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"Estava obcecada pelo meu filho", conta Adele sobre o que viveu com a depressão

Publicado 1 Nov 2016 – 02:00 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Adele é mais uma famosa que, assim como muitas anônimas, sofreu com a depressão pós-parto. Em entrevista à revista norte-americana Vanity Fair, a cantora contou quais foram os primeiros sintomas que sentiu e como superou a doença sem remédio.

Angelo, fruto do seu relacionamento com o empresário Simon Konecki, nasceu em outubro de 2012. Na época, Adele conta que sofria com a sensação de ter tomado a pior decisão da sua vida ao tornar-se mãe.

A cantora contou que embora conhecesse os principais sintomas da depressão pós-parto, que incluem insegurança e medo de não ser capaz, se surpreendeu quando percebeu que a obsessão por Angelo também podia ser indicativo da doença. “Meu conhecimento de depressão pós-parto ou pós-natal, como chamamos na Inglaterra, é que você não quer ficar com seu filho, você tem medo de machucá-lo, medo de não fazer direito. Mas eu estava obcecada pelo meu filho. Eu me sentia muito inadequada. Eu sentia que tinha tomado a pior decisão da minha vida, em vários termos”, relatou.

Para superar o momento, Adele não fez uso de remédios, mas precisou de apoio do namorado. “Eu realmente tive depressão pós-parto, e isso me assustou. Não, não tomei antidepressivos, mas também não falei sobre isso para ninguém. Estava muito relutante. Meu namorado dizia que eu devia falar com outras mulheres grávidas e eu respondia ‘dane-se, não vou sair com um bando de mamães’”, disse.

No entanto, depois de relutar, a cantora percebeu que conversar com pessoas que vivenciavam o mesmo momento que ela era uma saída. “Então, sem perceber, eu estava lá em direção às grávidas e às mulheres com bebês, porque descobri que são mais pacientes”, contou, reforçando que pessoas que têm filhos pequenos geralmente compreendem melhor a situação. “Meus amigos que não tinham filhos ficariam aborrecidos comigo, enquanto eu sabia que poderia sentar lá e conversar com meus amigos que tiveram filhos, e não nos julgaríamos uns aos outros. Um dia eu disse a uma amiga: 'Eu odeio isso', e ela simplesmente explodiu em lágrimas e disse: 'Eu também odeio isso.'”, relatou.

Outro esforço adotado por Adele para tratar a depressão pós-parto foi reservar um momento exclusivamente para si. “Um dia, falei 'vou me dar uma tarde qualquer para fazer o que eu quiser sem meu bebê'. Um amigo me disse 'sério? Não vai se sentir mal?'. Eu falei que sim, mas não tão mal quanto se eu não fizesse isso. Quatro amigas se sentiam da mesma maneira e todas se sentiram envergonhadas de falar sobre isso. Tinham medo que pensassem que eram mães ruins”, comentou.

Embora reconheça que tenha propensão a quadros depressivos, Adele diz que agora se sente bem colocando Angelo no centro de sua rotina. “Eu tenho um lado muito obscuro. Estou muito disponível para a depressão. Posso entrar e sair facilmente dela. Começou quando meu avô morreu, quando eu tinha uns 10 anos (…) Mas, eu não me importo se eu não conseguir fazer alguma coisa para mim mesmo novamente”, completou.

Depressão pós-parto: sintomas de tratamentos

De acordo com a psicanalista Virgínia Ferreira, professora da Faculdade de Medicina de Petrópolis, a maioria dos sintomas da depressão pós-parto são de origem emocional, como tristeza infundada, ansiedade, irritabilidade, medo e insegurança. No entanto, a doença pode apresentar sinais físicos, especialmente falta de energia, fadiga e distúrbios do sono.

Ao notar os sintomas do problema, o ideal é procurar ajuda, seja de um familiar mais próximo e acolhedor, seja de um profissional da área da saúde, como enfermeiros ou médicos. Na maioria dos casos, o tratamento envolve terapia com psicólogos. Casos mais graves pedem acompanhamento psiquiátrico.

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