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O que acontece no corpo da grávida (e com o bebê) quando ela toma ácido fólico?

Publicado 30 Dez 2016 – 06:00 AM EST | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Durante a gravidez os cuidados com dieta e alimentação precisam ser redobrados, pois a deficiência de determinados nutrientes no organismo pode causar sérios danos não só para a mãe como também para o bebê. Uma dessas substâncias é o folato, ácido fólico ou vitamina B9, que é encontrado na natureza, principalmente nas folhas verdes (espinafre, brócolis, aspargos, couve), legumes, feijão, gema do ovo, fígado, carnes de vaca e porco e frutas cítricas.

Quais são os benefícios do ácido fólico?

O ácido fólico é fundamental para a formação de proteínas estruturais, a divisão das células vermelhas do sangue e para regular o desenvolvimento das células nervosas do feto. Essa vitamina é responsável por diminuir o risco de defeitos no sistema nervoso do bebê devido à malformação congênita neurológica. Assim sendo, o ácido fólico age prevenindo anomalias no primeiro trimestre da gestação e é indicado para a prevenção primária de defeitos do fechamento do tubo neural.

O tubo neural é a estrutura que vai formar o sistema nervoso do bebê. Ele começa a aparecer poucos dias depois do embrião se fixar no útero e por isso é importante que essa complementação vitamínica seja feita já no primeiro momento da gestação. O que é, normalmente, uma vez que as gestações, geralmente, são descobertas depois desse período. Por esse motivo, a medicação é recomendada antes mesmo da gravidez para mulheres que estão querendo ter filhos ou para aquelas em idade fértil que não usam métodos contraceptivos.

A vitamina B9, conhecida como ácido fólico quando sintetizada, é eficiente no combate à anemia e às doenças cardiovasculares da gestante, e necessária para a produção de glóbulos vermelhos do sangue, duplicação normal das células e para todas as funções que exijam divisão celular no desenvolvimento do embrião. Nos adultos, a proteína está relacionada à proteção cardíaca e até prevenção do câncer.

Quando consumir?

A influência do ácido fólico na formação do sistema nervoso do bebê acontece já nos primeiro 15 a 30 dias de gestação. Por isso, é importante que a mulher comece a consumir essa vitamina ao menos um mês antes de engravidar e mantenha a dieta até o terceiro mês de gravidez. O grande problema é que cerca de 50% das gestações, mesmo em países desenvolvidos, acontecem sem planejamento.

Por esse motivo, dezenas de países, principalmente nas Américas, iniciaram, na década de 90, a fortificação obrigatória de alimentos como farinhas de trigo e milho, além de cereais industrializados, com ácido fólico, na tentativa de prover nossas necessidades biológicas. É que os folatos e o ácido fólico não podem ser sintetizados pelo corpo humano e devem ser obtidos na dieta, com suplementos farmacêuticos ou em alimentos enriquecidos artificialmente.

O Ministério da Saúde do Brasil recomenda administração preventiva de ácido fólico pré-gestacional na dose de 5 mm, via oral, durante 60 a 90 dias antes da concepção até o fim da amamentação. Para mulheres com antecedentes pessoais ou familiares destas malformações, diabéticas, insulino-dependentes, obesas, fumantes, portadoras de epilepsia em uso de anticonvulsivantes, as doses devem ser maiores.

Quais os riscos de sua deficiência?

Na década de 60, na Inglaterra, pesquisas levantaram a hipótese de que a deficiência de folatos na alimentação poderia estar associada a uma maior prevalência de defeitos do tubo neural. Estudos subsequentes confirmaram que o uso de ácido fólico antes do início da gestação diminuiu em mais de 50% a incidência destas sérias malformações, como anencefalia, meningoceles, espinhas bífidas e encefaloceles. Outro estudo da Universidade da Califórnia, nos EUA, diz que o uso do ácido fólico durante a gravidez reduz os riscos de o bebê nascer com autismo.

A mielomeningocele é uma espécie de bolsa que se forma na coluna para onde vai escorrer o líquido do sistema nervoso. Há várias complicações possíveis, entre eles, retardo mental e deficiência motora, paraplegia, incontinência urinária e fecal. Tudo depende de onde acontecerá o problema de enervação. A espinha bífita seria o problema com menos implicações: é possível viver com ela mesmo sem saber. A anencefalia é caracterizada pela não formação do cérebro. Nesses casos, a fatalidade é certa.

Além desses problemas, há suspeitas de que também outras malformações possam estar relacionadas a essa deficiência de vitamina B9, como defeitos cardíacos, faciais, de membros e até cromossômicos. Para a mãe, pode acarretar em anemia e, principalmente, doenças de nervos periféricos. É que alta demanda motivada pelo crescimento do bebê, da placenta e do útero, além das necessidades maternas, torna o uso do ácido fólico necessário durante a gestação até o fim da lactação.

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