Fator antinuclear: veja exame que detecta se organismo da mãe pode "atacar" o embrião
O que acontece quando um novo ser, que tem metade de sua carga genética compatível com o organismo do pai, começa a se desenvolver dentro do útero materno? Por muito tempo, se acreditou que o ambiente uterino fornecia uma barreira de proteção suficiente para que o sistema imune da mãe não reconhecesse o feto como um “corpo estranho" e, assim, não o destruísse. Hoje, já se sabe que não apenas o reconhecimento acontece, como ele é necessário para o desenvolvimento saudável da gestação.
Como detectar a imunidade ao bebê?
O exame chamado FAN, sigla para “fator antinuclear”, é um teste habitualmente solicitado para qualquer paciente que esteja com suspeita de uma doença de origem autoimune. Normalmente, o sistema imunológico responde à invasão de qualquer oportunista do organismo produzindo um grande número de anticorpos para combatê-lo. No entanto, quando uma pessoa tem uma doença autoimune, o organismo inapropriadamente passa a produzir anticorpos contra as células, tecidos e até o próprio embrião gerado, como se fossem agentes agressores.
O que o Fator Antinuclear (FAN) causa?
O FAN não é um único anticorpo, ele é um conjunto de anticorpos contra diferentes estruturas das células. Existem vários tipos de FAN, cada um deles associado a um tipo de doença autoimune diferente. A doença autoimune que mais se associa à sua presença é o lupus eritematoso sistêmico. No entanto, a presença de um FAN positivo não indica obrigatoriamente que a pessoa tem ou desenvolverá o lúpus. Pode indicar apenas alguma atividade autoimune que não causa nenhum problema fora do período gestacional, mas que pode levar a fenômenos inflamatórios em uma placenta em formação.
O que é lúpus?
Lúpus é uma doença inflamatória crônica autoimune, desencadeada por um desequilíbrio no sistema imunológico, exatamente aquele que deveria proteger a pessoa contra agentes externos, como bactérias e vírus, através da produção de anticorpos. No lúpus, os anticorpos produzidos se ligam a algumas estruturas de nossas próprias células e esses complexos podem depositar-se em diversos órgãos levando à agressão do próprio organismo.
Como prevenir?
A causa do lúpus é multifatorial, ou seja, fatores genéticos, ambientais e hormonais estão envolvidos no aparecimento da doença. A predisposição genética é fundamental para o desenvolvimento do lúpus, e já foram descritos mais de cem genes envolvidos nessa doença.
Entre as causas externas, que podem deflagrar a doença em pessoas predispostas, destacam-se a exposição ao sol, o uso de certos medicamentos, alguns vírus e bactérias. O hormônio feminino estrógeno também está associado ao desenvolvimento do lúpus, o que pode justificar o fato de a doença acometer mais as mulheres em idade fértil do que os homens.
Qual o risco na gestação?
Portadoras de lúpus eritematoso sistêmico necessitam programar as gestações para momentos em que haja bom controle da doença e em que estejam utilizando apenas medicações seguras para o feto. Um bom planejamento do melhor momento para engravidar é fundamental para uma gestação segura e de sucesso.
O diagnóstico de lúpus é feito através do reconhecimento pelo médico dos sintomas sugestivos da doença (vide acima) e de exames com resultados alterados. O FAN (fator antinuclear) é um exame realizado numa amostra de sangue que apresenta resultado positivo em quase todos os pacientes com lúpus, e o resultado negativo praticamente exclui essa doença. É importante observar que esse exame pode dar positivo em diversas situações – por exemplo, nas infecções – e até mesmo em pessoas saudáveis. Portanto, não podemos dizer que uma pessoa tem lúpus apenas porque seu FAN deu positivo.
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