null: nullpx
cuidados na gravidez-Mulher

Como o pré-natal pode ajudar histórias como a da bebezinha que nasceu só com 350g?

Publicado 10 Ago 2017 – 04:54 PM EDT | Atualizado 15 Mar 2018 – 03:01 PM EDT
Compartilhar

A história da pequena Ariana Sophia Cruz-Gutierrez está emocionando muita gente nos Estados Unidos por conta de uma impressionante lição de superação. A bebezinha, que nasceu pesando apenas 350 gramas, teve alta do hospital no início de agosto depois de passar mais de quatro meses internada. 

A notícia da liberação da menininha foi comemorada pela equipe do hospital Anne Arundel Medical Center, em Maryland (EUA) – que registrou Ariana como a menor bebê prematura que sobreviveu na instituição.

Porém, o caso serve de alerta para um problema que pode atingir diretamente as mulheres que estão (ou pretendem ficar) grávidas.

Pressão alta na gravidez

Ariava veio ao mundo quando ainda estava na 24ª semana de gestação (cerca de seis meses). O parto precisou ser induzido pelos médicos depois que a mãe da menininha, Claudia Cruz, apresentou um quadro preocupante de hipertensão gestacional.

“Quando a bebê nasceu, nós não tínhamos certeza do que ia acontecer. Ela poderia morrer. Mas graças a Deus e ao incrível trabalho das pessoas do hospital, tudo deu certo”, disse o pai da garotinha, Oscar Gutierrez, ao jornal "Capital Gazette".

Pouco antes de Ariana nascer, o casal havia ido a uma consulta de pré-natal em que foi constatado que Claudia estava com a pressão sanguínea muito alta.

O diagnóstico apontou que a mãe estava com hipertensão gestacional, que é causada pelas alterações fisiológicas na gravidez. Foi então que os médicos decidiram antecipar o nascimento do bebê. 

Bebê nasceu com 350 gramas

Logo que chegou, Ariana não respirava e os pais optaram pela ressuscitação, mesmo sabendo que ela poderia não sobreviver. Nos dias seguintes ao parto, a situação ficou ainda mais preocupante, porque a menininha perdeu peso, chegando a ficar com apenas 226 gramas.

Muito prematura, a pequena precisou ser submetida a transfusões de sangue e entubações para conseguir se desenvolver.

Só depois de quase cinco meses de tratamento intenso é que Ariana foi liberada para ir para casa pela primeira vez - pesando algo em torno de 2,239 quilos. 

Por enquanto, ainda não se sabe se a bebê terá algum problema de desenvolvimento físico ou intelectual. De acordo com os médicos do hospital, Ariana irá passar por exames periódicos para detectar qualquer sequela – algo que só poderá ser constatado quando ela tiver por volta de 18 meses de vida. 

Por que surge hipertensão gestacional?

Diante da dura batalha que viveu com a filha, Oscar Gutierrez chamou atenção para os riscos da hipertensão gestacional. “Este é um bom momento para dizer a todas as mulheres que elas precisam conferir a pressão arterial assim que souberem que estão grávidas”, disse ao "Capital Gazette".

O pai da pequena Ariana tem razão em fazer o alerta: a pressão alta gerada pela gravidez é considerada uma das principais causas de parto prematuro. O problema, que costuma sumir após a gestação, é sério e pode trazer riscos tanto para a mãe quanto para o bebê.

Em geral, a hipertensão gestacional surge a partir da 20ª semana de gravidez e está ligada a fatores genéticos e maus hábitos alimentares. O estresse e a ansiedade também podem levar a um quadro de pressão alta nas gestantes.

Pré-eclampsia e eclampsia

Quando não é tratada adequadamente, a hipertensão gestacional pode evoluir para uma pré-eclampsia, que é mais grave.

Neste caso, o problema vem acompanhado de sintomas como aumento de proteína na urina (espuma na urina), inchaço importante nas pernas, mãos e rosto, dores de cabeça e confusões visuais.

Perigosa, a pré-eclampsia pode evoluir para a eclampsia, que causa convulsões, sangramentos, coma e pode, inclusive, levar a gestante à morte. O problema ainda provoca uma restrição de oxigênio ao bebê, prejudicando seu crescimento e ganho de peso intrauterino. Quando isso ocorre, a interrupção da gravidez e/ou a indução do parto torna-se necessária.

Como prevenir e tratar

Uma vez diagnosticada a pressão alta na gravidez, o tratamento é feito primeiramente com medicamentos e dieta específica. Se o quadro persistir, a gestante precisa ser internada e o fluxo de oxigenação do bebê, monitorado. 

Em todos os casos, a melhor forma de evitar as complicações da hipertensão gestacional é o diagnóstico precoce da doença durante o pré-natal. Por isso, o acompanhamento médico é muito importante desde o momento em que a mulher descobre que está grávida.

Informações sobre a pressão alta na gravidez

Compartilhar

Mais conteúdo de interesse