null: nullpx
amamentação-Mulher

Desmame gentil ajudou filhinha de Mariana Bridi a largar o peito aos 3 aninhos: o que é?

Publicado 7 Jun 2018 – 04:18 PM EDT | Atualizado 7 Jun 2018 – 04:18 PM EDT
Compartilhar

Rafael Cardoso e Marina Bridi são pais da pequena Aurora, de três anos, e do recém-nascido Valentim. A mamãe costuma compartilhar na internet alguns detalhes de sua vida materna e publicou um vídeo contando como foi o período de amamentação da filha mais velha, no qual revelou ter passado por um processo de desmame conduzido pouco antes da segunda gestação.

Quando o desmame não acontece naturalmente e é uma escolha da mãe, nem sempre é uma tarefa fácil fazer com que a criança entenda que ela não precisa continuar mamando.

Em entrevista ao VIX, Patricia Scalon, consultora e enfermeira do Grupo de Apoio de Aleitamento Materno da Maternidade São Luiz Itaim (GAAM), apontou algumas dicas de como iniciar e lidar com este processo de uma forma tranquila e sem traumas para a família. Veja:

Desmame conduzido

No vídeo publicado no YouTube, Mariana revelou que Aurora mamou até os três anos e dois meses e que sonhava com um desmame natural, entretanto, viu que a pequena tinha muito apego ao seio e que teria que partir para o desmame conduzido ou gentil, como também é conhecido.

“A gente sabe que este momento [da amamentação] tem que ser legal tanto para a mãe, quanto para a criança, e estava ficando superpesado para mim. Resolvi fazer o desmame conduzido. Foi um processo demorado, vários meses, e também acho que se eu não tivesse começado esse desmame da Aurora antes de descobrir que estava grávida, eu não teria nem desmamado ela, porque eu não ia ter coragem de associar o desmame dela com a chegada do irmãozinho”, diz.

Geralmente as mamães iniciam o processo de forma independente, mas ele exige estabilidade emocional, então caso seja necessário o ideal é que ela consulte um psicólogo especialista no assunto para que ele a oriente sobre como lidar com esta siuação.

“Muitas vezes, o desmame depende da mãe, porque ela não se sente bem quando fala de proibir o bebê de mamar ou até mesmo porque ainda não aceitou o fato internamente. Enquanto ela não conseguir quebrar este vínculo, por dó ou pena, a criança vai querer mamar, assim, ela terá que procurar um profissional que vai trabalhar este sentimento junto a ela”, afirma Patricia.

Quando começar o desmame?

O Ministério da Saúde recomenda que o bebê se alimente exclusivamente com o leite materno até o sexto mês de vida, e que a amamentação em livre demanda ocorra até os dois anos de idade. De acordo com Patricia, é preciso iniciar a introdução alimentar com o auxílio do pediatra, incluindo as papinhas, e geralmente no processo natural o bebê vai desmamando aos poucos.

“Uma criança de dois anos já está com as papinhas bem estabelecidas, já está comendo o que a família come e tem uma alimentação normal com arroz, feijão, salada, carne, entre outros”, afirma.

Ainda de acordo com a especialista, no caso das crianças mais velhas a amamentação acaba sendo mais um vínculo afetivo entre a criança e a mãe do que algo com finalidade nutricional, e geralmente a criança costuma dar alguns sinais de que está na hora de iniciar o desmame.

“A criança passa a ter uma mamada muito rápida, de três minutinhos, então a amamentação atua como uma forma de acalento. Muitas vezes ela também começa a brincar com o seio”, aponta.

Entretanto, quando o pequeno não larga o seio e o desejo do desmame parte somente da mãe, o ideal é que ele seja feito cautelosamente e não de forma abrupta, para evitar qualquer tipo de angústia ou conflito com a criança, daí surge o termo desmame conduzido ou gentil.

Dicas para desmame

1. Conversa franca

Segundo Mariana Bridi, o seu processo de desmame com Aurora foi demorado, justamente porque não queria que fosse algo traumatizante para a pequena.

“Fui colocando regrinhas: não pode mais mamar para dormir de tarde, agora a gente não mama mais à noite, até que eu descobri que estava grávida e fiquei bem grata à escolha de ter feito esse desmame conduzido, porque logo no começo da gravidez o meu peito começou a doer muito”, relata.

De acordo com Patricia, uma das principais dicas para as mamães introduzirem o desmame é ter uma conversa franca e cautelosa com os pequenos para, aos poucos, entender como eles estão associando esta questão.

No caso da filha mais velha de Rafael Cardoso, a garotinha notou que a amamentação não estava sendo mais agradável para a mãe.

“Minha filha foi tão maravilhosa que ela mostrou para mim que estava entendendo pelo que eu estava passando, e não queria que fosse doloroso para mim. Teve um dia que estava muito difícil, estava doendo muito, e ela falou: 'Mamãe, eu não preciso mamar hoje, né?'. Aí eu quase chorei e falei: 'Não, filha, você não precisa mais mamar hoje'. No dia seguinte, ela quis mamar de novo e eu falei: 'Acho que não precisa, né, filha, está doendo o peito da mamãe'. E foi assim que ela desmamou”, diz Mariana.

2. Demonstração de afeto

Durante o desmame, muitas crianças entendem que perderam um vínculo com a mãe, justamente por não terem mais um contato íntimo com ela, como tinham durante a amamentação.

“Se a mãe constatar que a criança está com um sentimento de rejeição, ela vai explicar que ainda está lá para ela abraçando, beijando e brincando com ela. Assim, a criança naturalmente entende o processo, mas tem que ter muita paciência”, diz a enfermeira Patricia.

3. Táticas lúdicas e substituições

No caso das crianças maiores, que já se alimentam normalmente, a amamentação passa a ser apenas um hábito, um condicionamento que a acalma, como a chupeta, e que ela associa a algo, como a hora de dormir, por exemplo, exigindo um outro hábito ou objeto para substituí-lo.

“Se a família propõe algumas situações que a criança gosta, preenchendo o seu tempo e chamando atenção para aquilo, com brinquedos educativos, por exemplo, ela vai esquecer o seio, porque ela não está com fome”, aponta a especialista.

Patricia também afirma que as historinhas são grandes aliadas durante o processo de desmame, pois a mãe pode inventar contos e personagens que retratem a realidade da criança, gerando identificação e compreensão em relação à situação.

“Tanto a mãe quanto a criança ficarão felizes de encontrar outra atividade para que eles continuem juntos, pertinhos um do outro, fazendo outras coisas legais”, diz a enfermeira.

Meu leite não seca: o que fazer?

Internamente a mama tem um sistema que regula a produção do leite, mas, no caso das crianças que já diminuíram o ritmo da mamada, leva um tempo para ele entrar em equilíbrio e controlar o volume de leite para aquela amamentação menos frequente.

Diante desta situação, a mamãe pode sentir dores nos seios, e o correto é que ela não os esvazie, principalmente com as bombinhas, pois o organismo entende que o bebê ainda está mamando e continua produzindo o leite.

“A mulher fica com um desconforto na mama, porque ela encheu demais, e o que ela pode fazer é uma massagem manual para aliviar as dores”, afirma Patricia.

Quando o seio percebe que o bebê já não mama, o leite vai secando gradativamente, entretanto, em alguns casos pode acontecer da produção continuar normalmente. Nestas situações, recomenda-se que a mamãe consulte seu obstetra para que ele prescreva uma medicação que cortará o leite.

Cuidados com o bebê

Compartilhar

Mais conteúdo de interesse