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Complicação motiva mudança repentina em parto de famosa: isso é sempre perigoso?

Publicado 6 Out 2017 – 05:55 PM EDT | Atualizado 15 Mar 2018 – 01:48 PM EDT
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A apresentadora Maíra Charken passou por um susto ao dar à luz seu primeiro filho, no último dia 5 de outubro. Durante o trabalho de parto, que iniciou em sua própria casa, a mamãe precisou mudar os planos e foi levada ao hospital por conta de uma complicação inesperada. 

Recuperada do parto, Maíra decidiu dividir a experiência em seu Instagram com um bonito relato sobre a chegada do pequeno Gael - que nasceu pesando 3,155kg e medindo 52cm.

Nele, a ex-apresentadora do "Vídeo Show", da TV Globo, falou que abriu mão do parto natural domiciliar por uma cesárea na maternidade, depois que foi detectada a presença de uma substância esverdeada logo que sua bolsa estourou.

Parto de Maíra Charken

Maíra, que já estava na 40ª semana de gestação, contou que ficou quase doze horas em trabalho de parto, em sua casa, com intensas contrações. Quando o bebê estava quase entrando no expulsivo, ela disse que o parto estagnou e a parteira que acompanhava o nascimento decidiu fazer o exame de toque para conferir a dilatação.

Foi nesse momento que a bolsa de Maíra rompeu e a parteira aconselhou que ela fosse para o hospital, porque havia mecônio no líquido amniótico e os batimentos do bebê estavam caindo. “Gelei tanto que as dores até passaram. De repente, fui vendo meu parto tomando novos e difíceis rumos”, escreveu ela no post.

No caminho para a maternidade, Maíra teve mais um momento de angústia: quase não se ouvia mais o coração de Gael. Mas o alívio veio logo em seguida, quando os exames mostraram que o bebê estava bem. Porém, a questão do mecônio acabou mudando o parto desejado pela mamãe e ela precisou ser submetida a uma cesárea de emergência.

Mecônio: quando é sinal de alerta?

Apesar da situação tensa vivida por Maíra Charken, é importante salientar que o mecônio nem sempre é motivo de preocupação por parte das gestantes. A substância, que equivale às fezes do bebê, é prova de que os intestinos dele estão maduros e ele já está pronto para nascer. É por isso, inclusive, que esse conteúdo de cor esverdeada só aparece no finalzinho da gestação.

“O mecônio tem espessuras diferentes. Alguns podem ser mais fluidos, como uma água ligeiramente esverdeada, que não representam um problema. Outros parecem uma papa de ervilha, mais grossa e escura, que aí sim pode ser preocupante”, explica o ginecologista e obstetra Alberto Guimarães.

De acordo com o médico, o mecônio mais espesso costuma aparecer quando o bebê está perto de nascer, mas a dilatação da mãe ainda está demorada ou insuficiente. Neste caso, a substância só é expelida no líquido amniótico por conta da falta de oxigenação no bebê, que faz seu esfíncter relaxar.

“Essa baixa oxigenação pode ser causada por vários fatores, como diminuição ou aumento da pressão da mãe, posição da barriga da mulher, placenta envelhecida, gestantes que são fumantes e tempo prolongado de jejum”, diz o médico.

Mecônio é perigoso?

O especialista afirma que, na parte final do período expulsivo do parto, pode haver a expulsão natural de mecônio, que não tem nada a ver com a falta de oxigênio. Porém, é preciso ficar atento à quantidade e espessura da substância e, principalmente, aos sinais vitais do bebê, porque pode ser o caso de sofrimento fetal.

Além disso, Guimarães aponta que existe o risco de o bebê aspirar o mecônio presente no líquido amniótico, que vai para os pulmões e pode causar algumas complicações nas vias aéreas. “Isso atrapalha a respiração inicial do bebê, por isso é preocupante. Dependendo da situação, ele pode vir a ser entubado e ter que ficar internado”, acrescenta.

Para as gestantes, por outro lado, a substância não apresenta nenhum risco, mas pode causar contrações mais fortes.

Influência no parto

Segundo o médico, uma vez constatado que não há qualquer risco para o bebê, as mães podem, sim, investir em um parto normal - de preferência em um hospital - mesmo com a presença de mecônio no líquido. Isso porque a substância por si só não define a via de nascimento.

“O parto normal é totalmente assistido e todos os sinais vitais da mãe e do bebê são acompanhados, como a pressão arterial, os batimentos cardíacos e a ocorrência de sangramento. Se tudo estiver normal, ainda vale tentar o parto normal”, diz Guimarães.

Em casos mais sérios, a cesárea é necessária e pode ser decisiva para salvar o bebê de qualquer problema. Por isso, o mais recomendado é que a gestante seja encaminhada para um hospital assim que for detectado o mecônio durante o trabalho de parto.

Curiosidades sobre o trabalho de parto

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