null: nullpx
maternidade-Mulher

Síndrome que pode aparecer na gravidez de gêmeos obrigou ex-BBB a passar por cirurgia

Publicado 17 Jan 2018 – 12:44 PM EST | Atualizado 14 Mar 2018 – 04:54 PM EDT
Compartilhar

Estar grávida de gêmeos é uma felicidade dupla, mas que exige cuidado e atenção duplicados também. A ex-BBB Mariana Felício, que participou da sexta edição do "Big Brother Brasil", onde conheceu o companheiro Daniel Saullo, engravidou de múltiplos quando já era mamãe de uma menina, de três anos, e um menino, de um aninho.

A terceira gestação de gêmeos, no entanto, foi marcada por uma descoberta que preocupou os papais famosos. Mariana foi diagnosticada com Síndrome da Transfusão Feto-Fetal, também conhecida pela sigla STFF. Ela e o marido passaram por momentos complicados depois conhecer a síndrome, que é perigosa e coloca em risco a vida dos bebês.

Síndrome da Transfusão Feto-Fetal (entre gêmeos)

Somente em situação de gêmeos essa complicação pode existir e também quando os bebês compartilham a placenta. "Como existe uma placenta só, ela é a nutrição dos bebês e tem vasos que comunicam a mãe a eles, mas alguns desses vasos também fazem a comunicação entre os dois fetos. Dependendo da característica desses vasos pode haver um desbalanço na distribuição de sangue entre os bebês, e aí, um fica com mais nutrido que o outro", explica o coordenador do Serviço de Medicina Fetal da Maternidade Pro Matre Paulista, Fábio Peralta.

Em publicações no Instagram, Mariana contou que, ao descobrir a síndrome, ela já estava no estágio 3 da doença, que pode causar o óbito de um ou dos dois bebês.

"Era 17h de uma segunda-feira, dia 13 de novembro, quando estava fazendo um ultrassom de rotina e o médico diagnosticou a STFF. Saímos da consulta bem assustados e ainda no carro já buscamos o contato de um especialista que tinha sido indicado pelo nosso médico", escreveu a ex-BBB, que logo partiu para São Paulo, onde encontrou um especialista no dia seguinte.

Estágios da síndrome

A STFF tem, de acordo com o especialista Fábio Peralta, quatro estágios. Quando é diagnosticada ainda no primeiro estágio, nem sempre um tratamento é necessário, já que a síndrome pode desaparecer sozinha.

A partir do segundo estágio, o médico aconselha um tratamento, que é feito através de cirurgia. 

Cirurgia para tratamento da síndrome

"Minimamente invasiva, a cirurgia consiste em identificar os vasos que estão em desequilíbrio e queimá-los. A cirurgia também tem pouco risco se feita com profissional especializado, mas é uma das mais delicadas e elaboradas, além de ser, também, uma das mais testadas mundo afora com resultados muito positivos", explica o médico.

Durante a consulta com especialista em São Paulo, Mariana percebeu o risco de perder os bebês e, no mesmo dia, foi para o centro cirúrgico. "A cirurgia foi um sucesso, mas eu precisaria esperar por 15 dias para saber como os bebês iriam responder", desabafou ela. "Descobrimos que tudo tinha sido melhor que o esperado, as crianças responderam muito bem, permaneciam com todas as funções preservadas e o peso deles já estava com uma diferença bem menor". 

O tratamento costuma ter bons resultados e não apresenta risco de sequelas. O grande problema da situação é, na verdade, a prematuridade. "Boa parte dessas gestações costumam acabar prematuramente, ficando em torno de 34 semanas", revela o Dr. Peralta. 

Sintomas e acompanhamento

Para garantir uma gestação tranquila, o especialista indica que o acompanhamento de gêmeos seja feito de forma mais rigorosa. "O diagnóstico é feito com ultrassom, não precisa de outro método, mas é preciso fazê-lo com frequência e de preferência com um especialista em fetos", explica o médico.

Vale prestar atenção em outros parâmetros da gravidez. "Se a barriga está muito grande e a mãe sabe que tem apenas uma placenta, está com a rotina de ir ao médico uma vez por mês e percebe que o crescimento está maior do que esperado, precisa procurar ajuda", sinaliza ele, lembrando que o ideal é fazer exames e acompanhamento a cada 15 dias.

Foi o que Mariana fez, inclusive, depois do tratamento. "O monitoramento era feito de 15 em 15 dias e a possibilidade de um parto prematuro ainda era outro risco eminente. Todo dia, desde então, foi de ansiedade e cada semana era superada uma conquista. Por conta do procedimento que passei, o útero ficou irritado e as contrações eram frequentes, o parto prematuro era certo e tentei ao máximo segurar, até que na manhã do dia 6 de janeiro, os meninos cansaram de brigar com a vida lá dentro, resolveram nascer e encarar os desafios aqui fora", contou a mamãe.

Com 29 semanas e 1,200 gramas cada, os gêmeos do casal nasceram com as condições físicas boas e funções preservadas. "Meus guerreiros vão ficar bem e a história deles vai servir de inspiração para outras mulheres que enfrentaram este desafio", finalizou Mariana.

Problemas na gravidez

Compartilhar

Mais conteúdo de interesse