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"Ouvi tantas maravilhas que não tinha como não tentar", diz atriz que ingeriu placenta

Publicado 9 Nov 2016 – 01:30 PM EST | Atualizado 28 Mar 2019 – 12:21 PM EDT
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Diminuição do sangramento pós-parto, rápida recuperação do útero, enriquecimento da produção de leite e prevenção da depressão pós-parto. De acordo com a atriz Fernanda Machado, que deu à luz Lucca há mais de um ano, esses foram os motivos que a levaram a ingerir sua própria placenta.

A decisão pela prática, no entanto, não foi simples e pediu tempo e reflexão. Como muitas mulheres ao ouvirem falar sobre o assunto pela primeira vez, Fernanda achou estranho e até sentiu nojo.

“Confesso que a princípio achei a ideia um pouco estranha e meio nojenta. Mas foi frequentando o grupo de ioga pré-natal que eu convivi durante meses com mulheres que estavam grávidas de seus segundos ou terceiros bebês e já tinham experimentado a placenta encapsulada. Foi através da experiência delas que eu comecei a abrir um pouco mais a minha cabeça e mudar de ideia em relação a esse assunto”, contou a atriz em um vídeo para o seu canal no Youtube.

Como há pouquíssimos estudos na área, Fernanda comentou que sua decisão teve influência direta das outras mães. Das participantes do grupo, três tinham sofrido com depressão pós-parto no puerpério do primeiro filho e, na segunda gestação, depois de consumir a própria placenta, não sentiram nada. “Como gosto de ter a mente aberta, me convenci rapidamente de que deveria encapsular a minha placenta também”, compartilhou.

Adeptas

Bela Gil e Kim Kardashian foram outras famosas que aderiram à prática. A filha de Gilberto Gil, no entanto, optou pela versão natural do órgão, e não encapsulada.

Já Kardashian adotou o mesmo procedimento de Fernanda. Ingeriu cápsulas de placenta.

Por que comer placenta? Tem benefícios?

É consenso que ainda não existem estudo conclusivos sobre o assunto. De acordo com o ginecologista e obstetra Dr. Rodrigo da Rosa Filho, da clínica Mater Prime, de São Paulo, a placenta é o órgão responsável pelas trocas gasosas e de nutrientes entre o bebê e a mãe durante toda a gestação e, por isso, é muito rica em ferro e determinados hormônios.

É por isso que uma parcela da sociedade, especialmente os adeptos da medicina tradicional chinesa, acredita que ela possa repor vitaminas, sais minerais, glóbulos vermelhos e hormônios perdidos no parto, contribuindo para a recuperação da energia vital no pós-parto, diminuição das cólicas uterinas e das chances de desenvolvimento de depressão e produção e ejeção do leite materno. “Faz sentido. Mas a ciência ainda não comprovou nada. Não sou completamente contra e nem a favor. Acho que o desejo da mulher deve ser respeitado e não há contraindicação”, comenta o médico.

Como consumir a placenta? Alternativas

Além da alternativa de consumi-la crua e logo após o parto, é possível mandar encapsulá-la, como fez Fernanda.

Para mantê-la refrigerada, cuidado essencial para evitar a proliferação de bactérias, a atriz levou para o hospital uma bolsa térmica. Depois do parto e da expulsão, os médicos colocaram a placenta dentro da bolsa com bastante gelo e a doula de Fernanda a levou para casa.

Nos Estados Unidos, onde a atriz mora, muitas doulas são treinadas para realizar o procedimento. A profissional, no dia seguinte ao parto, foi até a casa de Fernanda, cozinhou no vapor, desidratou, triturou e depois colocou o órgão em cápsulas.

Ingerir a própria placenta: relato de quem fez 

No vídeo, a atriz ainda contou consumiu as cápsulas, que não têm cheiro e gosto de nada, diariamente até o quarto mês de Lucca. Depois disso, elas foram armazenadas no freezer e, desde então, sempre que sente necessidade, toma uma delas. “Tudo o que posso dizer é que essa cápsula com a minha placenta me ajudou muito a passar pelo puerpério”, disse.

Marcado por mudanças físicas, psicológicas e emocionais, o puerpério não é um momento fácil. Além das oscilações hormonais, que geram diversos sintomas, a mulher ainda precisa lidar com a sua transformação em mãe e com os medos e incertezas naturais de quem tem que tomar conta um serzinho completamente dependente. “Acredito muito que a placenta encapsulada me ajudou a passar por esse momento”, relatou a atriz.

“Foi surpreendente. O primeiro mês depois do nascimento do Lucca foi o mais fácil pra mim. Eu sentia que estava bem. Não estava cansada. Dormia bem, tinha facilidade para cair no sono, não estava exausta. Conforme fui diminuindo as pílulas, fui sentindo que o cansaço foi tomando conta de mim. Não tenho como afirmar que todos esses benefícios que senti vieram da placenta ou se foi um efeito placebo, que pode ter acontecido, mas de qualquer maneira eu acho que tive benefícios ao ter encapsulado minha placenta. Valeu muita a pena”, dividiu Fernanda com os internautas.

Quanto custa encapsular a placenta? Onde fazer?

A atriz mora na Califórnia, nos Estados Unidos, e, na época, o procedimento custou U$ 100,00. No Brasil é possível encontrar o serviço em algumas grandes cidades ou com equipes que atendem partos domiciliares. O custo gira em torno de R$ 500,00. “Se você tá grávida e tem interesse em conhecer melhor esse assunto, tente encontrar outras pessoas que fizeram para ver como foi a experiência delas. Não tem nenhuma contraindicação. Se você tem oportunidade, vale a pena tentar. Espero que com nossa história possamos ajudar outras mães”, finalizou a atriz.

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