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Contra assédio, mulheres brasileiras se unem para cuidarem umas das outras na Rússia

Publicado 21 Jun 2018 – 11:34 AM EDT | Atualizado 21 Jun 2018 – 11:34 AM EDT
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Para os apaixonados por futebol, não existem barreiras que os separem de seus times de coração. O que falar então da Seleção brasileira? Viajar para a Rússia para acompanhar nossa equipe parece um sonho, mas mergulhar em um país tão distante e com uma cultura tão diferente da nossa pode dar muito medo, principalmente em mulheres, que são na nossa sociedade mais expostas a situações de assédio e abuso.

Foi justamente com o intuito de se protegerem e se ajudarem que essas 45 brasileiras se conheceram e estão se apoiando durante uma viagem à Rússia para torcer pelo Brasil no mundial.

Brasileiras se juntam para ir à Rússia sem medo

Decididas a apoiar o Brasil durante a copa, mas preocupadas com a segurança e as leis do país, as meninas criaram o “Elas na Copa”, um grupo de WhatsApp para se ajudarem antes e durante a viagem.

Algumas já participavam de um grupo mais geral, que misturava homens e mulheres que iam para a Rússia. “Com os meninos no grupo, não podíamos discutir assuntos particulares femininos. Foi aí que decidimos criar um espaço só para as meninas”, contou a bancária Mariana Neme, uma das organizadoras do “Elas na Copa”.

O grupo é formado por meninas de todos os cantos do Brasil. A princípio nenhuma delas se conhecia, mas o grupo gerou um vínculo tão forte, que elas acabaram promovendo encontros entre si em vários estados do país e se tornaram amigas.

Mulheres estão enfrentando machismo na Rússia

No grupo, as meninas trocam informações sobre datas de viagens, reservas em hotéis, passeios, compra de ingressos. Isso foi muito importante, pois aquelas que iam sozinhas, encontraram parceiras de viagem.

Mas Mariana explicou ao VIX que o maior intuito do grupo era mesmo a preocupação com a cultura do país. “A gente se uniu por conta do receio de estar indo - a maioria sozinha - para um país bem machista, muito diferente do Brasil, com uma cultura que privilegia os homens”.

“Nos juntamos com muitos movimentos de torcidas brasileiras e estamos sendo muito bem tratadas, mas mesmo assim as meninas se sentem acuadas, porque tem muito mais homem do que mulher", revelou Mariana.

Até agora, as meninas estão conseguindo curtir a copa com tranquilidade, mas enfrentam olhares de julgamento e machismo. “Quando as meninas saem de short, as pessoas olham como se nunca tivessem visto aquilo na vida”, contou a organizadora.

A troca de informações entre as meninas dá uma sensação de segurança. “Estamos cuidando umas das outras e nos apoiando, tudo pelo grupo”, finalizou Mariana.

Cultura russa é bem diferente

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