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Encapsulamento de placenta: o que é, como é feito, onde encontrar no Brasil?

Publicado 17 Nov 2016 – 08:00 AM EST | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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A placenta é um órgão formado na gestação para nutrir e fornecer oxigênio ao bebê. Rica em diversos nutrientes e hormônios, muitas mulheres acreditam que ingeri-la após o parto traz uma série de benefícios. Foi exatamente para esta prática que profissionais da área de saúde e assistência à mulher gestante e ao recém-nascido desenvolveram o encapsulamento de placenta.

Daquelas que optam pela prática, uma parte come o órgão cru ou cozido logo após o parto. Outras, no entanto, podem recorrer às cápsulas preparadas após o cozimento e ressacamento, ação que retira qualquer cheiro ou gosto.

Bela Gil, mãe de Flor e Nino, contou que após o parto do segundo filho ingeriu a própria placenta crua, batida juntamente com uma vitamina de banana.

Já Kim Kardashian e a atriz Fernanda Machado, também adeptas, optaram pelas cápsulas.

Benefícios de comer placenta humana

Placenta

Altamente vascularizada, a placenta é o órgão formado durante a gestação para facilitar as trocas gasosas e de nutrientes entre mãe e bebê. Exatamente por sua função, é muito rica em hormônios – especialmente a ocitocina e algumas prostaglandinas – vitaminas, muito ferro e outros sais minerais.

Benefícios

São essas as substâncias que, de acordo com as adeptas da prática, podem ajudar muito a mãe no pós-parto. Isto porque o ferro e os hormônios seriam capazes de acelerar a involução uterina, amenizar as cólicas, auxiliar na produção e ejeção do leite e diminuir as chances de a mulher desenvolver depressão pós-parto.

De acordo com o ginecologista e obstetra Dr. Rodrigo da Rosa Filho, da clínica Mater Prime, de São Paulo, ainda não existem estudos que provem os benefícios da prática. No entanto, ele explica que o ferro presente no órgão pode, de fato, ser absorvido. Já não é possível afirmar o mesmo sobre hormônios, que podem ser aproveitados ou digeridos antes de ter a ação esperada. “Faz algum sentido. Mas, a ciência ainda não comprovou nada. Não sou completamente contra e nem a favor. Acho que o desejo da mulher deve ser respeitado e não há contraindicação”, comenta.

As mães que passaram pela experiência garantem que os efeitos são positivos e notáveis. Para elas, menor sangramento e cólicas, mais disposição e energia, facilidade para amamentar e menores chances de passar pelo baby-blues e ter depressão pós-parto estão entre os principais benefícios das cápsulas de placenta.

Cápsula de placenta: o que é? Como fazer?

Embora possa parecer fácil, para garantir que não haverá proliferação de microrganismos prejudiciais à saúde, o processo precisa ser feito por profissionais qualificados. A organização pioneira na prática é a americana Placenta Benefits, que fornece cursos e capacitações para diversos especialistas.

No Brasil é possível encontrar parteiras, enfermeiras e doulas capacitadas. De acordo com Iara Silveira, enfermeira obstétrica da Luz de Candeeiro, grupo de atendimento a partos domiciliares de Brasília e que encapsula placentas, o método, embora exija cuidados, é simples.

Como é feito?

Para ser encapsulada, após a expulsão, a placenta deve ser refrigerada. O tempo máximo de espera é de até 48 horas. Neste intervalo, suficiente para que a mãe tenha alta hospitalar ou se recupere do parto domiciliar, as profissionais se dirigem até a casa dela – tudo é feito na cozinha da família. Primeiro, ela é vaporizada e desidratada, processo de demora entre 10 e 12 horas. Depois, triturada e encapsulada.

Onde fazer?

No Brasil, a equipe aperfeiçoou algumas técnicas e treinou profissionais de várias regiões. Além de Brasília, ao menos São Paulo, Campinas, Florianópolis e Rio de Janeiro possuem profissionais adeptas da prática e que fornecem o serviço.

Quanto custa?

O preço, de acordo com Iara, gira em torno de R$ 500,00. A quantidade de cápsulas depende necessariamente do tamanho da placenta. Mas, em média, o processo resulta em 130 unidades.

Dificuldades do pós-parto

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