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Estudo diz que enjoo e alimentação reduzem risco de aborto: será que é verdade?

Publicado 30 Set 2016 – 07:00 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Mulheres que já passaram por isso sabem que  sentir muito enjoo na gravidez é uma péssima sensação. Um estudo americano indicou, no entanto, que os sintomas podem ser sinal de que a gestação vai bem. Os pesquisadores concluíram que, dentro das mulheres analisadas, aquelas que sofriam com náuseas e vômitos tinham entre 50% e 75% menos chance de sofrer com um aborto espontâneo. Será que, de fato, existe relação entre os sintomas e a continuidade da gestação?

Entenda o estudo

O estudo, publicado na revista internacional JAMA, surgiu a partir da análise de mulheres de quatro centros clínicos dos Estados Unidos entre os anos de 2007 e 2011. Todas já tinham sofrido um ou dois abortos espontâneos e estavam tentando engravidar novamente. Do grupo analisado, 797 engravidaram e 188 perderam.

Para a análise, durante a gestação, elas preenchiam um formulário indicando se não sentiam nada, apenas náuseas ou náuseas e vômitos, e qual era a frequência. A taxa de risco para náuseas e náuseas com vômitos foram inversamente associados com a perda da gravidez.

Entre as hipóteses, os pesquisadores levantaram a possibilidade de que os enjoos e os vômitos podem ter ação protetora. Isto porque o desconforto faria com que a mulher mudasse seus hábitos alimentares, ingerindo mais carboidratos e diminuindo a cafeína, por exemplo, alimentos que supostamente ajudariam ou atrapalhariam na implantação do embrião no endométrio.

Existe relação entre os enjoos e a saúde da gravidez? 

De acordo com o ginecologista e obstetra Dr. Rodrigo Rosa Filho, especialista em reprodução assistida, o estudo tem um problema de causa e efeito. “A gente sabe que os enjoos estão relacionados aos níveis de hormônio da gravidez, o HCG. Então, quanto maior o nível dele, maior a quantidade de sintomas relacionados a gravidez. Não é o fato de ter enjoo, mas sim ter aumento de hormônio e isso causar os sintomas”, explica.

Ou seja, os enjoos podem ser sinal de que a implantação do embrião no endométrio está boa. Isto não significa, no entanto, que as mulheres que não sentem os sintomas não estão com uma implantação e gestação saudável. “O que faz termos um bom prognóstico de gravidez é o nível de hormônio e não o sintoma. A mulher pode não ter o sintoma e mesmo assim ter altos níveis de HCG e taxa de abortamento igual”, compara o médico.

Já em relação a alimentação, Dr. Rodrigo explica que a recomendação é, de fato, optar por alimentos saudáveis por uma questão óbvia: eles possuem mais nutrientes e o corpo, neste momento, precisa deles. Não há, no entanto, uma relação direta entre a alimentação e o aborto espontâneo. “A indicação é uma alimentação o mais equilibrada possível. Não pode pensar que ao sentir enjoo deve se alimentar menos para ter uma gestação saudável”, reforça.

Aborto espontâneo: causas

Mais de 60% dos casos de aborto espontâneo têm como causa defeitos cromossômicos no próprio embrião. “A natureza acaba fazendo com que gestação não vá para frente e isso está totalmente relacionado a idade da mulher”, mostra o ginecologista. Mulheres com mais de 40 anos têm até 40% de chance de abortamento natural, enquanto aquelas de 25, apenas 10%.

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