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Famosa assume distúrbio com relato sincero: "A depressão pós-parto não discrimina"

Publicado 7 Mar 2017 – 10:48 AM EST | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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A modelo Chrissy Teigen, casada com o cantor John Legend, deu à luz sua primeira filha, Luna, há menos de um ano e, desde então, sempre compartilhou nas redes sociais muitas fotos lindas em família.

O que ninguém imaginava é que, ao contrário do que as imagens mostravam, ela estava passando por um dos períodos mais difíceis da vida: a depressão pós-parto. A história foi revelada agora por ela em carta aberta à revista Glamour americana. 

Depoimento sobre depressão pós-parto

Em um texto forte e sincero, ela contou que teve receio de falar sobre o assunto porque poderia se tornar uma polêmica, já que ela é uma pessoa conhecida. E também porque ela mesma demorou a aceitar que tinha a doença. "Todo mundo à minha volta sabia, menos eu. Eu tinha depressão pós-parto. Não imaginei que pudesse acontecer comigo", disse.

Mas, quando entendeu que a doença que fazia parte da sua vida também era uma realidade para uma em cada nove mulheres, resolveu falar. "Me senti egoísta, nojenta e estranha em dizer em voz alta que eu estava lidando com este problema. Ainda me sinto assim de vez em quando". 

Sintomas

No texto, a modelo contou que tinha tudo para ser feliz, mas não era assim que se sentia. “Para muitos, parece que sou a pessoa mais feliz no mundo. Tenho um marido incrível, tive uma gravidez maravilhosa e, em abril de 2016, nasceu Luna, nossa filha, que é perfeita. No entanto, passei boa parte do ano passado infeliz", disse.

Os sintomas da depressão pós-parto se intensificaram quando ela voltou a trabalhar como jurada no programa "Lip Sync Battle", quando a filha estava com quatro meses. "Me trataram incrivelmente bem, colocaram um berço no meu camarim, muitas fotos de Luna e John nas paredes. Não havia lugar melhor para voltar a trabalhar", contou. 

Mas ela sentia dores, não tinha apetite e percebeu que sua infelicidade estava sendo descontada na equipe. E, quando não tinha gravação, ficava em casa o dia todo, com as cortinas fechadas. "Não levantava do sofá por nada. John dormiu comigo no sofá quatro noites seguidas. E eu deixava roupas confortáveis na despensa para não precisar subir as escadas quando ele tivesse saído para trabalhar. Chorei muitas vezes. Eu não tinha energia", contou.

As dores constantes fizeram com que ela fosse para um hospital. "Talvez fosse uma infecção nos rins. Ou artrite reumatóide. Eu sentia náuseas o tempo todo e me perguntava: estou inventando tudo isso? Essa dor é mesmo real? Eu estava cansada de ter dores. De dormir no sofá. De acordar durante a noite. De vomitar. De não aproveitar a vida. De não ver meus amigos. De não ter energia para levar Luna para passear". 

Foi então que veio o diagnóstico de depressão pós-parto e ansiedade, em dezembro de 2016, oito meses após o nascimento da filha.

Tratamento 

Chrissy hoje toma remédios antidepressivos e vai procurar um terapeuta. Mesmo assim, como qualquer pessoa, ela ainda tem altos e baixos, mas está bem melhor que antes. "Tenho ótimos dias e péssimos dias. Fisicamente ainda não tenho energia para muitas coisas, mas os dias muito ruins, que antes eram todos, agora não existem mais. Estou lidando. Comecei a compartilhar a notícia com amigos e familiares, senti que todos mereciam uma explicação. A dor mental de saber que deixei tantas pessoas para baixo era pior do que a dor física. Eu queria me desculpar. Mas ainda não gosto de dizer ' eu tenho depressão pós-parto', porque a palavra depressão assusta muitas pessoas", afirmou. 

Ela também reconheceu que tem uma situação melhor que a da maioria das mulheres, que não contam com ajuda, nem família, nem acesso a assistência médica. "Minha vida é maravilhosa, tenho toda a ajuda possível: Jonh, minha mãe (que mora conosco) e uma babá. Mas a depressão pós-parto não discrimina. Nunca respeitei tanto as mães que existem no mundo, especialmente as mães que têm depressão pós-parto. Quero que as pessoas saibam que isso pode acontecer com qualquer um e ninguém tem que se sentir envergonhado ou sozinho".

E disse, ainda, que pretende ter outros filhos, pois a depressão não mudou sua vontade de ter uma família maior. "Espero dar a Luna alguns irmãos. E, mais do que tudo, quero sempre ter energia suficiente para Luna. Quero estar presente para ela. E estarei".

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