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Kate e William se abaixam para falar com os filhos: por que todos os pais deveriam fazer isso?

Publicado 25 Ago 2017 – 06:00 AM EDT | Atualizado 2 Abr 2018 – 09:32 AM EDT
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Alguns pais, ao falar com os filhos, direcionam o rosto para baixo para enxergar a criança. Outros se abaixam, para ficar na mesma altura. Este é o caso do príncipe William e da princesa Kate Middleton. Frequentemente eles são flagrados com seus filhos, o príncipe George e a princesa Charlotte, e muitas vezes são clicados agachados, enquanto conversam, chamam atenção, brincam ou mostram alguma coisa. O hábito chamou atenção. Afinal, porque abaixar para falar com crianças?

Especialistas em pedagogia e psicologia dizem que é importante criar um ambiente democrático mesmo com as crianças, o que significa que a hierarquia existente em muitas famílias pode não causar os efeitos desejados.

Criar um diálogo com os filhos, em que realmente é possível falar e ser ouvido, tem efeitos positivos nas relações familiares e faz com que os pais possam entender melhor aquilo que a criança deseja, além de facilitar o entendimento do filho quanto às orientações dos pais.

Olho no olho

Ao conversar com a criança na mesma altura dela, é possível olhá-la nos olhos e tal atitude transmitirá atenção. “Você vai mostrar para ela a importância do contato, da opinião dela, daquilo que ela pensa. É fundamental que se faça isso. Ensina-se o respeito pelo outro. Além disso, quando você conversa assim, vive o presente daquele momento, ajudando a criança a aprender o que é manter o foco em uma conversa, o que é escutar o que o outro está dizendo”, explica a psicanalista da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, Blenda de Oliveira.

O método faz com que se construa um vínculo entre pais e filhos necessário para que a criança cresça com menos traumas. “No Brasil é muito comum que os pais sejam autoritários com as crianças, mas isso não significa que havará resultado, que a criança irá respeitá-lo e obedecê-lo, significa que as crianças terão medo”, esclarece Ana Regina Caminha Braga, psicopedagoga especialista em educação infantil e educação especial.

Birras

Mas, o que vai acontecer caso os pais optem por não assumir posturas deste tipo? Assim como o adulto demonstrará que não dá importância para o que a criança diz, ela fará o mesmo: terá desinteresse pelo que os pais dizem. “Ela também não vai prestar atenção no que os pais têm a dizer ao longo do tempo e ainda podem querer chamar atenção de mais formas, já que aos poucos passam a se sentir menos importantes. Também não terão vontade de compartilhar o que está acontecendo”, explica Blenda.

O método, portanto, pode ajudar os pais que encaram crianças que fazem birra com frequência. Abaixar-se, escutar e olhar nos olhos pode dar à criança a atenção que ela está procurando de forma mais saudável, inteligente e eficiente.

Obediência

As orientações também ficam mais entendíveis quando os pais conversam desta forma, já que é possível demonstrar a autoridade de forma mais clara e tranquila. “A ideia não é criar uma relação de poder, a criança sabe que o adulto pode mais, mas ele é muito grande. Então, quando se abaixa, cria-se uma relação mais horizontal, construída em diálogo. Quando você se propõe a estar no nível dela, consegue mais diálogo, mais acordos e combinados”, continua Blenda.

Para as especialistas, a fala tranquila e calma deve ser predominante na relação, sempre evitando gritar, já que causar medo não gera um retorno positivo. Na hora de dar broncas ou orientações mais complicadas, elas indicam falar com firmeza. “O limite é colocado de uma forma tranquila, mas às vezes a criança não cumpre e quando for falar de novo, é preciso falar de uma forma mais firme. Mas não é necessário causar medo no grito. Porque se não ela fará por medo e não porque entendeu o que você fala. Não haverá respeito”, explica a psicanalista.

Efeitos

Os resultados do método podem ser vistos logo e fazem diferença inclusive na vida adulta. Essas crianças se tornarão adultos que têm menos medo de falar, que conseguem dizer aquilo que pensam e querem, além de serem mais abertos na hora de fazer e receber críticas. Também serão menos medrosos e mais assertivos e confiantes.

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