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Bebês que ficaram na UTI neonatal demoram mais para desenvolver a linguagem: entenda

Publicado 11 Abr 2017 – 06:30 AM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Os bebês prematuros que passam as primeiras semanas de vida em unidades de terapia intensiva neonatal (UTINs), estão protegidos da exposição a ruídos excessivos, certo? Não e sim. Não exatamente como deveriam, é o que descobriram pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Washington, nos Estados Unidos. Em suas aferições, eles descobriram que os bebês prematuros podem estar sendo submetidos a níveis de ruído mais altos do que aqueles considerados seguros pela Academia Americana de Pediatria, AAP.

Bebês prematuros são expostos a ruídos altos

Por outro lado, os pesquisadores também descobriram que alguns prematuros podem não receber exposição suficiente a sons benéficos, como linguagem e música, que podem melhorar o seu desenvolvimento. Os pesquisadores da Universidade de Washington avaliaram que, em salas privadas, que são cada vez mais comuns na UTINs, os bebês se deparam com períodos muito mais longos de silêncio do que em unidades onde vários berços estão na mesma sala.

Eles também observaram que muitos dos sons nas UTINs são de natureza mecânica e muito diferentes dos sons benéficos da voz humana do pai e da mãe, por exemplo. Os pesquisadores decidiram se debruçar sobre o estudo do som nas UTINs porque uma pesquisa anterior do mesmo grupo indicou que, em comparação com as crianças em leitos abertos nos hospitais, os bebês internados nas salas privadas das UTINs apresentaram desenvolvimento de linguagem mais pobre aos dois anos.

O que pode prejudicar?

“Muitas coisas podem influenciar o desenvolvimento de um bebê prematuro, mas os pesquisadores acreditam que os quartos privados das UTINs podem ser tranquilos demais, especialmente quando os pais são incapazes de visitar e de se envolver no cuidado de seus bebês”, firma o pediatra e homeopata Moises Chencinski.

Os pesquisadores descobriram que o nível de ruído médio na UTIN é de pouco menos de 59 decibéis, com níveis de pico de ruído chegando a quase 87 decibéis. A Academia Americana de Pediatria recomenda evitar níveis acima de 45 decibéis. Muitas vezes, o ruído medido provinha de equipamentos médicos essenciais para a sobrevivência do bebê que são usados nas unidades neonatais ao redor do mundo.

Os níveis de decibéis dos alarmes dos equipamentos nas UTINs foram reduzidos nos últimos anos, de acordo com o especialista. “Os alarmes alertam as enfermeiras quando um bebê precisa de atenção, mas os alarmes não são tão altos quanto os modelos anteriores e alguns até tocam uma canção de ninar para chamar a atenção”, descreve o médico.
 
Ventiladores, no entanto, fazem muito barulho e são essenciais para alguns prematuros com problemas respiratórios. Um ventilador (respirador artificial) é uma intervenção necessária, que salva vidas, mas produz uma série de ruídos não-naturais durante um período crítico para o desenvolvimento do sistema auditivo.

Os pesquisadores também observaram que os bebês, em salas privadas, tendem a ser mais expostos a mais períodos de silêncio. Durante o período de 16 horas, no qual os ruídos foram auferidos, esses bebês experimentaram, em média, quase duas horas a mais de silêncio. Lembrando que estímulos como linguagem e música, podem melhorar tanto seu desenvolvimento, quanto bem-estar.

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