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Bebê chora muito quando mama? Problema pode ser espasmos; médica explica

Publicado 18 Nov 2016 – 08:00 AM EST | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Receber um recém-nascido em casa envolve uma série de descobertas e inseguranças. Algumas mães relatam que durante as primeiras semanas de amamentação, o bebê chora muito para mamar. Neste momento, de acordo com a pediatra Dra. Vilneide Maria dos Santos Braga Serva, é importante ter calma e entender o que está acontecendo.

Nas primeiras semanas, o pequeno ainda está aprendendo a abocanhar a mama e a sugar. Por isso, além de fazer todos os procedimentos essenciais para uma amamentação satisfatória – amolecer o bico, ordenhar manualmente antes e oferecer o peito em livre demanda – a mãe precisa ter paciência e muito apoio de todos que a cercam, buscando, inclusive, ajuda especializada quando achar conveniente para corrigir a pega do bebê.

O problema tende a desaparecer logo que o bebê engrena na amamentação e já abocanha e suga o peito com força. Quando ele persiste, no entanto, é possível que seja espasmos no estômago.

A atriz Carolina Kasting sofreu com o problema para amamentar seu segundo filho, Tom, e compartilhou o relato no seu Instagram. Ela percebia que o pequeno, mesmo depois de ter aprendido a mamar, muitas vezes largava o bico e chorava.

Pesquisando, a mãe descobriu que tudo acontecia por causa dos espasmos, consequência da imaturidade do sistema digestivo dos bebês, e que passava perto do quarto mês.

De acordo com Dra. Vilneide Maria dos Santos Braga Serva, pediatra do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria, o espasmo é uma contração muscular involuntária que causa dor. Além do estômago, ele é recorrente também no intestino, ação que gera a famigerada cólica nos recém-nascidos.

Na maioria dos casos, a explicação para o quadro é apenas a imaturidade do sistema gastrointestinal mesmo – o corpinho do bebê ainda está aprendendo a funcionar e tem essas reações naturalmente até que tudo se ajuste. No entanto, em casos específicos, o sintoma pode ser indicativo de problemas como má absorção de nutrientes, alergia gastrointestinal, refluxo gastroesofágico e intolerância ao leite de vaca (nos casos de crianças que o consomem). É por isso que ao notar outros sintomas, diferenciações ou interferência no crescimento do bebê, é importante procurar um médico.

Ainda segundo a pediatra, nos casos em que os espasmos são resultados apenas da imaturidade gastrointestinal, é comum notar que eles aparecem na segunda semana de vida, piora entre a quarta e a sexta e tende a aliviar progressivamente até o terceiro mês.

Para amenizar, não existe nenhum tipo de recomendação além de paciência para esperar a fase passar. “Não deixar o bebê chorar, acalentá-lo assim que notar que vai começar a sentir, embalá-lo, pegar no colo de bruços segurando o abdômen, massagear o dorso, ordenhar os primeiros jatos de leite antes da mamada nas mães que têm um fluxo muito aumentado e deixá-lo arrotar”, de acordo com a médica, são medidas para aliviar o desconforto

É importante, no entanto, que neste meio tempo a família perceba que o sintoma é apenas um sinal de que o corpo do bebê está se adaptando as suas novas fases de desenvolvimento e não confunda, em nenhuma hipótese, com leite fraco ou com incapacidade de a mãe suprir seu bebê. De acordo com Dra. Vilneide, não existe leite fraco. “O que algumas pessoas referem como leite fraco é, na verdade, o leite anterior, mais claro, mais transparente. É o mais rico em água, sais minerais e proteínas. É o leite anterior que possui o maior teor de fatores de proteção, protegendo a criança de doenças. No início da mamada toda mulher terá o leite anterior. É um leite riquíssimo. Já no final da mamada o leite é mais encorpada, mais branco e mais rico em gordura, ajudando a criança a ganhar mais peso. Da mesma forma, toda mulher tem leite posterior, rico em gordura. É este conhecimento que faz com que o pediatra sugira às mulheres a não limitar a mamada, amamentando sob livre demanda, o tempo que a criança desejar, quando desejar. Se houver uma boa pega, com boa posição, e aleitamento sob livre demanda, toda mulher é capaz de produzir leite suficiente", explica.

Dicas de amamentação

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