null: nullpx
choro do bebê-Mulher

Probióticos podem ajudar a acabar com as cólicas do bebê, aponta novo estudo

Publicado 12 Fev 2018 – 12:00 PM EST | Atualizado 14 Mar 2018 – 04:23 PM EDT
Compartilhar

Crise de cólica é uma das causas mais comuns do choro do bebê e, diferente de fome, frio, calor ou fralda suja, ela é também a mais difícil de ser resolvida. Muito frequente nos seis primeiros meses de vida da criança, o problema costuma estar associado a inúmeros fatores, o que dificulta a escolha da melhor solução.

Embora existam diversas opções de tratamento, nem sempre é fácil descobrir qual delas é a mais eficaz na hora de combater as dores que tanto incomodam os pequenos. Foi pensando nisso que um grupo de pesquisadores australianos decidiu avaliar mais a fundo um dos métodos já conhecidos por alguns pais: o consumo de probióticos.

Remédio para cólica de bebê à base de probiótico

Publicada no periódico Pediatrics e conduzida pela pediatra Valerie Sung, do Murdoch Children's Research Institute, na Austrália, a análise procurou determinar se a ingestão do probiótico Lactobacillus reuteri DSM17938 - que já é comercializado em forma de remédio nas farmácias do mundo todo - ajuda mesmo a diminuir o choro e o desconforto em bebês que sofrem de cólica.

Pesquisas anteriores já haviam apontado resultados promissores sobre a ação do mesmo probiótico no alívio das cólicas infantis. Porém, outros estudos questionaram a eficácia da substância, deixando uma brecha no consenso a respeito do uso desses remédios em bebês.

Desta vez, os cientistas conseguiram cruzar dados e encontrar evidências efetivas de que o probiótico em questão pode, sim, ajudar os bebês com cólica. Realizado em colaboração com outras 11 instituições de diferentes partes do mundo, o novo estudo avaliou 345 bebês da Itália, Polônia, Canadá e Austrália.

Pesquisa sobre Lactobacillus reuteri

Crianças foram divididas em dois grupos: um recebeu tratamento com o probiótico L. reuteri e o outro consumiu apenas um placebo. De acordo com a pesquisadora que liderou a análise, o grupo do probiótico mostrou ter duas vezes mais probabilidade de reduzir em pelo menos 50% o tempo de choro.

Segundo ela, ambos os grupos tiveram uma redução no tempo de choro nas três semanas em que os testes foram realizados. No entanto, o choro dos bebês que tomaram o probiótico chegou a durar de 13 a 15 minutos menos, por dia, quando comparado aos bebês que consumiram o placebo.

Por não conseguir avaliar a influência do probiótico em bebês que se alimentam com fórmula, a pesquisadora reforçou que os resultados dizem respeito apenas a bebês que mamam exclusivamente no peito. Ainda assim, o consumo de L. reuteri mostrou ter potencial para aliviar as cólicas em crianças de até meses de vida.

Uma das hipóteses sobre sua eficácia estaria no fato de que os probióticos reequilibram a flora intestinal dos bebês, reduzindo possíveis inflamações no sistema e evitando dores e mal-estar que levam ao choro.

Embora não seja uma “cura mágica”, a substância pode ser, sim, uma saída rápida para os pais que já tentaram de tudo na hora de fazer a criança parar de sofrer. Mas é importante que os pais recebam o aval de um médico antes de administrar qualquer medicamento no bebê.

Cólica de bebê: quais são as causas?

Preocupante para muitos pais, a cólica no bebê que ainda está mamando pode estar relacionada a diversos fatores. De acordo com o pediatra e coordenador regional da Sociedade Brasileira de Pediatria, Bruno Paes Barreto, as causas do mal-estar são ainda muito difíceis de serem determinadas.

“Na verdade, acredita-se que seja uma conjuntura de fatores, por exemplo, o estresse materno, a própria alteração da flora intestinal do bebê, que pode ter relação com coisas que aconteceram mesmo antes do nascimento, como uso de antibióticos pela mãe durante a gestação, o tipo de aleitamento (se é exclusivo materno ou não) e até a alimentação da mãe. São muitas variáveis que podem estar envolvidas na causa da cólica do bebê nos três primeiros meses de vida”, explica.

Segundo ele, uma das possibilidades mais comuns é o próprio desequilíbrio da microbiota infantil, que também é chamado de disbiose. Esse problema favorece um processo inflamatório intestinal que costuma estar associado às cólicas – e que, por sua vez, causam dores e desconfortos na criança.

“Por esse motivo, a utilização de probióticos tem obtido muito sucesso. Como o probiótico é uma bactéria, existem vários tipos de cepa e os estudos mais promissores sobre o tratamento de cólica em lactentes é justamente esse, o Lactobacillus reuteri DSM17938. No Brasil, ele é apresentado como medicamento em forma de gotas”, aponta o pediatra.

Benefícios dos probióticos para bebês

Quando são administrados em doses adequadas, os probióticos conferem inúmeros benefícios à saúde da pessoa que os consome. De acordo com o médico, eles podem ser mais eficazes até mesmo quando comparados a outros medicamentos para controle de cólicas, como a dimeticona (remédio antigases). 

“Ao ingerir os probióticos, você equilibra essa microbiota e isso pode repercutir de forma positiva no organismo, diminuindo o processo inflamatório e provocando respostas imunológicas benéficas também. Esse contexto todo poderia diminuir o processo de cólica, porém ainda existem muitas dúvidas sobre as causas desse desconforto”, ressalta.

O que fazer quando o bebê está com cólica?

Além do probiótico, ao diagnosticar a cólica no bebê, os pais podem recorrer a outras soluções simples que prometem aliviar ou amenizar as dores. Uma delas é massagear delicadamente o abdômen da criança para ajudar na eliminação de gases.

Outra dica é manter o bebê aquecido na região da barriguinha, seja com uma compressa ou em imersão na banheira, e garantir que ele fique sempre de bruços – posição que também evita dores.

Dicas de como aliviar cólica de bebê

Compartilhar

Mais conteúdo de interesse