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Descolamento de placenta é problema sério? Tem que ficar internada? Tire suas dúvidas

Publicado 15 Jun 2017 – 10:00 AM EDT | Atualizado 16 Mar 2018 – 08:18 AM EDT
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Embora seja raro, o descolamento de membrana ou de placenta é um problema grave e que, a depender da intensidade, precisa de atendimento urgente com o intuito de preservar a saúde da mãe e evitar que o feto corra riscos de prematuridade ou consequências da falta de oxigenação.

O que é o descolamento de placenta?

O problema acontece quando a placenta descola do útero. A placenta é um órgão formado durante a gravidez exclusivamente para possibilitar a respiração e transferir nutrientes e hormônios ao feto em toda a sua evolução.

O quadro ocorre geralmente depois da 20º semana e antes da 37º. A placenta, que fica fixada na parte de dentro do útero, se descola total ou parcialmente. Com isso, as trocas gasosas e de nutrientes entre mãe e feto podem ficar comprometidas.

O grau de comprometimento e, consequentemente, o tratamento dependem necessariamente do quadro: agudo ou crônico.

Descolamento de membrana agudo

No primeiro caso, que é bastante grave, a placenta se descola toda ou quase toda do útero. Com isso, a oxigenação fetal é alterada ou interrompida. Por isso, uma cesárea de emergência é realizada.

A tentativa do procedimento de urgência é salvar a vida do bebê. O desfecho positivo, no entanto, depende da idade gestacional. “A depender da semana em que o descolamento aconteceu, o feto pode ter complicações da própria prematuridade ou da falta de oxigênio”, explica Dr. Paulo Noronha, ginecologista e obstetra de São Paulo.

Riscos para o bebê

Em casos de extrema prematuridade, de fetos com menos de 26 semanas, a chance de sobrevida é mínima, já que ele não terá todo o corpinho formado e pronto para enfrentar a vida fora do útero.

Riscos para a mãe

Para a mulher, o problema agudo também apresenta riscos. Com o descolamento, há um sangramento e ele pode resultar em uma anemia. “A paciente pode apresentar uma hemorragia severa que muitas vezes requer transfusão de sangue. Casos mais graves podem resultar até na perda do útero”, comenta o especialista.

Sintomas do descolamento de placenta agudo

Entre os sintomas, Dr. Noronha lista sangramento vaginal importante, dor abdominal forte e enrijecimento do útero. O diagnóstico é clínico e feito pelo médico que atende a paciente na emergência.

Descolamento de placenta crônico

Já quando o problema é crônico, o descolamento é pequeno, explica o médico. “Se a paciente está estável, o sangramento cessou e não há alteração de pressão arterial e o feto tem boa vitalidade, o tratamento é diferente”, completa.

Isto acontece porque, embora o descolamento tenha ocorrido, não foi suficiente para interferir na ação da placenta. Então, a cesárea deixa de ser uma medida de emergência. Mas, a mãe deve ficar de repouso e diminuir as fontes de estresse para evitar que a condição se agrave. A intenção é manter a gestação o máximo de tempo possível para que o feto tenha tempo de crescer e amadurecer.

A depender do caso, ainda é possível ministrar medicações que cortam as contrações, caso elas surjam com o quadro, além de outras que estimulam a maturação do pulmão do feto, caso o trabalho de parto ocorra antes do previsto e o bebê seja considerado prematuro.

Sintomas de descolamento de placenta crônico

O descolamento crônico, embora também possa apresentar sangramento, é de menor intensidade. O diagnóstico ocorre depois da realização de um exame de ultrassom, que detecta o hematoma no útero e na placenta.

Nessas situações, como Dr. Noronha explica, a evolução da maioria dos casos é favorável. “Uma pequena parcela pode evoluir para um descolamento total, exigindo uma cirurgia de emergência. Mas na maioria das vezes dá para manter a gestação por mais algum tempo”, comenta.

Como é o tratamento? Tem que ficar internada?

Parte essencial do tratamento para prolongar a gestação, o repouso é indicação. Mas, ele pode variar de caso a caso. Como o médico explica, a depender do grau de descolamento, a mulher pode ficar em casa, desde que tenha plenas condições de não se movimentar realmente.

Já quando não há o suporte para que ela fique em repouso absoluto em casa ou o descolamento seja mais significativo, o acompanhamento pode ser feito no hospital - e essa é a conduta tanto na rede privada como na rede pública, explica o especialista. “No hospital, tem uma melhor monitorização do caso. O ultrassom pode ser feito com frequência para checar se o hematoma está estável, progredindo ou sendo absorvido”, pondera.

Quem pode ter descolamento de placenta?

Embora toda mulher possa vivenciar o problema, de acordo com Dr. Noronha existem alguns fatores que aumentam as chances, como histórico de descolamento anterior, alterações no útero, como útero bicorno, histórico de trauma violento na região abdominal, dependência química ou tabagismo. “Não é toda mulher nessas condições que terá. Mas elas têm o risco aumentado”, comenta.

Problema com a placenta:

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