, para que ela busque alcançar os objetos sozinha.

4. Nada de investir em brinquedos supercaros. O método fala sobre como a simplicidade e adequação daquilo que é destinado aos bebês é importante. Por exemplo, pequenos pedaços de tecidos, para ele aprender texturas, bolas de diversos tamanhos e bacias de de metal – pelo formato, peso, material e capacidade de entender reflexo – música, dança e artes visuais são supervalorizadas na filosofia Pikler.

5. Na hora de pensar nas roupinhas do bebê tenham em mente sempre o conforto da criança. Eles ficam lindos com “roupinhas de adulto”, mas muitas delas limitam os movimentos do bebê e isso atrapalha na autonomia deles.

6. Quando estiver presente com a criança, esteja de todo o coração para acompanhar, dar afeto e acolher, mas somente quando solicitado. O adulto deve intervir diretamente só quando percebe que existe disputa entre as crianças ou um grande nível de frustração e cansaço.

7. Sempre procure pontuar as conquistas da criança e narrar o que está acontecendo (mesmo que ele seja um bebezinho, avise que é o momento de trocar as fraldas, por exemplo, e faça ele participar do processo).

8. Jamais diga qual resultado é esperado daquilo, porque a sua expectativa pode ser diferente da expectativa da criança e isso acaba por frustrar o indivíduo. Fique feliz com o resultado que ele alcançar, mesmo se não for aquele esperado por você.

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