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Com o aumento de casos de febre amarela, a vacina deve ser dada antes nos bebês?

Publicado 19 Jan 2017 – 10:15 AM EST | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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O aumento nos casos de febre amarela silvestre, especialmente na região Sudeste, fizeram com que muitas famílias com bebês e crianças ficassem alertas e buscassem informações sobre vacinas. Mas, nessas situações, quando os pequenos devem ser vacinados? Como protegê-los?

Para a pediatra Dra. Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, o primeiro passo é manter a calma e entender em quais regiões o risco realmente existe e se ele é alto. “As secretarias de saúde dos municípios, onde os casos foram confirmados, vêm fazendo campanhas, chamando a população para tomar a vacina, indo até as residências. É fácil saber se a cidade está em alerta. Se não existe nenhuma movimentação ou ação, não é porque a cidade está escondendo os casos, é porque não está acontecendo mesmo e não tem motivo para maiores preocupações”, explica.

Febre amarela: o que causa

Além de dor no corpo e febre alta, o vírus da febre amarela afeta o fígado, podendo causar hepatite fulminante e icterícia, e ataca as células responsáveis pela coagulação, podendo provocar hemorragias.

Nos bebês, como eles ainda não têm o sistema imunológico completamente formado, assim como a maioria das doenças, a febre amarela pode ser mais grave.

Embora com o diagnóstico precoce e tratamento a maior parte dos casos evolua bem, a vacina é essencial para evitar que o vírus não seja capaz de causar a doença e possíveis complicações.

Vacina de febre amarela para bebês: como funciona

No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda a vacinação contra a febre amarela em regiões endêmicas - ou chamadas de “regiões com indicação de vacina”.

A recomendação inclui os estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia, Maranhão, Piauí, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Além destas áreas, após o crescente surto, o SUS também está oferecendo vacinas à população do Espírito Santo.

Vacina: quando aplicar?

“Nas áreas onde a vacinação é recomendada, a criança deve receber a primeira dose da vacina contra a febre amarela aos 9 meses e a segunda aos 4 anos de idade. Essa é a rotina”, orienta a médica.

Vacina contra febre amarela aos 6 meses

No entanto, em áreas onde o risco de contrair a doença é alto, a pediatra explica que a imunização pode ser adiantada em até três meses, sendo aplicada pela primeira vez aos seis meses de vida. “Mas tem que existir uma situação que realmente justifique esse adiantamento. E não estamos vivendo esse momento na grande maioria da País” explica Dra. Isabella na intenção de tranquilizar pais, mães e cuidadores.

Criança que nunca tomou a vacina

Já aqueles bebês que já passaram dos nove meses ou as crianças mais velhas que nunca tomaram a vacina e moram em regiões de indicação, vão se mudar para uma ou viajar, devem receber duas doses com intervalo mínimo de um mês entre elas.

Adolescentes e adultos

Para adolescentes e adultos que nunca tomaram, a rotina é de duas doses com intervalo de 10 anos. “Não fazemos mais de 10 em 10 anos como era antes. O Brasil agora adotou duas doses para toda a vida”, conta a profissional. Por isso, as crianças que foram imunizadas completamente ainda na infância não precisam mais tomar as vacinas.

Lactantes

Já as mulheres que estão amamentando, no geral, não têm indicação para a vacina. “Não podemos vacinar as lactantes porque o vírus atenuado passa para o bebê pelo leite”, explica a especialista. A exceção existe quando o risco para a mulher for altíssimo. “Nesse caso, aplicamos e interrompemos a amamentação por pelo menos 28 dias”, completa. O mesmo acontece com a vacina para gestantes.

Efeitos colaterais

Segundo a médica, a vacina costuma ser bem aceita pelo organismo e causa pouquíssimos efeitos adversos. “É uma aplicação subcutânea e geralmente nem dói. Mas, como ela é composta pelo vírus atenuado, pode causar sintomas em até cinco ou dez dias depois da aplicação, mas isso é muito raro”, comenta.

Onde encontrar

As vacinas são disponibilizadas pelo SUS (Sistema Único de Saúde) gratuitamente em postos de saúde.

Febre amarela no Brasil: é motivo para se preocupar?

Hoje, os casos de febre amarela no Brasil são de febre amarela silvestre. Ou seja, aquela que é transmitida pelo mosquito do macaco para o ser humano, que geralmente vive em áreas rurais e de mata. O controle desse tipo de contaminação é essencial para evitar o ressurgimento da febre amarela urbana, que é aquela transmitida pela Aedes aegypti de humano para humano.

“É importante entender que o que está acontecendo não é motivo para pânico para todas as regiões do País. Por isso, não é preciso correr para tomar a vacina. Os casos estão sendo investigados e, se tiver algum indício de que alguma coisa está acontecendo, com certeza a recomendação vai mudar. Hoje não está acontecendo nada e se muita gente sem necessidade buscar pela vacina, ela pode faltar e deixar aqueles que realmente precisam sem”, alerta Dra. Isabella.

Prevenção

Tão importante quanto a vacinação na época adequada é a prevenção do maior responsável pela doença: o mosquito transmissor. Por isso, além de evitar seus criadouros – lugares que possam acumular água – vale a pena colocar telas e mosquiteiros nas casas e, em área de alto risco, usar repelentes e roupas compridas.

Doenças transmitidas pelas Aedes aegypt

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