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Falta de ar após dar à luz alertou tenista de quadro grave que precisou de uma cirurgia

Publicado 12 Jan 2018 – 02:10 PM EST | Atualizado 14 Mar 2018 – 04:59 PM EDT
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Aos 36 anos, a tenista Serena Williams, conhecida por bater diversos recordes no esporte, deu à luz sua primeira filha em setembro de 2017. Alexis Olympia, filha da esportista com o fundador do Reddit Alexis Ohanian, nasceu através de uma cesárea. Apesar das boas notícias e fotos lindas divulgadas por Serena em suas redes sociais, a atleta enfrentou dificuldade logo após o parto.

Em entrevista a revista Vogue americana, Serena contou que um dia depois de receber a filha nos braços, ela sentiu que algo estranho acontecia com o seu corpo e logo reconheceu os sinais de uma embolia pulmonar.

Embolia pulmonar na gravidez

Serena já conhecia a sensação. Em 2003, quando estava em Munique, na Alemanha, a tenista foi diagnosticada com embolia pulmonar, doença que ocorre a partir de uma trombose. A embolia acontece quando uma ou mais artérias são bloqueadas por um coágulo sanguíneo (trombo), havendo até risco de morte se não fizer tratamento.

Normalmente, os atletas não costumam apresentar tantos riscos para desenvolver a doença, mas Serena provavelmente já tem um histórico familiar ou pré-disposição, já que mesmo praticando atividades físicas chegou a apresentar o problema.

Como forma de tratar a doença, é comum o uso de anticoagulantes, que Serena tomou durante a gestação. "A pessoa que já teve embolia tem fator de risco, ela tem uma incidência maior na trombofilia", revela o ginecologista e obstetra Élvio Floresti Junior. O histórico de Serena, os riscos de formar um trombo por conta da cesariana e a própria gravidez aumentavam os riscos da tenista ter nova embolia pulmonar.

"As grávidas têm uma pré-disposição a ter trombose, porque há diminuição da velocidade do fluxo de sangue por causa do útero que cresce. Há também o fator da diminuição de sangue, porque a mãe dá sangue para a criança", esclarece o angiologista e cirurgião vascular Ricardo Brizzi.

Embolia pulmonar pós-parto

Ao passar pela cesárea, os anticoagulantes tomados pela tenista foram interrompidos e, logo no dia seguinte ao parto, Serena sentiu-se estranha e a falta de ar era o principal sintoma apresentado. Muitas mulheres também sentem dor na região do pulmão. 

Sabendo das chances por conta de seu histórico e por estar sem os anticoagulantes, a tenista ficou alerta e pediu para que exames fossem realizados no hospital imediatamente. Seus pressentimentos estavam certos: a falta de ar era sintoma da segunda embolia pulmonar de Serena. 

"No pré-Natal da gestante, exames são realizados para ver se a mulher tem uma pré-disposição e, a partir daí, cuidados são tomados para que o problema não apareça", explica Élvio Floresti Junior.

Tratamento

A embolia pulmonar pode ser resolvida com medicamentos, como os próprios anticoagulantes ou trombolíticos, que servem para dissolver os coágulos no sangue. Em casos mais graves, porém, pode ser necessária uma cirurgia, que remove o coágulo.

Serena, por exemplo, chegou a passar por uma cirurgia e precisou que um cateter filtrasse seu sangue para que nenhum outro trombo aparecesse e se deslocasse para o seu pulmão.

Prevenção

Para prevenir a embolia pulmonar, os médicos indicam que as pacientes tomem cuidado com a trombose. 

"Controlamos a alimentação justamente por isso. Também indicamos movimentação do corpo e não indicamos viagens longas, tanto em carro como em avião, porque fica-se sentada por muito tempo. Então, é importante que a grávida esteja com uma boa circulação do sangue e fique atenta com os inchaços. Até a drenagem linfática pode ajudar", indica Élvio Floresti Junior. 

Cuidados na gravidez

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